ESCOLA
ESTADUAL AUGUSTO XAVIER DE GÓIS- PRAIA DE MURIÚ/CM-RN
Disciplina: História
Professor: Luiz Cláudio
Modalidade: Ensino Fundamental II
Série: 7º Ano vespertino
IDADE MÉDIA
A Idade Média é
o nome do período da história localizado entre os anos 476 e 1453. A nomeação “Idade Média” é
utilizada pelos historiadores dentro de uma periodização que engloba quatro
idades: Antiga, Média, Moderna e Contemporânea. Quando nos
referimos à Idade Média, geralmente referimo-nos a assuntos relacionados,
direta ou indiretamente, com a Europa.
A Idade
Média iniciou-se com a desagregação do Império Romano do Ocidente, no século V. Isso deu início a um processo de mescla da cultura latina,
oriunda dos romanos, e da cultura
germânica, oriunda dos povos que invadiram e instalaram-se nas terras
que pertenciam a Roma, na Europa Ocidental.
Desse período destacam-se o processo de ruralização que a Europa viveu
entre os séculos V e X; o fortalecimento da Igreja Católica; a estruturação do
sistema feudal, não apenas economicamente, mas também política e socialmente. A
partir do século XI, o renascimento urbano e comercial abre caminho para
a crise do século XIV, que
determina o fim da Idade Média.
Quando começou e quando terminou a Idade Média?
Como mencionado, a Idade Média é assim chamada dentro de uma
periodização, estipulada pelos historiadores, que a determina entre os anos de
476 e 1453. O que estipula o início da Idade Média é a destituição de Rômulo Augusto do
trono romano, em 476, e o que estipula seu fim é a conquista de Constantinopla pelos otomanos, em 1453.
A Idade Média é dividida pelos historiadores em duas
grandes fases, que são:
·
Alta Idade
Média: século V ao século X;
·
Baixa Idade
Média: século XI ao século XV.
Durante a Alta Idade Média, a Europa passava
pelas transformações derivadas da desagregação do Império Romano e o feudalismo estava em formação.
A Baixa Idade Média foi o período auge do feudalismo e no qual a
Europa começou a sofrer transformações oriundas do renascimento urbano e comercial.
Por que o nome “Idade Média”?
O nome Idade Média, usado para referir-se a esse período entre 476 e
1453, foi uma invenção dos renascentistas.
Uma das primeiras menções a essa época como “tempo médio”, segundo o
historiador Hilário Franco Júnior, remonta ao bispo italiano Giovanni Andrea.
Essa ideia popularizou-se no século XVI, durante o renascimento.
O sentido por trás dessa nomenclatura era pejorativo, uma vez que, na visão dos renascentistas, a Idade
Média teria sido um tempo marcado
pela interrupção da tradição clássica, isto é, greco-romana. Nessa
perspectiva, tal tradição estava sendo retomada na época deles, inclusive, por
isso, eles chamaram seu próprio período de “renascimento”.
Eles
acreditavam estar vivendo um momento de renascimento intelectual, científico e
artístico. Isso nos leva a concluir que, na ótica renascentista, a Idade Média
era um período ruim, de atraso e de interrupção no progresso humano. Outros
grupos, conforme seus interesses teciam suas críticas a essa Idade, sempre a
taxando como “ignorante”.
Essa visão negativa fez com que muitos a chamassem de “Idade das
Trevas”, um termo negativo e rechaçado pelos historiadores. A primeira menção à
Idade Média dessa maneira remonta a Francesco Petrarca, que, no século XVI, já a chamava de “tenebrae”.
Feudalismo
O feudalismo é o termo que usamos para toda organização social, política, cultural, ideológica e econômica que existiu na Europa
durante a Idade Média. Esse conceito explica a estruturação da sociedade da
Europa Ocidental, e a organização que ele representa existiu, na sua forma
clássica, entre os séculos XI e XIII, aproximadamente.
Do século V ao século X, o feudalismo estava em processo de estruturação, uma vez que as relações políticas características
da vassalagem estavam em formação, o poder da Igreja Católica estabelecia-se
aos poucos, e a ruralização e feudalização da Europa desenvolviam-se.
Do século XI ao século XIII, o feudalismo estava no seu auge, sobretudo
nas regiões que hoje correspondem à Alemanha, à França, e ao norte da Itália e
da Inglaterra. A partir do século
XIV, o sistema feudal entra em decadência, uma vez que a
Europa urbanizava-se e o comércio ganhava importância.
No aspecto econômico, podemos dizer que o feudalismo era um sistema
baseado na produção
agrícola e na exploração
servil dos camponeses. Com o fim do
Império Romano, a Europa Ocidental ruralizou-se e as pessoas empobrecidas
passaram a estabelecer-se nas cercanias de grandes propriedades rurais, à
procura de comida e proteção. Dessa situação criou-se a relação de dependência
entre o senhor feudal e o camponês.
O senhor feudal,
dono das terras, permitia que o camponês ficasse nelas, desde que este as
cultivasse e entregasse parte do que tinha sido produzido
àquele. O camponês era
sujeito a uma série de tributos a serem pagos aos senhores feudais, tais como
a corveia, a talha e a banalidade. O senhor feudal, por sua
vez, tinha como obrigação proteger aqueles instalados em sua propriedade.
No âmbito religioso, a Igreja
Católica era dona de grande
influência, uma vez que
seu poder chegava a atingir decisões do poder secular. A Igreja também
elaborava a construção
ideológica que justificava
as desigualdades do mundo feudal. Na visão estipulada por ela, e abraçada pela
nobreza, os servos cumpriam seu papel por uma designação divina.
