“O
tempo passa, a barba cresce o povo esquece”, esse velho adágio popular que meus
avós diziam sempre que estavam reunidos naquelas noites gostosas, onde depois
do jantar se reunia toda a família embaixo do velho alpendre para ouvir os
anciões contar estórias e dar lições de vidas para os mais jovens. Há tempo de
outrora, que fora tragado pelas novas invenções que, avassaladoramente invadiu o campo
destruindo o meio ambiente, corroendo o cérebro humano, rotulando e ceifando
vidas. Porém, nos tempos contemporâneos, vamos passando pela vida em brancas
nuvens, iguais a robôs que são programados somente para obedecer a comandos. Essa
é a sociedade do progresso, do consumismo e do modernismo que parte
significativa de gente reverencia e até fazem coro como a ideal.
Ora, minha
intenção, não é dar conselhos, ou tampouco alienar quem quer que seja; isto, o
capitalismo e seus divulgadores e seguidores já fazem com bastante precisão. Gostaria
de, com essa prosa dizer que este modelo de sociedade que fora implantado na
América Latina, pelos “magníficos” europeus há mais de seis séculos, podem se
ver e comprovar coisas monstruosas e figuras estranhas desfilando diante de nossas
lentes. E além do mais, ecos trágicos devidos essa estrutura aí posta
repercutem em mim a cada despacho desastroso à vida humana neste continente. Diante
destes fatos e destes personagens que são alienados, entubados, robotizados,
massacrados, frustrados e ansiosos em se aproximar dos donos dos meios de
produção; como simples escriba entristeço-me e me vejo emparedado diante deste cenário;
pois, não conseguimos fazer esse canto
chegar até eles.
Contudo, o que me alegra e ameniza as minhas angústias, é
perceber que, outros assim como eu, também estão engajados nesta luta, a
exemplo, o escritor Eduardo Galeano, que em seu livro “De pernas por ar: a escola do mundo avesso. L&PM. São Paulo, 1999”.Onde em parte desta
obra é possível encontrar trechos
marcados e recheados de ironias, tipo: “dizem que temos faltado ao nosso
encontro com a história e, enfim, é preciso reconhecer que chegamos tarde ao
nosso encontro” e “Nós, latino-americanos, temos a má fama de charlatães,
vagabundos, criadores de caso, esquentados e festeiros, e não há de ser por
nada. Ensinaram-nos que, por lei do
mercado, o que não tem preço não tem valor (...)”. Segundo Galeano, essas imagens
foram construídas pelos forasteiros que, ensinaram aos latinos americanos que,
por lei do mercado, o que não tem preço não tem valor e sabemos que nossa
cotação não é muito alta. Mesmo diante das adversidades que estão submetidos, o
autor mostrar que os latinos americanos é um povo que não perde nunca a
esperança: “(...) mas ainda não conseguimos corrigir nossa mania de sonhar
acordados e esbarrar em tudo e certa tendência à ressurreição inexplicável”.
Enfim,
é interessante observar que, mesmo submetidos às espoliações desde a
colonização até os dias atuais, à imposição de cultura e as transferências dos
valores europeus para as comunidades indigenistas, afrodescendentes etc. Somos
defensores de uma América Latina livre onde todos os povos possam sorrir e
viver livremente pelos campos verdejantes sem ter que bater continência para as
corporações transnacionais que só atrapalham o bem estar social dos nossos
irmãos e irmãs latino-americanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário