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sexta-feira, 15 de julho de 2016

ALEIJADINHO: ESCULTOR, ENTALHADOR E ARQUITETO DO BRASIL COLONIAL




LUIZ  CLÁUDIO


LUIZ CLÁUDIO nasceu em Macau/RN. É filho de Francisco Germano Sobrinho (falecido) e Maria do Rosário Costa da Silva. É Membro da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte (ATRN); É Membro Fundador da Associação Potiguar de Literatura de Cordel (APLC). É poeta Parnasiano, Realista, Lírico, Romântico, Modernista, Trovador, Glosador, Resenhista, Professor Competente da Rede Oficial de Ensino, Integrante de diversas Antologias Literárias. Tem vários Trabalhos publicados em Revistas e Jornais bem como em mídias digitais.



ALEIJADINHO: ESCULTOR, ENTALHADOR E ARQUITETO DO BRASIL COLONIAL.

I
Meu leitor, minha leitora,
Vou contar neste cordel,
Quem foi nosso aleijadinho,
Ser de notável papel,
Que no universo das artes
Nós tiramos o chapéu!
II
Mil setecentos e trinta
E oito (1738) nasceu Aleijadinho,
O seu nome de batismo
Dado com muito carinho
Chamou-se Antônio Francisco
Lisboa, esse mineirinho!
III
Artista fenomenal,
Homem de muito talento,
Inteligência, cultura
E grande conhecimento.
Deixou-nos, grande legado,
E também deslumbramento...

IV
Pelo conjunto das obras
Lá nas cidades mineiras,
A sua terra é Vila Rica,
Lugar de damas faceiras,
Comerciantes, escravos
E mentes alvissareiras!
V
Vila Rica, Hoje é Ouro Preto.
Mudando de opinião,
E com argumento forte,
Dou-te grande informação,
Era filho de uma escrava:
- Aleijadinho, meu irmão...
VI
O seu pai era mestre de obras
E também bom escultor,
Porém, ainda na infância,
O menino despertou
As suas habilidades
E a Colônia conquistou!
VII
O seu tio Antônio Francisco
Pombal, grande entalhador,
Ajudou no aprendizado;
Então, o bom observador,
Começou a se destacar
Como homem trabalhador!

VIII
Pois, no século dezoito (18)
Construções religiosas,
Em Minas Gerais ganhavam
Destaque, e eram majestosas,
Por causa da extração do ouro,
Eram obras suntuosas!
IX
O mestiço aleijadinho,
Logo, vai se destacar:
- Escultor e projetista,
A sua obra vai aplacar
Vários estilos barroco,
Isto pode acentuar!