A sociedade feudal era estamental,
isto é, dividida em classes com funções muito bem definidas, e na qual a
ascensão social era bastante difícil. Nela existiam três grandes classes
sociais:
·
Nobreza (bellatores):
classe privilegiada, detentora de terras, que tinha como função, dentro da
ideologia medieval, proteger a sociedade;
·
Clero (oratores):
membros da Igreja Católica que cumpriam funções religiosas. Também era uma
classe privilegiada, uma vez que a Igreja detinha riqueza, poder e terras;
·
Camponeses (laboratores):
grupo empobrecido que sustentava a sociedade feudal por meio de seu trabalho e
dos altos impostos que pagava.
No aspecto político, a vassalagem era uma das grandes manifestações do
feudalismo. Essa estrutura surgiu por volta do século VIII e estabelecia as relações
de poder entre rei e nobres de cada reino.
Por meio da vassalagem, o rei (suserano) e os nobres (vassalos) realizam
um acordo estabelecendo laços de fidelidade entre si. Os vassalos recebiam um
feudo (terra) e tinham como obrigação auxiliar o seu suserano na execução da justiça, na administração do reino e na guerra, se necessário.
Principais acontecimentos
A Idade Média
foi muito longa e, logicamente, impactada por diferentes acontecimentos
importantes para a história humana. A Idade Média, em si, é fruto do fim do
Império Romano do Ocidente, após o qual uma série de reinos germânicos
estabeleceu-se na Europa Ocidental.
O caso mais simbólico foi o dos francos, povo germânico que se estabeleceu na Gália e
formou um reino governado, primeiro, pelos merovíngios e, depois, pelos carolíngios. Estes foram a primeira grande dinastia a governar um
reino na Europa, e, por meio de Carlos
Magno, seu principal rei, formaram um império com um território bastante
vasto.
O surgimento do islamismo no século VII marcou um rompimento do Ocidente com o Oriente,
sobretudo quando os muçulmanos conquistaram a Península Ibérica. O avanço
muçulmano na Europa só foi interrompido por Carlos Martel, em 732. Séculos depois, a Igreja
Católica encontrou na guerra contra os muçulmanos uma forma de estender sua
riqueza até o Oriente.
As Cruzadas ocorreram do século XI ao século XII e mobilizaram tropas cristãs
contra os muçulmanos, na Palestina e no norte da África. Ao todo foram nove
cruzadas, sendo a primeira delas convocada pelo Papa Urbano II, em 1095. A nona
Cruzada foi encerrada em 1272, e o objetivo inicial dos cristãos (conquistar
Jerusalém) não foi alcançado.
Outros destaques que podem ser feitos sobre a Idade Média são o Império Bizantino e o estabelecimento da Inquisição. Assuntos também relevantes são a cultura e a
ciência medievais, geralmente pouco estudadas.
Fim da Idade Média
O fim da Idade Média tem relação com o renascimento urbano e comercial que a Europa experimentou a
partir do século XI. Novas
técnicas agrícolas permitiram o aumento da produção de víveres,
gerando um excedente que pôde ser comercializado. O aumento na produção de
alimentos garantiu um aumento populacional, mas também do comércio e,
consequentemente, da circulação de moeda.
Com o aumento populacional, o número de pessoas mudando-se para as
cidades aumentou e a quantidade de comerciantes ao redor delas também. O século
XIII intensifica esse processo de êxodo rural, pois as produções agrícolas ruins fizeram
com que muitos buscassem sobreviver nas cidades.
.
O século XIV é quando os historiadores estipulam a fronteira final da Idade Média.
Trata-se de um século de crise,
caracterizado por guerras que
causaram destruição e geraram mais fome, e
isso resultou na Peste. O
século XIV é marcado pela famosa Peste Negra — surto de peste bubônica responsável pela morte de 1/3 da população europeia ao
longo desse período.
A fome gerou grandes revoltas
de camponeses, sobretudo a
partir do século XIII, e o crescimento urbano colocou fim no isolamento feudal.
Revoltas também aconteceram nas grandes cidades, principalmente pela falta de
empregos. Novas estruturas de poder começaram a surgir, a organização política
dos reinos modificou-se e, assim, surgiram os Estados
nacionais.
O enfraquecimento do feudalismo e o fortalecimento do comércio
resultaram no mercantilismo. Quando Constantinopla cai e o comércio com o
Oriente fecha-se, a Europa volta-se para o Oeste. A exploração do Oceano Atlântico abriu novas fronteiras e consolidou o fim da
Idade Média.
Atividade Proposta
1. que você entende por
feudalismo?
2. Em quantas fases podemos dividir a Idade Média? Cite-as
3. O que é uma sociedade estamental?
4. Como estava dividida a
sociedade medieval?
5. Como podemos definir o
feudalismo em relação ao aspecto
econômico?
6. “O fim da Idade Média tem relação com o renascimento urbano e comercial que
a Europa experimentou a partir do século XI. Novas técnicas agrícolas permitiram o aumento da produção de
víveres, gerando um excedente que pôde ser comercializado. O aumento na
produção de alimentos garantiu um aumento populacional, mas também do comércio
e, consequentemente, da circulação de moeda”.
A afirmação acima pode ser considerada:
(
) Verdadeira
( ) Falsa
7. “O século XIV é quando os historiadores estipulam
a fronteira final da
Idade Média. Trata-se de um século
de crise, caracterizado por guerras que
causaram destruição e geraram mais fome, e
isso resultou na Peste. O
século XIV é marcado pela famosa Peste Negra — surto de peste bubônica responsável pela morte de 1/3 da população europeia ao
longo desse período”.
A afirmação acima pode ser considerada:
(
) Verdadeira
( ) Falsa