Na noite de 21 de abril de
2016, no Teatro Porto de Ama na cidade de Macau/RN – Brasil, o poeta e
professor macauense Luiz Cláudio junto com um grupo de amigos amantes da poesia
e da literatura presentearam a Rainha do Litoral (Macau/RN) com um sarau
poético seguido do lançamento do cordel: Macau/RN: és a rainha do litoral... Do
poeta e professor macauense Luiz Cláudio. Amigos e familiares apareceram lá
para prestigiar e matar a saudade do nosso poeta e professor macauense.
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FOTO ROMILDO NERI |
MACAU/RN:
ÉS A RAINHA DO LITORAL
I
Soberano
divinal,
Arquiteto
do universo,
Eu
te peço inspiração,
Pois,
quero escrever um verso,
Com
amor para meu povo
Porque
está muito disperso!
II
É
com esse pensamento
Que
inicio a minha viagem,
Pela
terra salineira,
É
preciso ter coragem
Para
vencer as maldades
A
arrogância e a pabulagem!
III
A
minha terra é sagrada
Tem
petróleo, também sal,
Gente
forte e bem devota
Tem
um brilho sideral
Presente
da natureza
Isto
é, algo fenomenal!
IV
Embora
exista na terra,
Muita
traição e falsidade
Inveja
e muita ambição,
Devemos
ter humildade
Sapiência
e sensatez
Pra
surgir fraternidade!
V
Com
essa canção otimista,
No
Rio Grande do Norte
Lá
no setentrional
Um
lugar de grande porte,
Na
porção da grande várzea
Ecoa
um canto bem forte!
VI
Grande
várzea inundável
De acumulação
marinha
E de
formação deltaica
Resplandecente
e sozinha
Canta
ao Piranhas – açu
Uma
bela cirandinha!
VII
És a
querida Macau,
Rainha
do litoral,
Terra
de grandes poetas
E
gente intelectual
Que
preza os trabalhadores
Com
atitude irmanal!
VIII
Macau,
terra das salinas,
Macau,
cidade querida,
Macau,
terra esplendorosa,
Encanto
da minha vida,
Eterna
fonte de amor,
Que
a nós foi concedida!
IX
O
seu nome é controvérsia
Nosso
Câmara Cascudo
Falou
com muito fervor
Bordando
forte no escudo
Forma
contrata chinesa
Amangao
e acima de tudo...
X
Esse
professor, porém,
Com
muita elucubração:
É a
deusa dos navegantes,
Mas,
contra essa afirmação,
Mestre
Olavo de Medeiros
Diz
com muita precisão...
XI
O
nome dessa cidade
Vem
da ave Arara Macau
Que
existia na região,
Essa
prosa sem igual
Mostra
bem nossa importância
No
cenário mundial!
XII
O
seu território mede
Uns
setecentos e oitenta
De
quilômetros Quadrados,
Nossa
prosa salienta
Quatro
metros de altitude
A
nossa cidade ostenta!
XIII
Ainda geografia,
Cinco
grau de latitude
Preste
atenção meu cupincha
Trinta
e seis de longitude
Essa
nossa sinfonia
Nos
traz muita plenitude!
XIV
A
sua emancipação
Fora
em nove de setembro
Do
ano mil e oitocentos
E
setenta e cinco, eu lembro,
A
cidade bem festiva
Disse
o mestiço Novembro!
XV
Eu
quero o canto praiano,
Chego
agora à beira mar,
Vem
Praia de Camapum
Um
lugar bom para amar,
Vou
agora para Barreiras
Praia
boa pra pescar...
XVI
Na
rota Diogo Lopes,
Lá
tem muitos coqueirais
E
belezas infinitas,
Pescadores
magistrais,
Que
com muita devoção
Contam
estórias reais!
XVII
Preste
atenção meu leitor,
Me
bateu uma saudade
Lembro
quando ainda criança
Fui
levado a Soledade
Por
um nobre pescador
Ser
de muita lealdade!