X
O nosso mestre Barroco
Era bastardo e mulato,
Aprendeu a ler e escrever;
Porém, sempre foi sensato,
Tinha noções de latim,
Também grande literato.
XI
Com a decadência do ouro
Começou a urbanização,
Templos belos construídos
Chamaram nossa atenção,
Pois no século dezoito (18)
Acabou a mineração!
XII
Nesse tempo as construções
Vão encontrar Aleijadinho,
Mestre em medidas e cálculos
Fazia tudo isso certinho
Pronto pra mostrar sua arte
Com muito amor e carinho!
XIII
Pois, é importante dizer,
Gostava da boemia,
Mas, sua arte ia escrevendo,
Em meio às festas vivia,
Eram bailes, diversões,
Farras e muita alegria!
XIV
Agora vou escrever,
Um fato muito chocante,
Que deformou Aleijadinho,
Deixando-lhe angustiante.
Pois, aos quarenta e sete anos (47)
Uma doença marcante...
XV
Acometeu nosso artista,
Pela Lepra foi atacado,
Uma moléstia terrível,
Deixando-o bem deformado.
No que diz, ao aspecto físico,
Ele foi prejudicado.
XVI
A doença fez seu espírito
Elevar-se a arte e a beleza,
Para que pudesse esculpir,
Foi preciso ter destreza,
Porém, inventou instrumentos,
Isto ele fez com certeza!
XVII
Pois, um escravo amarrava,
As suas mãos mutiladas
Um precioso cinzel,
Vejam bem meus camaradas,
Para se locomover
Pelas íngremes estradas...
XVIII
 Um escravo o carregava
Nas costas, pois, ele tinha
Dificuldade de andar,
Mas seu espírito continha
Muita determinação,
Mesmo assim, sua arte vinha...
XIX
Embelezar as igrejas
Lá das cidades mineiras,
Esse genial artista,
Com aptidões verdadeiras
Refugiou-se nos templos,
Fez das artes, companheiras....
XX
E estímulo pra viver,
No trabalho, lenitivo
Pra suas terríveis dores,
Porém, um ser bem ativo,
Esculpiu muitas figuras,
Com um espírito altivo!
XXI
Esculpiu muito profetas,
E também, bastante santos,
Entalhou diversos púlpitos,
Via-se por todos os cantos
A sua arte ornamentando
Belos altares e tantos...
XXII
Inacreditáveis pórticos.
Porém, a religião
Marcara toda a sua arte,
Talvez, um consolo, então,
Para as infelicidades
Que, afligem minha nação!
XXIII
Trabalhou em Vila Rica,
Na bonita Sabará,
Também Congonhas do Campo,
Mariana esteve lá,
E foi a São João Del Rei
A sua arte anunciar!
XXIV
Em Vila Rica deixou-nos
A bela porta da igreja
Do incansável São Francisco,
Isto a cultura festeja,
Os altares Laterais
De São João, ouça a peleja...
XXV
Também de Nossa Senhora,
Senhora da Piedade,
Em Sabará nos deixou
Com muita propriedade
Frontispício, também púlpito
E a balaustrada, a trindade...
XXVI
Pertence a igreja do Carmo.
Em Congonhas, com madeiras
Esculpiu Sessenta seis (66)
Figuras, bem verdadeiras,
P´ras seis Capelas dos Passos,
Obras de cunho altaneiras!
XXVII
Que bem reproduz as cenas
Da Ceia, do Horto e Prisão,
Da Flagelação, Calvário,
E da Crucificação,
Também de sua autoria,
Nós destacamos então...
XXVIII
São José do Consistório
Lá da Matriz do Pilar,
Também, as belas figuras,
Em pedra sabão estão lá
No notável santuário,
  Que vem nos apresentar...
XXIX
Com brilho os Doze (12) Profetas.
Com seu estilo vigoroso
Aleijadinho é expoente
E artista criterioso
Do Brasil colonial
Esse artista majestoso...

XXX
Pois, também é pertencente,
À Escola Barroca, então,
Essa Escola dominou
A Europa com precisão
Pelo século dezoito (18)
Fazendo transformação.
XXXI
As obras de Aleijadinho
Carrega uma vibração,
Porém, são características,
Que o mestre captara, então,
Isso melhor que ninguém.
Com isto, meu caro, irmão...
XXXII
Esse magnífico artista,
Embora, muito doente,
E bastante deformado
Pela Lepra, foi em frente,
Deixou pra nosso Brasil
Uma obra resplandecente...
XXXIII
Que constitui verdadeiro
Monumento às belas artes,
Mostrando que os artistas
Serão sempre baluartes,
Portanto, nada os impedem,
De empunhar os estandartes...
XXXIV
Da sutil e encantante arte.
Mesmo, com adversidade,
Nosso mestre Aleijadinho,
Legou p´ra posteridade,
Uma obra de incomparável
Valor, que vitalidade...
XXXV
Nosso mestre aleijadinho
Cumpriu bem sua missão,
Foi notável com sua arte
Fez tudo com perfeição,
Partiu nosso mestre artista
Mas, nos deixou uma lição...
XXXVI
Mesmo com dificuldades,
Não se pode arrefecer,
Pois, sempre existirão obstáculos,
Na vida de todo ser,
Amor e perseverança
Nos farão sempre crescer!


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