Ainda dentro das comemorações do
8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, jovens fazem releitura
fotográfica de grandes personalidades femininas.
Por Rafaella Dotta, De Belo
Horizonte (MG)
Tuira Kayapo |
Realizado de forma colaborativa, um grupo de
mulheres iniciou o projeto de refotografar e representar os maiores ícones
femininos da história. Em duas semanas, numa corrida contra o tempo, o ensaio
estava pronto. O “Mulheres Cabulosas da História” tem o objetivo de fortalecer
a memória da participação feminina em grandes feitos e inspirar outras
a serem protagonistas.
No ensaio completo,
cada foto vem acompanhada de uma pequena biografia da personalidade homenageada.
É assim que podemos conhecer um pouco sobre Beatriz Nascimento, professora
sergipana cuja atuação foi essencial para o movimento negro brasileiro. Ou
relembrar a história de Tuira Kayapo (foto), a indígena que empunhou um
facão contra um dos engenheiros que tentavam construir a usina de Belo Monte,
no Pará.
"Na escola, nos livros de história e na mídia
não vemos as mulheres importantes e protagonistas na luta do povo sendo
devidamente retratadas”, explica Paula Silva, uma das idealizadoras do projeto
e integrante do Levante Popular da Juventude, movimento que organizou o ensaio.
Para ela, o apagamento das contribuições femininas faz com que as pessoas
não tomem conhecimento do potencial revolucionário das mulheres.
“O processo foi empoderador para
todas nós”
A fotógrafa Isis Medeiros conta que o envolvimento
das participantes foi um dos melhores resultados. Em conjunto, elas escolheram
desde as personagens que seriam lembradas, até os últimos detalhes da
apresentação. “Foi um trabalho coletivo de verdade”, diz, lembrando da
colaboração especial da estilista Alzira Calhau, de Belo Horizonte.
Também pensando nos resultados, as organizadoras
não deixaram de refletir sobre o baixo número de mulheres negras e indígenas.
Das 45, oito são negras e duas são indígenas. “O projeto também nos
mostrou que, infelizmente, ainda nos deparamos com um número reduzido de negras
e indígenas conhecidas e reconhecidas”, diz Isis. “Isso nos atenta para a
importância de discutirmos a questão das mulheres que sofrem não só o machismo,
mas especialmente do racismo”.
45 fotos relembram as “mulheres cabulosas da história”
O ensaio completo pode ser visto aqui.
07/03/2016
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