Conflitos Entre Israel e Palestina
Os conflitos entre Israel e Palestina são travados desde a década de
1940 e têm como principal causa o controle da Palestina.
" Os conflitos entre
Israel e Palestina remontam à primeira metade do século XX e foram iniciados
pela disputa em torno do território palestino. Essa rivalidade se iniciou com o
crescimento da população judia na Palestina e resultou em uma série de
conflitos a partir de 1948. Israel afirma que suas ações são em defesa de sua
própria população, e os palestinos acusam Israel de sustentar um regime de
perseguição."
"Causas do conflito entre
Israel e Palestina
O confronto travado entre Israel
e Palestina é um dos conflitos de mais longa duração da história da humanidade.
Estende-se oficialmente desde a década de 1940, embora a década de 1930 tenha
presenciado uma crescente tensão e violência entre judeus e árabes. Passado
todo esse período, de tempos em tempos, hostilidades acontecem entre os dois
lados, aumentando a tensão.
Historicamente falando, o
conflito entre israelenses e palestinos se explica pelo controle da Palestina.
Embora exista a questão da religião, que importa muito mais quando o assunto é
Jerusalém, a rivalidade entre israelenses e palestinos tem motivos políticos,
principalmente, e que envolvem o controle daquele território.
Mais recentemente falando, muitos
analistas apontam que o confronto atualmente envolve novos aspectos, os quais
estão em torno da maneira violenta pela qual Israel trata a população palestina
que reside seja em Israel, seja nos territórios palestinos da Cisjordânia e da
Faixa de Gaza.
Assim, a população palestina luta
para conseguir a sua autodeterminação — uma vez que o Estado da Palestina não
existe, oficialmente falando —, mas também para conquistar melhores condições
de vida, pois alegam que Israel os mantém em condições degradantes, limitando o
acesso da população a recursos básicos, como água, e sufocando a população de
Gaza com um bloqueio econômico que se estende desde 2007, entre outros fatores.
O conflito entre Israel e
Palestina tem como ponto de partida o final do século XIX, no momento em que
foi criado o movimento sionista. Na década de 1890, o sionismo surgiu a partir
de um livro escrito por Theodor Herzl, um jornalista judeu húngaro que passou a
defender a criação de um Estado para os judeus na Palestina.
Depois disso, a Organização Sionista Mundial começou a organizar a compra de terras na Palestina para que elas pudessem ser habitadas por judeus. O motivo desse desejo dos judeus de migrarem para a Palestina está diretamente ligado ao crescimento do antissemitismo em todo o continente europeu nesse mesmo período.
Os sionistas começaram a defender
sua causa politicamente a nível internacional, e o primeiro grande passo para
isso aconteceu em 1917, quando os judeus receberam uma garantia dos britânicos
de que o Reino Unido os apoiaria na criação de um Estado judeu na Palestina. O
vazamento dessa promessa espalhou tensão em toda a Palestina.
Na década de 1930, a tensão deu origem a um movimento nacionalista palestino contra a criação de um Estado judeu na Palestina. Um dos grandes líderes desse nacionalismo palestino foi Hajj Amin al-Husaini, o mufti de Jerusalém. A historiadora Karen Armstrong define Husaini como um “nacionalista radical”.
O aumento da tensão e a escalada
na violência dos dois lados levaram os ingleses, que governavam a região desde
o fim da Primeira Guerra Mundial, a propor a divisão da Palestina para criar um
Estado para os judeus e outro para os árabes. Esse plano não avançou, mas a
violência dos dois lados seguiu crescendo e a Inglaterra decidiu retirar-se da
região. Depois da Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido entregou o controle da
Palestina e a resolução do problema entre judeus e árabes para as mãos da
Organização das Nações Unidas (ONU). No começo de 1947, a ONU criou um plano
para realizar a divisão da terra, bem aos moldes do que foi proposto pelos
ingleses. Essa proposta foi levada para a Assembleia Geral da ONU, no dia 29 de
novembro de 1947, e foi aprovada. Os judeus sionistas automaticamente
concordaram com a proposta, aceitando, inclusive, o fato de Jerusalém ficar sob
controle internacional. Os árabes, por sua vez, rejeitaram o plano de divisão
da Palestina.
