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segunda-feira, 25 de julho de 2016

DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA AFRO-LATINA E CARIBENHA E O DIA NACIONAL DA MULHER NEGRA

Redação São Paulo (SP)


Brasil de Fato / Arte: Gabriela Lucena

Hoje, nós mulheres negras celebramos o Dia Internacional da Mulher Negra Afro-Latina e Caribenha e o Dia Nacional da Mulher Negra, uma homenagem a luta da quilombola Tereza de Benguela.
As mulheres negras no Brasil são muitas e diversas. Somos jovens, quilombolas, cotistas, feministas, cristãs, lésbicas, militantes partidárias, mulheres trans, anarquistas, bissexuais, idosas, representantes de povos tradicionais de matriz africana, trabalhadoras domésticas, sem-terra, periféricas, imigrantes e refugiadas, rurais, mães, autônomas… 
Mulheres que, apesar da diversidade que nos separa, juntas formamos uma camada sobrevivente da sociedade. Não está fácil ser mulher e negra no Brasil, que a exemplo dos demais países latino-americanos e diaspóricos, segue tradição escravocrata e colonialista.
Hoje, há 49 milhões de mulheres negras brasileiras, que têm o protagonismo negativo de encabeçar os piores índices de direitos humanos em todas as áreas: saúde, emprego, moradia, acesso à educação, etc…
A nossa luta começa pelo primordial: as mulheres negras querem viver! O feminicídio no Brasil também tem cor: houve um aumento de 54% de assassinatos de mulheres negras. A cada 1 hora e 50 minutos uma mulher negra morre. Temos dificuldade de acessar a rede de proteção contra a violência por motivos diversos pautados pelo racismo e pobreza.
Dados da situação da mulher negra na sociedade brasileira revelam a urgência da articulação entre gênero e raça ser pensada dentro das políticas públicas. Mulheres negras têm três vezes mais chance de serem estupradas do que mulheres brancas, são as maiores vítimas de violência doméstica, as que mais padecem por conta da criminalização do aborto, sem falar na violência simbólica cotidiana, alimentada por uma mídia racista que invisibiliza a participação na sociedade de mulheres negras, indígenas, lésbicas e transexuais.

Foto: Da direita à esquerda Gisele Brito, Simone Freire, Juliana Gonçalves, Nadine Nascimento, Rute Pina, Norma Odara e Camila Rodrigues; jornalistas do Brasil de Fato.

Pluralidade de vozes e protagonismo feminino negro
A mídia hegemônica tem um lugar reservado para a figura da mulher negra e este espaço simbólico e real nunca é de protagonismo ou poder. Isso transparece desde os assuntos pautados até na cor da maioria dos profissionais de mídia.
Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) 23% dos jornalistas são negros e negras, embora não haja um recorte de quantas negras atuam como profissionais de imprensa. Os dados apontam que a maioria dos jornalistas brasileiros é formada por mulheres brancas, solteiras e com até 30 anos de idade. 
A ampliação da abordagem de jornais e revistas com recorte étnico racial passa pela contratação de profissionais negros. Dentro das redações, as jornalistas negras tendem a fazer a diferença.
“Nós, Mujeres”, o especial que entra no ar hoje no Brasil de Fato, é prova disso. Somos sete mulheres negras, produzindo conteúdo em diversos cargos desde a reportagem, passando pela edição, e pela coordenação política e editorial.
Nesse especial buscamos dar voz a seis mulheres negras de diferentes áreas. Vamos contar uma história por dia. Além disso, vamos acompanhar as mobilizações de mulheres negras neste Dia 25 de Julho, data marcada pelo contexto histórico de resistência feminina negra que rememora Aqualtune, Acotirene, Luisa Mahin, Dandara, Maria Firmino dos Reis, Carolina de Jesus, Maria Brandão dos Reis, Antonieta de Barros, Lélia Gonzales, Beatriz Nascimento, Laudelina Campos, Theresa Santos, e tantas outras que aqui chegaram e nasceram.
Entendemos que ao entrevistar as brasileiras Jurema Werneck, Geni Guimarães, MC Soffia, Ialorixá Wand d’Oxum, Lucia Udemezue e a cubana Maria Faguana, estamos dando visibilidade a essa luta histórica das mulheres negras contra o privilégio branco que estrutura a sociedade racista que vivemos.
Termos nossas vozes expandidas pelos veículos de comunicação é algo essencial para ampliação da luta. Tendo em vista, como traz Audre Lorde, “que não esperavam que sobrevivêssemos”, não só sobrevivemos, como temos voz e exigimos espaços equânimes, pois temos certeza de que se uma mulher negra avança ninguém ficou para trás.


