ESCOLA ESTADUAL AUGUSTO
XAVIER DE GÓIS — PRAIA MURIÚ/RN
Disciplina: Sociologia
Professor: Luiz Cláudio
Série: 2º Ano
Aluno: ______________________________________________
CLASSE E
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
Classe social é um conceito da
Sociologia que se refere à divisão socioeconômica do mundo em um
sistema capitalista. Há uma hierarquia de grupos sociais, as classes, que possuem diferentes
importâncias e ocupam diferentes cargos dentro da divisão social do trabalho.
Chamamos de estratificação social o fenômeno que permite essa divisão.
CLASSE SOCIAL PARA A
SOCIOLOGIA
O conceito
de classe social passou a ganhar destaque na Sociologia ainda em seu
período clássico (no século XIX, período em que a Sociologia foi criada). O
filósofo, sociólogo e economista alemão Karl Marx dedicou-se a
estudar o fenômeno das classes sociais e a interação entre elas.
Com o avanço dos estudos sociológicos, novas classificações
passaram a denominar o conceito de classe social, e vários outros sociólogos,
historiadores, geógrafos e economistas dedicaram-se a estudar esse fenômeno.
Podemos citar como exemplos o sociólogo clássico, professor, jurista e escritor
francês Émile Durkeim, o economista inglês John Maynard Keynes e o
geógrafo britânico de inspiração marxista David Harvev, autor do
livro Condição Pós-Moderna.
Para os sociólogos em geral, a estratificação social (fenômeno
social que gera a divisão de classes) é uma consequência do capitalismo e
da intensa divisão social do trabalho produzida por esse sistema. Para
Durkheim, o trabalho em sociedades capitalistas pós-industriais é diversificado
e entoado por diversas pessoas em diferentes postos de trabalho.
Não é
possível, nesse sistema dividido, haver autossuficiência de um indivíduo, pois
como o trabalho é dividido, diversas pessoas exercem diversas atividades
diferentes, gerando um sistema que cria as classes sociais ao estabelecer
diferentes valorizações e diferentes níveis de importância das atividades
exercidas.
Temos,
como exemplo, o faxineiro de uma indústria, o operário de uma indústria, o
engenheiro de produção de uma indústria, o dono da indústria e o médico que
pode cuidar da saúde de todas as pessoas descritas no exemplo. Essas
pessoas têm diferentes níveis de instrução e diferentes tipos
de trabalho, o que, na teoria das classes sociais, sob o viés
capitalista de Durkheim, justifica o fato de cada um ter uma diferente posição
hierárquica e uma diferente remuneração.
Obviamente, o faxineiro da
indústria é o que ganharia menos no sistema por desenvolver um trabalho que
requer pouca instrução. O operário ganharia um pouco mais, mas menos que o
engenheiro e o médico, que têm formação superior e estão na categoria de
prestadores de serviços. Já o dono da indústria seria o que possuiria maior
remuneração, mesmo sem ter, muitas vezes, um nível de escolaridade compatível
ou superior à escolaridade do engenheiro e do médico. Isso porque ele é o dono
dos meios de produção e tem direito ao lucro obtido pela produção de sua
indústria.
Para
Weber, há um status relacionado às classes sociais que não é
medido somente pela divisão do trabalho, mas pelo tipo de trabalho (ocupação),
pelo consumo e pelo estilo de vida. Nesse sentido, nas sociedades capitalistas
que surgiram, sobretudo a partir do século XX (sociedades em que o consumo é
hipervalorizado), o que você tem, compra e exibe é um demonstrativo da
classe a que você pertence e do prestígio social que você tem.
CLASSE SOCIAL PARA KARL
MARX
O
filósofo e sociólogo alemão Karl Marx foi um crítico da divisão de classes
sociais. Para o pensador, a divisão social do trabalho nada mais é
que a exploração do trabalhador por parte da classe burguesa. Só existem,
segundo Marx, duas classes sociais: a burguesia (donos dos meios de
produção) e o proletariado (trabalhadores explorados pela burguesia).
Na ótica
marxista, a burguesia estaria usurpando a força de trabalho das pessoas por
meio da exploração de sua miséria para conseguir fazer com que esses trabalhadores
gerem lucros para o próprio burguês. Dessa maneira, não haveria (e realmente
não há) mobilidade social quase nenhuma, pois as pessoas eram exploradas e
não tinham condições de caminhar entre os estratos sociais e ascender
socialmente, sendo exploradas pela burguesia por toda a sua vida. Toda essa
dinâmica capitalista que deu origem à teoria marxista, também conhecida como
materialismo histórico dialético ou socialismo científico, foi
detalhadamente descrita no livro O Capital.
A
exploração das classes era, para Marx, elemento suficiente para justificar
uma revolta do proletariado contra a burguesia. Essa revolta, chamada de
revolução do proletariado, foi defendida no livro Manifesto do Partido
Comunista, escrito por Marx e seu parceiro intelectual, o também filósofo,
jornalista e escritor Friedrich Engels. Para os pensadores, após a revolução,
haveria a instauração de uma ditadura do proletariado, que tomaria os meios de
produção (as fábricas e a propriedade privada) e tornaria esses meios propriedade
do Estado.