A fundação de Israel resultou no
primeiro grande conflito na Palestina. Essa foi a Primeira Guerra
Árabe-Israelense, que se estendeu de 1948 a 1949 e contou com episódios de
grande violência. Essa guerra se iniciou quando diferentes países árabes
declararam guerra a Israel e isso se deu logo depois da fundação do Estado
judeu.
Por fim, as Intifadas foram rebeliões populares realizadas pelos palestinos. A Primeira Intifada aconteceu em 1987, e a segunda, no ano de 2000. Nesses levantes, a população se armou de paus e pedras e partiu para o confronto contra as tropas israelenses. Estima-se que cerca de 1200 palestinos morreram na Primeira Intifada, e cerca de 3300, na segunda. Acordos de paz foram negociados entre as duas partes, com destaque para os Acordos de Oslo, em que Yitzhak Rabin, primeiro-ministro israelense, e Yasser Arafat, líder da OLP, reuniram-se com Bill Clinton, presidente americano na época, para acordar a paz. Esse acordo fracassou porque, no final da década de 1990, o novo governo israelense (de extrema-direita) se recusou a cumprir o que havia sido acordado.
Hamas
Os conflitos entre Israel e
Palestina seguiram ao longo do século XXI e, sempre que há um atrito, Israel
promove ataques na Faixa de Gaza ou Cisjordânia, e um grupo de resistência
palestino responde com mísseis ou convocando a população para resistir. Esse
grupo é o Hamas, que é um ator importante nesse conflito.
O Hamas é uma organização fundamentalista que se coloca como resistência a Israel. O governo israelense considera o Hamas uma organização terrorista. O Hamas é uma organização que é classificada como fundamentalista, em razão de seu viés religioso. Surgiu em 1987 e se transformou em um dos principais nomes da resistência palestina, ao lado do Fatah (de tendências seculares e moderadas). O Hamas possui diferentes áreas de atuação, possuindo um braço militar, outro político e um voltado para ações sociais. O braço militar do Hamas é considerado um grupo terrorista por Israel e outros países, como os Estados Unidos e as nações da União Europeia. Quando o Hamas surgiu, o estatuto desse grupo defendia a erradicação completa de Israel, mas analistas internacionais afirmam que a posição da organização se tornou um pouco mais moderada nos últimos anos. Atualmente, entende-se que o Hamas aceita que o Estado da Palestina seja criado nos territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Desde 2006, o Hamas entrou na política e passou a governar a Faixa de Gaza, aumentando a rivalidade com o Fatah. A ascensão política do Hamas fez Israel impor um bloqueio econômico à Faixa de Gaza.
Atualmente o Estado de Israel é
uma nação consolidada, com boa infraestrutura e um dos melhores índices de
qualidade de vida do Oriente Médio. Os palestinos, em contrapartida, não
possuem um Estado nacional e as condições de vida de sua população, seja na
Faixa de Gaza, seja na Cisjordânia, têm piorado cada dia mais.
Incêndio em Cidade de Gaza depois
de um bombardeio israelense.
Um dos grandes problemas
enfrentados pela população palestina são os assentamentos israelenses que têm
sido construídos em território palestino. Esses assentamentos são vistos como
uma estratégia de ocupação gradativa do território, uma vez que seu número tem
aumentado com o passar dos anos. Outros grupos têm denunciado algumas práticas
impostas à população palestina. A Humans Rights Watch, entidade que observa a
defesa dos Direitos Humanos no mundo, aponta, em relatório de 2021, que Israel
beneficia a população israelense, enquanto discrimina abertamente a população
palestina.