 

Fonte: brasildefato.com.br

25 de Julho de 2016

domingo, 24 de julho de 2016

LEI ANTITERRORISMO FOI CONCEBIDA PRA REPRIMIR OS MOVIMENTOS SOCIAIS

Beatriz Vargas, professora da UNB afirma que nova lei é vaga e oportuniza interpretações voltadas à opressão da esquerda.
Cristiane Sampaio Brasília (DF)


A operação da Polícia Federal que resultou, nessa quinta-feira (21), na prisão de 10 pessoas supostamente ligadas ao Estado Islâmico reacendeu o debate sobre a Lei Antiterrorismo (Lei nº 13.260). Sancionada em março deste ano pela presidenta afastada Dilma Rousseff, a legislação é criticada por movimentos sociais e pesquisadores que interpretam a medida como uma ferramenta de opressão dos grupos tradicionalmente alinhados à esquerda.
É o que pensa a jurista Beatriz Vargas, professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB) e membro da Comissão Anísio Teixeira de Memória e Verdade da UnB. Ela conversou com o Brasil de Fato sobre a nova legislação, abordando ainda o contexto de perseguição política dos movimentos sociais na atual conjuntura brasileira e o papel da academia jurídica diante do processo que levou ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff.

Beatriz Vargas

Confira abaixo a entrevista.