O Estado
implantaria um sistema de governo igualitário, com igual distribuição de
renda. Com o tempo, a tendência, segundo Marx e Engels, era que a burguesia
sumisse a partir da repressão, até chegar ao ponto em que a burguesia e a propriedade
privada não mais existiriam, extinguindo as diferenças de classes sociais, ou
seja, acabando com a diferenciação de classe e, consequentemente, com as
classes sociais. A partir daí, não haveria mais a necessidade de um governo
repressor ditatorial com um Estado forte e controlador, e o governo tenderia
para um comunismo de perfeita igualdade.
CLASSE SOCIAL E
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
Uma sociedade estratificada é
uma sociedade dividida em classes sociais. Uma das características da
estratificação é a capacidade de mobilidade social, ou seja, de uma pessoa
poder migrar de uma classe para outra.
Essa possibilidade é, no
entanto, muito difícil nas sociedades capitalistas, que, apesar de presarem
pela meritocracia (o ganho em cima do mérito pessoal adquirido pelo esforço e
pelo trabalho), tendem a manter um meio fechado de pessoas com o poder
econômico por meio da herança. Uma pessoa rica deixará a sua riqueza para os
seus filhos, enquanto uma pessoa pobre não consegue ascender socialmente com
facilidade por conta da dificuldade de estudar, trabalhar e investir o pouco
dinheiro que ganha.
Thomas Bottmore, sociólogo
marxista inglês e político (membro do Partido Trabalhista Britânico), e William Outhwaite,
também sociólogo, marxista britânico e professor emérito das Universidades de
Sussex e de Newcastle, escreveram uma importante coletânea de conceitos de
Sociologia, intitulada Dicionário do Pensamento Social do Século XX.
Nessa obra, os sociólogos escrevem que a estratificação social ocorre em “todas
as sociedades complexas” quando “o suprimento total de recursos valorizados é
distribuído desigualmente, com os indivíduos ou famílias mais privilegiados
desfrutando de um volume desproporcional de propriedade, poder ou prestígio”.
Isso
significa que a essência da estratificação social e o motivo pelo
qual existem diferentes classes sociais é a desigualdade econômica. Em
contraposição às sociedades estratificadas, temos as sociedades estamentais. A
grande característica das sociedades estamentais que
as diferencia totalmente das sociedades estratificadas é que, nos
estamentos, não há a possibilidade de mudança de classe social.
Temos
como exemplo de sociedades estamentais a Europa Feudal, dividida entre a
nobreza, o clero, os servos e o campesinato (camponeses). Os nobres nasciam
nobres, era algo vindo de família, sendo vedado a um servo ou camponês
tornar-se um nobre. Por volta do século XV, por causar da ascensão da
burguesia, começou haver comércio de títulos de nobreza, o que afrouxou o
sistema estamental.
CLASSE SOCIAL PARA O IBGE
As
classes sociais, para além da classificação marxista, também são classificadas
em classe alta, classe baixa e classe
média. Para criar uma classificação mais precisa o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) criou um sistema de medição que abrange cinco
estratos sociais, que são as classes A, B, C, D e E, sendo A a
classe com maior poder aquisitivo e concentração de renda e E a classe com
menor poder aquisitivo e concentração de renda.
Além do rendimento
monetário, são levantados pelos recenseadores (profissionais que trabalham para
o IBGE fazendo a coleta de dados da população nos domicílios) dados como o
número de pessoas que vivem no domicílio, as dimensões (tamanho) da moradia, o
acesso à água encanada e coleta de esgoto, o número de equipamentos
eletrodomésticos por domicílio, o número de veículos automóveis e a escolaridade
das pessoas que ali vivem.
A maneira
mais fácil e simples de definir os padrões de cada classe social pelo IBGE é
por meio da renda familiar mensal. Porém, nem sempre esse indicador
socioeconômico é satisfatório, sendo necessário, em alguns casos, analisar a
condição socioeconômica de uma pessoa com base em outros indicadores, como
aqueles que foram mencionados no parágrafo anterior.
Veja a listagem das classes
sociais com base na faixa salarial das famílias brasileiras:
· Classe
A: mais de 15 salários mínimos;
· Classe
B: de 5 a 15 salários mínimos;
· Classe
C: de 3 a 5 salários mínimos;
· Classe
D: de 1 a 3 salários mínimos;
· Classe
E: até 1 salário mínimo.
PRATICANDO
1. Explique o que é classe
social e o período em que começou a ganhar destaque em Sociologia.
2. Quais estudiosos passaram a
estudar esse fenômeno chamado classe social? Por que esse interesse?
3. Explique o que é
estratificação social.
4. O que Max Weber pontua a
respeito de classe social? Explique.
5. Qual a crítica
que Karl Marx faz em relação a divisão de classes sociais? Explique.
6. O
Dicionário do Pensamento Social do Século XX. Escrito pelos sociólogos
marxistas Thomas Bottmore e William Outhwaite
versa sobre qual tema? Explique
7. Como o IBGE faz a
classificação das classes sociais? Explique.
MODELO DE COMO ENVIAR AS QUESTÕES
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