XVIII
Vem
Ponta do Tubarão,
Lá
existe muita fartura
O
trabalhador do mar
Com
seu macete e candura
Joga
a rede com destreza
E o
peixe, logo captura!
XIX
Na Ilha
da Conceição
Sempre
nos fins de semana
Tinha
nossa pescaria
Lembro
bem da tia Joana
No
seu barquinho fisgando
Peixes
tipo arabaiana!
XX
Nessa
toada gostosa
Eu
vou afinando meu banjo
Quero
meu povo feliz
Vamos
para o Pontal do Anjo
Fazer
festa e comilança
Isso
com certeza eu manjo!
XXI
A
minha Macau é assim,
Uma
terra nordestina,
Uma
fonte iluminada,
Uma
terra cristalina,
De
mulheres altruístas
E criatura
divina!
XXII
Apesar
dos desatinos
Que
acontecem no lugar,
Sempre
escrevo versos e hinos,
E
não paro de sonhar,
Sempre
nas prosas dizendo,
Que
tudo isso vai passar!
XXIII
Ao
Arquiteto do Universo,
Que aquele
sem consciência
Passe
bem longe daqui,
Pois,
somos a resistência,
Desse
espaço da alegria,
Da
humildade e da decência!
XXIV
A minha
Macau altaneira
Sempre
nos dando lição
Quem
almejou destruí-la
Teve
a crucificação
E a
medalha do ostracismo
Como
cruel punição!
XXV
Minha
Macau é plural
Observem quantos distritos,
Barreiras,
Diogo Lopes,
Aqui
não existem conflitos
O
Canto do Papagaio
Neste
é que não tem atritos!
XXV
Lá
do outro lado da ponte
Tem
nossa Ilha de Santana
Terra
do amigo João,
Tem
também lugar bacana,
Book Rosa de Iani e Angélica
Templo
que a gente se irmana!
XXVI
Mais
adiante a imburanas,
Tem Moinho de Juá
Na
rota da capital
Vou
até lá tomar um chá
Escutar
as aventuras
Do
caboclo Paraxá!
XXVII
Vou
agora para Quixabas
Ver
o meu primo Babau
Tomar
um banho de bica
Falar
sobre Bacabal
Que
fica no Maranhão
Uma
terra especial!
XXVIII
Tem Maxixe lugar calmo
Terra
do seu Gabriel
Temos
lá agricultores,
Pescador
e menestrel,
Gente
simples e pacata
Para
eles tiro o chapéu!
XXIX
Salinópolis
pertinho,
Do
distrito Tambaú,
Vou
lá buscar umas mangas,
Conversar
com Pajaú,
Jogar
bola com amigos
Como
fiz no Grajaú!
XXX
Sou
ligeiro no repente
Sertãozinho e Soledade,
Terras
bem aconchegantes
De
gente com humildade,
Que
respeita a natureza,
Então,
viva a humanidade!
XXXI
Chico
Assunção grande amigo
Eu
vou ver Várzea Cercada
Terra
de ser prestativo
Que
cuida bem da manada
Da
terrinha e das águas
Aqui
a vida é preservada!
XXXII
A cultura é respeitada
Veja
as festas populares,
Que
Macau vai apresentar
Todas
elas têm bons ares,
Todos
vêm participar
Das
tradições seculares!
XXXIII
Veja
o nosso carnaval
Tem
festa no São João,
Tem o
São Pedro também
É
povo de muita ação
Fazem
até vaquejada
Não
falta aqui animação!
XXXIV
Tem também
o Mega Brega,
Depois
a Festa do Sal,
Essa
vai semana inteira,
É
uma festa especial
Pois,
celebra o aniversário,
Da
minha eterna Macau!
XXXV
Venha
pra cá meus irmãos,
Dos
nossos assentamentos,
Tem
o Sebastião Andrade,
Lugar
de bons pensamentos,
E de
seres destemidos
Para
todos os momentos!
XXXVI
O
Venâncio Zacarias
Esse
nome tem história
Homem
forte e lutador
Em
Macau tem sua glória
Foi
prefeito da cidade
A
sua lida é notória.