Brasil de Fato - Qual a sua opinião sobre a Lei Antiterrorismo? Você acha que o Brasil precisava de uma legislação como essa?
Beatriz Vargas - Não. Primeiro, porque nós não temos terrorismo. Segundo, porque o ordenamento penal vigente dá conta de repressão, violência à pessoa e violência ao patrimônio. Terceiro, porque acho que essa Lei Antiterrorismo acabou sendo concebida pra reprimir os movimentos sociais. O texto dela não tem nem clareza suficiente, então, acaba que, na prática, a legislação pode ser usada pra que se cometam arbitrariedades contra os movimentos.
Brasil de Fato - Tem alguns pontos da lei que poderiam interferir mais nas ações dos movimentos de rua durante um evento como as Olimpíadas, por exemplo?
Beatriz Vargas - De modo geral, o que posso falar é que existem umas previsões na legislação que são muito fluidas, ambíguas e, portanto, abertas, podendo abrigar qualquer coisa. Principalmente porque, no meu modo de ver, uma ação terrorista visa necessariamente algum tipo de mudança de poder. Não deixa de ser um crime de natureza política, e a lei não garante isso. Veja, por exemplo, que um black bloc pode ser enquadrado numa legislação dessa, o que é uma coisa absurda porque não existe na atuação dele nenhum tipo de motivação de mudança de poder, de regime, nada disso. É uma manifestação que não tem essa dimensão.
Brasil de Fato - Em se tratando da perseguição política aos movimentos, o que está por trás da tentativa de criminalização desses grupos?
Beatriz Vargas - Estamos vivendo atualmente um contexto de virada à direita e há uma intenção de criminalização de qualquer ato, como se o direito penal fosse o grande moderador social. Se a gente ameaçar com um castigo, a gente consegue a adesão das pessoas à legalidade. O que leva a isso é uma série de coisas.
Temos uma sociedade conservadora, racista, punitivista. No geral, a gente tem uma opinião pública que aceita tortura contra preso comum, que não se sensibiliza com o genocídio de jovens negros que ocorre todo dia, etc. E, mais que isso, temos hoje o contexto do golpe, que, quando vai se consolidando, acaba criando uma espécie de anomia (ausência de lei).
Ele quebra a regra e libera as pessoas pra determinados atos que numa situação institucional estável não aconteceriam. Acho que há uma instabilidade no contexto do golpe que acaba propiciando este tipo de resposta: mais violência policial e perseguição aos movimentos sociais, que são geralmente associados à esquerda.
Até pouco tempo atrás, era impensável imaginar, por exemplo, um chamado pra uma CPI da UNE, como a gente viu aí no Congresso. Outra coisa também inimaginável era utilizar contra o MST a legislação da organização criminosa, a Lei 12.850/2013, para enquadrar o movimento nesse conceito. No meu entender, isso ocorre dentro de um contexto de instabilidade política provocada pelo processo do golpe.
Brasil de Fato - Como se dá esse embate político-ideológico do ponto de vista jurídico? É possível afirmar, por exemplo, que a doutrina está mais alinhada à direita?
Beatriz Vargas - Não sei se seria possível afirmar exatamente isso, mas o que se pode dizer é que o instrumento do direito, o instrumento jurídico existe para ser usado de todos os modos. Outra coisa é a aplicação dele, a interpretação que as instituições fazem dele. Nós chegamos num ponto em que o nosso ordenamento jurídico começou contemplando uma série de avanços do ponto de vista de legislação social, dos direitos e das liberdades individuais.
Nós podemos dizer que temos um ordenamento relativamente avançado quanto a isso, pelo menos compatibilizado com todo um instrumental internacional de direitos humanos. Na prática, a aplicação desse instrumental pelas instituições é que tem sido insatisfatória, deficitária, e acho que essa é uma tendência da Justiça, que é sim uma instituição mais conservadora. Podemos dizer que a cúpula da Justiça é mais conservadora.
Brasil de Fato - Qual seria o papel da academia numa conjuntura como esta atual?
Beatriz Vargas - O professor José Geraldo [ex-reitor da UnB] me convidou recentemente pra uma série de seminários sobre como fazer tese em tempos de golpe. A gente discutiu como pesquisar no direito hoje dentro deste contexto e nós chegamos à conclusão de que devemos utilizar a nossa pesquisa pra fazer uma verdadeira resistência ao desmonte desse edifício de direitos que a gente tem.
Não posso afirmar que já chegamos a um patamar satisfatório, claro, mas estávamos construindo esse arcabouço de regras protetivas de direitos individuais e coletivos, e a sensação que temos agora é de que isso está sob ameaça, no sentido de uma reversão. Então, temos que ter uma postura de resistência e denunciar esses cortes, esses regressos, pra gente não chegar numa segunda fase de ter que voltar à posição de conquista de direitos, porque nós já havíamos conquistados muitos direitos de minorias, mulheres, negros, índios, como as cotas, a união homoafetiva, a utilização de nome social pelos transgêneros e uma série de outras coisas.
O que a gente tem visto agora é um discurso conservador que tem avançado e conquistado apoio de uma camada expressiva da sociedade brasileira. Num primeiro momento, nosso papel é de fazer a denúncia disso, resistir. Isso significa fazer pressão e fornecer aos quadros políticos e legislativos os elementos, dados e informações reais pra que se possa compor a politica de resistência.
O que não podemos é voltar ao patamar pré-Constituição de 88, que era o de conquistas de direitos, porque nós já estávamos na fase de avanço desses direitos. Não podemos voltar à trincheira de reconquista de direitos perdidos. Então, o papel da universidade é muito este de suprir o campo político de dados empíricos sobre o mundo real, sobre o funcionamento das instâncias decisórias dos três poderes e de fazer um discurso de resistência.
Brasil de Fato - Por fim, que caminho a senhora acha que os movimentos devem traçar diante deste contexto de criminalização e turbulência política?
Penso que eles devem tentar manter uma pauta de articulação política e tentar unificar as suas bandeiras com outros movimentos, trabalhar em comunhão de interesses com o movimento sindical, por exemplo, naquilo que for possível em termos de pontos comuns, e levantar bandeiras relacionadas à condução econômica do país e à reforma política.
Acho que essas são as duas bases que têm sido mais atacadas pelo governo provisório. Estamos vendo uma política econômica voltada à manutenção de altos juros, com prioridades para os rentistas, e na linha de destroçar a previdência pública e incentivar a previdência privada, além da desvinculação de receitas. 
A gente precisa pensar nisso e os movimentos sociais devem tentar se juntar aos demais movimentos pra lutar pela tributação do capital, que é uma coisa que, infelizmente, nenhum dos dois governos do PT chegou a fazer, e tentar produzir uma reforma política consistente. O país precisa disso.
Fonte: www.brasildefato.com.br/
 22 de Julho de 2016
Edição: Camila Rodrigues da Silva


