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sábado, 1 de setembro de 2012

A Resistência Dos Povos Das Florestas

Ao longo da história da humanidade a industrialização significou um avanço extraordinário. As invenções que marcaram a Segunda Revolução Industrial, como a produção de eletricidade e o motor de combustão interna, trouxeram benefícios inquestionáveis à vida humana no planeta.

CRIANÇA INDÍGENA EM HARMONIA COM A NATUREZA

Essas conquistas, no entanto, não se fizeram sem e exploração e o sangue do trabalhador. Com a Revolução Industrial, consolidou-se a separação entre o ser humano e a natureza, e acelerou-se, como nunca visto antes, a exploração predatória dos recursos naturais e também dos seres nativos; que depende piamente desses recursos, pois suas vidas estão diretamente ligadas e eles.

A FLORESTA PEDE SOCORRO
Assim sendo, a natureza, então, transformou-se num objeto a ser manipulado pela técnica, a serviço do aumento da produção, do lucro e, sobretudo, do mercado. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, S), “nos últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, alicerçado na industrialização, com sua forma de produção e organização do trabalho, mecanização da agricultura, uso intenso de agrotóxicos e a concentração populacional nas cidades” [...]. Diante deste modelo societável, tem-se observado por aqui fatos cômicos e trágicos. Ora, se reportarmos aos anais da história brasileira, logo percebe-se que, nesse desencontro cultural entre europeus e nativos, os primeiros sempre ditaram as regras desta relação. 
RITUAL INDIGENISTA

De uma relação colaboracionista, pacífica e voluntária inicial pelos nativos, os portugueses passaram à luta pelo controle do espaço territorial, e, sobretudo pela força de trabalho dos ameríndios. Deste modo, os nativos foram combatidos, iludidos, escorraçados, aculturados, reduzidos à escravidão, dizimados.

MASSACRE INDIGENISTA

Em menos de um século, desapareciam os povos tupinambás senhores do litoral no momento da chegada dos europeus ao território que posteriormente passou a ser chamado Brasil. Até o início do século XVII, as roças, plantações e engenhos coloniais funcionaram explorando o trabalho dos ameríndios escravizados. A seguir, apesar de suplantado numericamente pelo africano, o ameríndio continuou desempenhando um papel acessório, como escravo, sobretudo nas zonas coloniais de economia menos ricas. Na plantação açucareira e na mineração, serviu como uma espécie de capital originário que permitiu o início da produção e uma primeira acumulação de riquezas. Porém, com essa exploração, fora possível financiar posteriormente a vinda de grande quantidade de africanos que terminaram substituindo os ameríndios na função de mão - de- obra serviu.

 

MULHER INDÍGENA LUTA CONTRA A REPRESSÃO POLICIAL

   Contudo, nos tempos contemporâneos, os poucos nativos que sobreviveram aos ataques do império marítimo português, e que foram denominados pejorativamente pelos europeus de índios; estão sendo perversamente tratados como animais, que vão desde assassinatos brutais à expulsão sem dó nem piedade de suas terras pelos exploradores das florestas a serviço do capital externo. Como pode ser comprovado através desta manchete do Jornal Venezuelano El Nacional de agosto: “Garimpeiros brasileiros matam 80 Ianomâmi na Amazônia venezuelana”.

 Esta manchete nos faz lembrar que, Há vinte anos, acontecera o massacre de Haximú (norte do estado de Roraima, perto da fronteira com a Venezuela), onde foram assassinados também por garimpeiros 16 índios Ianomâmis, em sua maioria mulheres, crianças e idosos.

POVOS INDIGENAS MORTOS POR GARIMPEIROS

 E a violência contra esses povos não para por aí, no dia 16 de setembro entra em vigor a portaria 303 da AGU (Advocacia Geral da União) que determina, entre outras medidas, que as terras indígenas podem ser ocupadas por empreendimentos hidrelétricos e minerais de cunho estratégicos sem consultas aos povos. Ferindo desta forma o direito constitucional indígena de usufruto exclusivo da terra de ocupação tradicional e de consulta prévia e informada. Porém, essa portaria permite que sejam retomadas as obras da hidrelétrica de Belo Monte no Pará.

FAIXA DE PROTESTO EM DEFESA  DOS POVOS DA FLORESTA

 Além desta maldade que estão fazendo com esses bravos sobreviventes das florestas, é importante salientar também a respeito da PEC (Proposta de Emenda à Constituição que tem a finalidade de transferir para o Congresso Nacional a competência de aprovar a demarcação das terras indígenas). Como forma de esclarecer melhor essa portaria 303, ao nosso internauta, disponibilizaremos na integra tal qual aparece no diário oficial da união: 

 

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