XXXVII
Quem
mora nas agrovilas
Se
sente lisonjeado
Pelas
grandes homenagens,
O
povo é politizado,
Só
precisa de atenção,
Tenho
isto, questionado!
XXXVIII
Ó
Meu amigo! Meu irmãozinho...
A
questão da habitação
Na
cidade de Macau
Precisa
de solução
Os
conjuntos que lá existem
Não tem
estruturação.
XXXIX
Tem
o conjunto Alcanorte,
Esse
só foi decepção,
Feito
com dinheiro público
Serviu
p´ra especulação
Daqueles
grupos tirânicos
Que
explora essa região!
XL
Também
tem o Alagamar
De
uma empresa salineira
Que
também é donatária
E se
diz também herdeira
De
parte deste lugar,
Essa
estória é verdadeira!
XLI
Tem
a Cohab e o Arnóbio Abreu
Também
o dos Navegantes,
No
bairro de mesmo nome
Nesses
versos elegantes
Ó
senhores e senhoras
Sem
firulas ou rompantes.
XLII
Tem
também o Centro,
Tem
também o Valadão,
O do
Porto de São Pedro
Assim
forma a comunhão
Dessa
notável cidade
Rainha
da região!
XLIII
Por
aqui o cristianismo
Tem
bastante tradição
Católicos,
protestantes
Tem
uma bela união
Cada
qual faz suas festas
Com
respeito e devoção!
XLIV
Sua
economia é grande
É a
maior da região
Vem
da indústria salineira,
Lá
tem bastante extração
Das
jazidas de petróleo
Não
cochile nobre irmão...
XLV
Tem
a carcinicultura
O
comércio e as pescarias
A
coleta de mariscos
Olha
quantas alegrias
Tem
também nosso turismo
Muitas
festas e iguarias!
XLVI
Em Macau
há educação
Em
nível fundamental,
Nível
médio e também técnico,
E
pra ficar mais legal,
Tem
nível superior,
Isto
é sensacional!
XLVII
Lá
também tem um teatro
Também
ginásio esportivo
Tem
campos de futebol
Um
povo bastante ativo
Praça
e sistema bancário
Eu
com tudo isso convivo!
XLVIII
Tem
o museu José Elviro
Uma
casa de cultura
Tem
também biblioteca
Com
muita literatura
Museu
de objetos marinhos
Uma
grande formosura.
XLIX
O
museu carnavalesco
Dona
Colô de Santana
Preservando
com amor
Uma
estória bem bacana
Do
seu Bloco da Vitória
Nessa
cidade praiana!
L
Lá
tem bom judiciário,
Legislativo
inexiste,
Executivo
capenga,
Mas
esse poeta insiste,
O
nosso povo é de luta,
E a
tudo isso resiste!
LI
E
bom à gente saber
Que
os donos da região
Fizeram
muita maldade
Com
meu querido povão
Gastaram
dinheiro público,
Com
farras e enganação...
LII
Prenderam
trabalhadores
Destruíram
a cidade
Montaram
muitos projetos
Sem
uma autenticidade
Polo
gás sal e barrilha
A
grande perversidade!
LIII
Teve
também águas mães,
Fizeram
investimentos,
Foi
dinheiro de montão,
Lá
ainda tem equipamentos,
Que
estão sendo corroídos
Pelas
ações desses tempos.
LIV
Não
se engane meu irmãozinho,
Temos
que ter fé e coragem
Nenhum
de nós é tão bom
Sem
uma camaradagem,
Só
assim destruiremos
Essa
grande bandidagem!
LV
Estendo
a ti minha mão
P´ra
Macau reconquistar,
Refazer
a nossa história
E
para o mundo mostrar
Que
a classe trabalhadora
Tem
poder de transformar!]
LVI
Já
demonstrei nesta prosa
Que
temos grande missão,
P´ra
conseguir triunfar,
Libertar
a região
Dessa
elite vil e ordeira
É
necessário união!
Natal 25 de abril de 2016