sexta-feira, 15 de julho de 2016

ALEIJADINHO: ESCULTOR, ENTALHADOR E ARQUITETO DO BRASIL COLONIAL




LUIZ  CLÁUDIO


LUIZ CLÁUDIO nasceu em Macau/RN. É filho de Francisco Germano Sobrinho (falecido) e Maria do Rosário Costa da Silva. É Membro da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte (ATRN); É Membro Fundador da Associação Potiguar de Literatura de Cordel (APLC). É poeta Parnasiano, Realista, Lírico, Romântico, Modernista, Trovador, Glosador, Resenhista, Professor Competente da Rede Oficial de Ensino, Integrante de diversas Antologias Literárias. Tem vários Trabalhos publicados em Revistas e Jornais bem como em mídias digitais.



ALEIJADINHO: ESCULTOR, ENTALHADOR E ARQUITETO DO BRASIL COLONIAL.

I
Meu leitor, minha leitora,
Vou contar neste cordel,
Quem foi nosso aleijadinho,
Ser de notável papel,
Que no universo das artes
Nós tiramos o chapéu!
II
Mil setecentos e trinta
E oito (1738) nasceu Aleijadinho,
O seu nome de batismo
Dado com muito carinho
Chamou-se Antônio Francisco
Lisboa, esse mineirinho!
III
Artista fenomenal,
Homem de muito talento,
Inteligência, cultura
E grande conhecimento.
Deixou-nos, grande legado,
E também deslumbramento...

IV
Pelo conjunto das obras
Lá nas cidades mineiras,
A sua terra é Vila Rica,
Lugar de damas faceiras,
Comerciantes, escravos
E mentes alvissareiras!
V
Vila Rica, Hoje é Ouro Preto.
Mudando de opinião,
E com argumento forte,
Dou-te grande informação,
Era filho de uma escrava:
- Aleijadinho, meu irmão...
VI
O seu pai era mestre de obras
E também bom escultor,
Porém, ainda na infância,
O menino despertou
As suas habilidades
E a Colônia conquistou!
VII
O seu tio Antônio Francisco
Pombal, grande entalhador,
Ajudou no aprendizado;
Então, o bom observador,
Começou a se destacar
Como homem trabalhador!

VIII
Pois, no século dezoito (18)
Construções religiosas,
Em Minas Gerais ganhavam
Destaque, e eram majestosas,
Por causa da extração do ouro,
Eram obras suntuosas!
IX
O mestiço aleijadinho,
Logo, vai se destacar:
- Escultor e projetista,
A sua obra vai aplacar
Vários estilos barroco,
Isto pode acentuar!

