Ficção de Barry Jenkins retrata a
infância, adolescência e a vida adulta de Chiron, um garoto negro, gay e pobre.
Xandra Stefanel especial
para a RBA
AdicMoonlight: Sob a Luz do Luar já coleciona vários prêmios e recebeu oito indicações para o Oscar 2017 / Reproduçãoionar legenda |
Moonlight:
Sob a Luz do Luar já coleciona vários prêmios e recebeu oito indicações para o
Oscar 2017 / Reprodução
Chiron é um menino doce e desconfiado
que mora com a mãe em um bairro violento nos arredores de Miami. O filme Moonlight: Sob a Luz do Luar, que estreou na última
quinta-feira (23) nos cinemas brasileiros, acompanha a trajetória do garoto
desde a infância até a fase adulta em sua busca pelo autoconhecimento. O
longa-metragem de Barry Jenkins é divido em três atos, intitulados com os nomes
e apelidos do personagem nas três fases da vida: Little (pequeno, em inglês); Chiron (seu nome verdadeiro); e Black (negro, também do inglês).
Comovente e intenso, o filme faz uma
espécie de construção psicossocial de um menino que desde
cedo encontrou muita dificuldade para se entender, se aceitar
e compreender por que era tão excluído e humilhado pelas outras
crianças. Quieto e sensível, Little (Alex R. Hibbert) se sentia diferente
de seus colegas, meninos que afirmavam sua masculinidade pela agressão e
pelo bullying enquanto ele adorava dançar.
Um dia, ao fugir de outros garotos para não apanhar, Little conhece Juan
(Mahershala Ali), um homem gentil e que comanda o tráfico naquela
região. Sem querer voltar para a mãe (Naomie Harris), uma enfermeira
viciada em crack, o menino o acompanha até sua elegante e confortável casa
na famosa Miami estampada nas revistas. Ali, Chiron encontra
aconchego e refúgio para as situações difíceis. Ele vê em Juan a
figura paterna que nunca teve, uma pessoa emocionalmente
estável e sem julgamentos, alguém que viria a ser seu porto seguro.
Uma das cenas mais bonitas é quando Juan ensina Little a nadar e o
segura em seus braços, mostrando que o menino podia confiar
nele. Aliás, é ele quem alerta: "Vai chegar a hora em
que vai ser preciso decidir quem você é", em uma possível alusão
aos confrontos internos que Chiron vive por causa de sua cor e
sexualidade. Dono de uma sensibilidade e insegurança muito
grandes, era preciso que o menino se protegesse para sobreviver
em um mundo tão duro e cruel.
É por isso que na adolescência, o
jovem (agora interpretado por Ashton Sanders) vai criando uma carapaça que
culmina no terceiro ato com o surgimento de um Chiron diferente: Black (na pele
do ex-atleta americano Trevante Rhodes) é enorme, cheio de
músculos e, vestido como bad boy, exala o que
se convencionou a chamar de masculinidade. Mas o pequeno Little ainda
habita o adulto com cara de mal, sua sensibilidade permanece lá,
mesmo que escondida.
O diretor, que morou na região onde se passa o filme, nos apresenta com
muita delicadeza os caminhos trilhados por Chiron em busca das verdades mais
íntimas do personagem. Há poesia, lirismo, delicadeza e sutilidade na narrativa
de Barry Jenkins, na qual a fotografia, com fortes
contrastes, se encaixa harmoniosamente.
O longa é dirigido por um
afro-americano e traz protagonistas negros com atuações magníficas que são o
ponto forte da produção. Não se trata, porém, de um filme sobre raça e sexualidade, mas sim sobre
a solitária busca pelo o autoconhecimento e é isso que faz
com a obra seja universal e tão poderosa. O fato de contar uma
história de um garoto negro e gay mostra apenas que todos, uma hora ou outra,
passam pelos mesmos questionamentos sobre o que somos e o que
queremos ser. E a constatação de que somos todos iguais é ainda
mais poderosa agora que os Estados Unidos têm à frente do país
um presidente racista e homofóbico.
Moonlight: Sob a Luz do Luar já coleciona vários
prêmios e recebeu oito indicações para o Oscar 2017 (Melhor Filme, Melhor
Diretor, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro
Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Fotografia e Melhor Edição). A cerimônia
da 89ª Academia de Artes e Ciências Cinematográficas foi realizada
neste domingo (26), e o filme saiu como o vencedor de Melhor Filme.
Fonte:
www.brasildefato.com.br
28 de
Fevereiro de 2017
Desde que vi o elenco imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos de Hollywood, como Mahershala Ali. É espectacular, superou as minhas expectativas, adoro os filmes e séries de Mahershala Ali , considero que é um excelente ator, o vi emTrue Detective, adorei! Já a viste? Esta série é uma das melhores que estreou, se você quise assistir uma excelente séries de suspense policial eu recomendo! É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver.
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