Ao longo da história da humanidade a
industrialização significou um avanço extraordinário. As invenções que marcaram
a Segunda Revolução Industrial, como a produção de eletricidade e o motor de
combustão interna, trouxeram benefícios inquestionáveis à vida humana no
planeta.
 |
CRIANÇA INDÍGENA EM HARMONIA COM A NATUREZA |
Essas conquistas, no entanto, não se fizeram sem e exploração e o
sangue do trabalhador. Com a Revolução Industrial, consolidou-se a separação
entre o ser humano e a natureza, e acelerou-se, como nunca visto antes, a
exploração predatória dos recursos naturais e também dos seres nativos; que
depende piamente desses recursos, pois suas vidas estão diretamente ligadas e
eles.
 |
A FLORESTA PEDE SOCORRO |
Assim sendo, a natureza, então, transformou-se num objeto a ser
manipulado pela técnica, a serviço do aumento da produção, do lucro e,
sobretudo, do mercado. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN,
S), “nos últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, alicerçado na
industrialização, com sua forma de produção e organização do trabalho,
mecanização da agricultura, uso intenso de agrotóxicos e a concentração
populacional nas cidades” [...]. Diante deste modelo societável, tem-se
observado por aqui fatos cômicos e trágicos. Ora, se reportarmos aos anais da história
brasileira, logo percebe-se que, nesse desencontro cultural entre europeus e
nativos, os primeiros sempre ditaram as regras desta relação.
 |
RITUAL INDIGENISTA |
De uma relação
colaboracionista, pacífica e voluntária inicial pelos nativos, os portugueses
passaram à luta pelo controle do espaço territorial, e, sobretudo pela força de
trabalho dos ameríndios. Deste modo, os nativos foram combatidos, iludidos,
escorraçados, aculturados, reduzidos à escravidão, dizimados.
 |
MASSACRE INDIGENISTA |
Em menos de um
século, desapareciam os povos tupinambás senhores do litoral no momento da chegada
dos europeus ao território que posteriormente passou a ser chamado Brasil. Até
o início do século XVII, as roças, plantações e engenhos coloniais funcionaram
explorando o trabalho dos ameríndios escravizados. A seguir, apesar de
suplantado numericamente pelo africano, o ameríndio continuou desempenhando um
papel acessório, como escravo, sobretudo nas zonas coloniais de economia menos ricas.
Na plantação açucareira e na mineração, serviu como uma espécie de capital
originário que permitiu o início da produção e uma primeira acumulação de riquezas.
Porém, com essa exploração, fora possível financiar posteriormente a vinda de
grande quantidade de africanos que terminaram substituindo os ameríndios na
função de mão - de- obra serviu.
 |
MULHER INDÍGENA LUTA CONTRA A REPRESSÃO POLICIAL |
Contudo, nos tempos contemporâneos, os poucos
nativos que sobreviveram aos ataques do império marítimo português, e que foram
denominados pejorativamente pelos europeus de índios; estão sendo perversamente
tratados como animais, que vão desde assassinatos brutais à expulsão sem dó nem
piedade de suas terras pelos exploradores das florestas a serviço do capital externo.
Como pode ser comprovado através desta manchete do Jornal Venezuelano El
Nacional de agosto: “Garimpeiros
brasileiros matam 80 Ianomâmi na Amazônia venezuelana”.
Esta manchete nos
faz lembrar que, Há vinte anos,
acontecera o massacre de Haximú (norte do estado de Roraima, perto da fronteira
com a Venezuela), onde foram assassinados também por garimpeiros 16 índios
Ianomâmis, em sua maioria mulheres, crianças e idosos.
 |
POVOS INDIGENAS MORTOS POR GARIMPEIROS |
E a violência contra
esses povos não para por aí, no dia 16 de setembro entra em vigor a portaria
303 da AGU (Advocacia Geral da União) que determina, entre outras medidas, que
as terras indígenas podem ser ocupadas por empreendimentos hidrelétricos e
minerais de cunho estratégicos sem consultas aos povos. Ferindo desta forma o
direito constitucional indígena de usufruto exclusivo da terra de ocupação
tradicional e de consulta prévia e informada. Porém, essa portaria permite que
sejam retomadas as obras da hidrelétrica de Belo Monte no Pará.
 |
FAIXA DE PROTESTO EM DEFESA DOS POVOS DA FLORESTA |
Além desta
maldade que estão fazendo com esses bravos sobreviventes das florestas, é
importante salientar também a respeito da PEC (Proposta de Emenda à Constituição
que tem a finalidade de transferir para o Congresso Nacional a competência de
aprovar a demarcação das terras indígenas). Como forma de esclarecer melhor
essa portaria 303, ao nosso internauta, disponibilizaremos na integra tal qual
aparece no diário oficial da união:
Nenhum comentário:
Postar um comentário