X
O nosso mestre Barroco
Era bastardo e mulato,
Aprendeu a ler e escrever;
Porém, sempre foi sensato,
Tinha noções de latim,
Também grande literato.
XI
Com a decadência do ouro
Começou a urbanização,
Templos belos construídos
Chamaram nossa atenção,
Pois no século dezoito (18)
Acabou a mineração!
XII
Nesse tempo as construções
Vão encontrar Aleijadinho,
Mestre em medidas e cálculos
Fazia tudo isso certinho
Pronto pra mostrar sua arte
Com muito amor e carinho!
XIII
Pois, é importante dizer,
Gostava da boemia,
Mas, sua arte ia escrevendo,
Em meio às festas vivia,
Eram bailes, diversões,
Farras e muita alegria!
XIV
Agora vou escrever,
Um fato muito chocante,
Que deformou Aleijadinho,
Deixando-lhe angustiante.
Pois, aos quarenta e sete anos (47)
Uma doença marcante...
XV
Acometeu nosso artista,
Pela Lepra foi atacado,
Uma moléstia terrível,
Deixando-o bem deformado.
No que diz, ao aspecto físico,
Ele foi prejudicado.
XVI
A doença fez seu espírito
Elevar-se a arte e a beleza,
Para que pudesse esculpir,
Foi preciso ter destreza,
Porém, inventou instrumentos,
Isto ele fez com certeza!
XVII
Pois, um escravo amarrava,
As suas mãos mutiladas
Um precioso cinzel,
Vejam bem meus camaradas,
Para se locomover
Pelas íngremes estradas...
XVIII
 Um escravo o carregava
Nas costas, pois, ele tinha
Dificuldade de andar,
Mas seu espírito continha
Muita determinação,
Mesmo assim, sua arte vinha...
XIX
Embelezar as igrejas
Lá das cidades mineiras,
Esse genial artista,
Com aptidões verdadeiras
Refugiou-se nos templos,
Fez das artes, companheiras....
XX
E estímulo pra viver,
No trabalho, lenitivo
Pra suas terríveis dores,
Porém, um ser bem ativo,
Esculpiu muitas figuras,
Com um espírito altivo!
XXI
Esculpiu muito profetas,
E também, bastante santos,
Entalhou diversos púlpitos,
Via-se por todos os cantos
A sua arte ornamentando
Belos altares e tantos...
XXII
Inacreditáveis pórticos.
Porém, a religião
Marcara toda a sua arte,
Talvez, um consolo, então,
Para as infelicidades
Que, afligem minha nação!
XXIII
Trabalhou em Vila Rica,
Na bonita Sabará,
Também Congonhas do Campo,
Mariana esteve lá,
E foi a São João Del Rei
A sua arte anunciar!
XXIV
Em Vila Rica deixou-nos
A bela porta da igreja
Do incansável São Francisco,
Isto a cultura festeja,
Os altares Laterais
De São João, ouça a peleja...
XXV
Também de Nossa Senhora,
Senhora da Piedade,
Em Sabará nos deixou
Com muita propriedade
Frontispício, também púlpito
E a balaustrada, a trindade...
XXVI
Pertence a igreja do Carmo.
Em Congonhas, com madeiras
Esculpiu Sessenta seis (66)
Figuras, bem verdadeiras,
P´ras seis Capelas dos Passos,
Obras de cunho altaneiras!
XXVII
Que bem reproduz as cenas
Da Ceia, do Horto e Prisão,
Da Flagelação, Calvário,
E da Crucificação,
Também de sua autoria,
Nós destacamos então...
XXVIII
São José do Consistório
Lá da Matriz do Pilar,
Também, as belas figuras,
Em pedra sabão estão lá
No notável santuário,
  Que vem nos apresentar...
XXIX
Com brilho os Doze (12) Profetas.
Com seu estilo vigoroso
Aleijadinho é expoente
E artista criterioso
Do Brasil colonial
Esse artista majestoso...

XXX
Pois, também é pertencente,
À Escola Barroca, então,
Essa Escola dominou
A Europa com precisão
Pelo século dezoito (18)
Fazendo transformação.
XXXI
As obras de Aleijadinho
Carrega uma vibração,
Porém, são características,
Que o mestre captara, então,
Isso melhor que ninguém.
Com isto, meu caro, irmão...
XXXII
Esse magnífico artista,
Embora, muito doente,
E bastante deformado
Pela Lepra, foi em frente,
Deixou pra nosso Brasil
Uma obra resplandecente...
XXXIII
Que constitui verdadeiro
Monumento às belas artes,
Mostrando que os artistas
Serão sempre baluartes,
Portanto, nada os impedem,
De empunhar os estandartes...
XXXIV
Da sutil e encantante arte.
Mesmo, com adversidade,
Nosso mestre Aleijadinho,
Legou p´ra posteridade,
Uma obra de incomparável
Valor, que vitalidade...
XXXV
Nosso mestre aleijadinho
Cumpriu bem sua missão,
Foi notável com sua arte
Fez tudo com perfeição,
Partiu nosso mestre artista
Mas, nos deixou uma lição...
XXXVI
Mesmo com dificuldades,
Não se pode arrefecer,
Pois, sempre existirão obstáculos,
Na vida de todo ser,
Amor e perseverança
Nos farão sempre crescer!