Forças policiais atacam manifestantes, em greve desde o último dia 15 de
maio, contra reformas propostas por Peña Nieto.
Redação
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Durante manifestações deste domingo (19), redes sociais circularam vídeos e imagens da forte repressão policial / Resumen Latinoamericano |
Trabalhadores que integram a
Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) do México iniciaram,
no último dia 15 de maio, após três anos de luta, uma greve geral para dizer
não a reforma educacional proposta pelo governo do presidente Enrique Peña
Nieto, que prevê cortes nos direitos trabalhistas. Segundo Graciela Rangel
Santiago, responsável de relações exteriores da CNTE, a luta dos docentes é
contra uma reforma que “não tem nada de educativa”. Em contato com o Brasil de Fato,
Graciela explicou que a CNTE resistirá incansavelmente contra essa
proposta, que pretende atacar os direitos conquistados.
A greve dos professores atinge 28 dos
32 Estados mexicanos, mas se concentra nos estados do sul, em Chiapas,
Oaxaca e Michoacan. No domingo (19), forças da polícia estadual de Oaxaca
e a polícia federal mexicana se dirigiram à Asunción Nochixtlán, município
próximo a capital oaxaqueña, para despejar os professores que bloqueavam a
estrada Oaxaca-México como forma de protesto.
De acordo com o jornal La Jornada, a operação repressiva
começou por volta das 10h30minh e se estendeu até o inicio da noite,
deixando como saldo 6 mortos, mais de 90 feridos e 21 detidos. A ação
policial, que contou com armas de fogo, bombas de gás lacrimogênio,
helicópteros e centenas de agentes, fez da estrada um campo de batalha. Os
manifestantes resistiram, com o apoio de pais, alunos e pessoas contrárias à
reforma, que ajudaram a construir barricadas para evitar
a aproximação dos policiais.
A CNTE informou que cinco dos mortos
eram professores (Andrés Aguilar, de 29 anos; Yalid Jiménez, de 22; Óscar
Santiago, de 22; Jesús Cadena, de 19 e Anselmo Cruz, sem idade divulgada). O
outro morto durante o ataque foi o repórter local Elpidio Ramos, que fazia a
cobertura do confronto para o jornal regional El Sur.
Por volta da meia noite, a Comissão
Nacional de Direitos Humanos (CNDH) emitiu um comunicado informando que serão
tomadas medidas cautelares para garantir a adequada atenção médica dos feridos,
assim como garantir que a lei seja respeitada “conforme os protocolos e os
padrões internacionais, privilegiando a todo o momento o diálogo”. A Comissão
enviará peritos e pessoal de apoio à Oaxaca para vigiar a legalidade das operações.
Fonte: www.brasildefato.com.br
, 20 de
Junho de 2016
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