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segunda-feira, 30 de julho de 2012

América Latina: anfiteatro de sobreviventes, vilões, alienados e saqueadores






“O tempo passa, a barba cresce o povo esquece”, esse velho adágio popular que meus avós diziam sempre que estavam reunidos naquelas noites gostosas, onde depois do jantar se reunia toda a família embaixo do velho alpendre para ouvir os anciões contar estórias e dar lições de vidas para os mais jovens. Há tempo de outrora, que fora tragado pelas novas invenções  que, avassaladoramente invadiu o campo destruindo o meio ambiente, corroendo o cérebro humano, rotulando e ceifando vidas. Porém, nos tempos contemporâneos, vamos passando pela vida em brancas nuvens, iguais a robôs que são programados somente para obedecer a comandos. Essa é a sociedade do progresso, do consumismo e do modernismo que parte significativa de gente reverencia e até fazem coro como a ideal. 

Ora, minha intenção, não é dar conselhos, ou tampouco alienar quem quer que seja; isto, o capitalismo e seus divulgadores e seguidores já fazem com bastante precisão. Gostaria de, com essa prosa dizer que este modelo de sociedade que fora implantado na América Latina, pelos “magníficos” europeus há mais de seis séculos, podem se ver e comprovar coisas monstruosas e figuras estranhas desfilando diante de nossas lentes. E além do mais, ecos trágicos devidos essa estrutura aí posta repercutem em mim a cada despacho desastroso à vida humana neste continente. Diante destes fatos e destes personagens que são alienados, entubados, robotizados, massacrados, frustrados e ansiosos em se aproximar dos donos dos meios de produção; como simples escriba entristeço-me e me vejo emparedado diante deste cenário; pois, não conseguimos  fazer esse canto chegar até eles. 


Contudo, o que me alegra e ameniza as minhas angústias, é perceber que, outros assim como eu, também estão engajados nesta luta, a exemplo, o escritor Eduardo Galeano, que em seu livro “De pernas por ar: a escola do mundo avesso. L&PM. São Paulo, 1999”.Onde em parte desta obra  é possível encontrar trechos marcados e recheados de ironias, tipo: “dizem que temos faltado ao nosso encontro com a história e, enfim, é preciso reconhecer que chegamos tarde ao nosso encontro” e “Nós, latino-americanos, temos a má fama de charlatães, vagabundos, criadores de caso, esquentados e festeiros, e não há de ser por nada. Ensinaram-nos  que, por lei do mercado, o que não tem preço não tem valor (...)”. Segundo Galeano, essas imagens foram construídas pelos forasteiros que, ensinaram aos latinos americanos que, por lei do mercado, o que não tem preço não tem valor e sabemos que nossa cotação não é muito alta. Mesmo diante das adversidades que estão submetidos, o autor mostrar que os latinos americanos é um povo que não perde nunca a esperança: “(...) mas ainda não conseguimos corrigir nossa mania de sonhar acordados e esbarrar em tudo e certa tendência à ressurreição inexplicável”. 

 

Enfim, é interessante observar que, mesmo submetidos às espoliações desde a colonização até os dias atuais, à imposição de cultura e as transferências dos valores europeus para as comunidades indigenistas, afrodescendentes etc. Somos defensores de uma América Latina livre onde todos os povos possam sorrir e viver livremente pelos campos verdejantes sem ter que bater continência para as corporações transnacionais que só atrapalham o bem estar social dos nossos irmãos e irmãs latino-americanos. 

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