ESCOLA
MUNICIPAL MARIA ISABEL DANTAS — Extremoz/RN — Capim
Disciplina:
História
Professor:
Luiz Cláudio
Série:
6º Ano
Aluno:
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Império Romano
O Império Romano foi
à terceira fase da civilização romana, segundo a periodização utilizada pelos
historiadores. Esse período iniciou-se em 27 a.C., com a coroação de Otávio
como imperador de Roma, e estendeu-se até 476 d.C., quando o último imperador,
Rômulo Augusto, foi destituído do trono. Tal evento colocou fim no império
em sua porção ocidental.
Esse é o
período da centralização do poder em Roma, pois ele migrou das mãos do Senado
para a figura do imperador. O império é a fase do auge dessa civilização, pois
ela havia alcançado seu máximo domínio territorial, mas, eventualmente, sua
crise ocorreu, levando ao seu fim, no século V d.C.
CRISE DA REPÚBLICA
A fase do
Império Romano foi consequência da crise que Roma enfrentou nos dois últimos
séculos da república. Essa crise deu-se por meio de convulsões sociais, revoltas de escravos,
mas, sobretudo, por disputas de poder que levaram a guerras civis.
A expansão territorial que Roma passou durante o período republicano resultou
no surgimento de novas demandas políticas que reivindicavam certa centralização do
poder.
A historiadora
Mary Beard afirma que a expansão territorial romana, por meio da anexação
territorial das províncias (termo usado para definir as regiões conquistadas),
criou debates no interior da política romana a respeito da administração do
império e questões sobre o poder partilhado. Assim o poder que estava nas mãos
do Senado passou a ser questionado.
Além disso, os
generais romanos que participavam das campanhas de conquista de Roma ganharam
popularidade e passaram a ter ambições políticas. Isso está relacionado
principalmente com a profissionalização dos exércitos em Roma no
século II a.C., o que contribuiu para que os militares se tornassem figuras
realmente importantes.
A disputa pelo
poder gerou guerras que desestabilizaram o império, fazendo com que
fossem criados os triunviratos como forma de
conter as disputas. Existiram dois triunviratos no final da República Romana, e
ambos resultaram em novas guerras, novamente pelo controle do poder. O primeiro
triunvirato viu Júlio César emergir como vencedor da disputa com Crasso e
Pompeu. Em 46 a.C., ele se tornou ditador vitalício, , possuindo plenos
poderes sobre Roma.
Júlio César foi
assassinado por membros do Senado em 44 a.C., e foi necessário formar um segundo
triunvirato, composto por seus apoiadores. Esse triunvirato foi formado por
Otávio, Marco Antônio e Lépido e também resultou em guerra. Ao final dessa
disputa, Otávio saiu como vencedor.
Por mais que
alguns membros do Senado não quisessem abrir mão de seu poder político para dar
espaço a uma figura centralizadora, como um imperador, não houve saída, pois
Otávio, ao vencer a disputa contra Marco Antônio, tornou-se poderoso demais.
Além disso, ele passou a contar com o apoio do povo, algo importante nesse período.
Isso fez com
que o Senado desse poder absoluto para Otávio, transformando-o
em Princeps Senatus, isto é, o primeiro
dos senadores, dando-lhe poderes exclusivos sobre o Senado. Posteriormente,
Otávio recebeu o título de Imperator, o que correspondia ao
posto de comandante-em-chefe dos exércitos romanos, e, por fim, recebeu o
título de Augusto, que lhe dava uma conotação sagrada, tornando-o
figura alvo de veneração religiosa.
GOVERNO DE AUGUSTO
A ascensão de
Otávio e a quantidade de títulos que ele recebeu do Senado transformaram-no em
uma figura com poder centralizado. Na prática, os historiadores entendem esse
acontecimento como o fim da República Romana, pois o poder
concentrado nas mãos do Senado foi transferido para as mãos de Otávio.
Apesar dos
poderes irrestritos dignos de um imperador, Otávio tinha grande habilidade
política e comandava o império mantendo a aparência política do período
republicano. Seu reinado ficou marcado como um período de grande estabilidade política,
além de prosperidade econômica e paz interna.
A manutenção da
paz interna e a estabilidade política permitiram que a agricultura
passasse por um grande desenvolvimento e que, consequentemente, a
economia romana melhorasse. Isso porque, apesar de possuir poderes absolutos,
Otávio não desafiou o Senado e tampouco retirou seus privilégios.
Ele também
concedeu benefícios para as tropas romanas por conta de seus serviços prestados
e realizou melhorias no sistema de cobrança de impostos. Essas e outras medidas
criaram uma estabilidade política e social que permitiu o
desenvolvimento econômico em Roma. Entretanto, além da estabilidade interna,
o sucesso nas campanhas militares externas ocasionou a
obtenção de novas riquezas e novos escravos, este último, um item crucial na
economia romana.
No quesito
militar, Otávio ficou famoso por conquistar novas terras para o Império Romano
e também por resguardar as fronteiras romanas das ameaças que estavam no limes,
os limites do território. A segurança das fronteiras romanas contra os
povos bárbaros (como os romanos chamavam os povos que habitavam além
das fronteiras) era fundamental para a sustentação do império.
Com a economia
em alta, Otávio deu início a uma campanha de revitalização de Roma e
de apoio aos artistas. Tanto nessa cidade quanto em outros locais do
império, Otávio ordenou a construção de uma série de importantes construções,
como estradas, banhos públicos, aquedutos etc. A realização dessas obras era
uma forma de garantir a fidelidade das províncias ao imperador.
A quantidade de
obras realizadas a mando de Otávio em Roma levou-o a exaltar-se afirmando que,
quando ele assumiu o posto, havia encontrado uma cidade feita de argila e que,
em seu reinado, transformou-a em uma cidade de mármore. No entanto, apesar
dessa prosperidade, ele também enfrentou problemas nos campos militar e
político.
A prosperidade
e a política iniciada por Otávio ficaram conhecidas como Pax Romana (paz
romana), estendendo-se por aproximadamente 200 anos e sendo finalizada apenas
com a morte de Marco Aurélio, em 180 d.C. Otávio faleceu em 14
d.C., aos 76 anos de idade, e indicou seu filho adotivo, Tibério, como
sucessor.
CARACTERÍSTICAS DO IMPÉRIO ROMANO
Na fase
imperial, como o próprio nome sugere, o poder foi exercido pelos
imperadores, figuras que detinham o mando político, militar e religioso sobre
todo o território romano. O tripé do poder político em Roma passava pelo
imperador, responsável pela administração de todo o império; pelo exército,
responsável pela manutenção da ordem interna e das campanhas de conquistas; e
pelos governos das províncias conquistadas,
figuras essenciais na manutenção do poder nessas regiões.
A economia
sustentava-se pelo que era produzido nas províncias conquistadas. Sendo assim,
a disponibilidade de alimentos em Roma era resultado da produção de grãos na
Península Ibérica e no norte da África, por exemplo. A atuação dos
escravos era fundamental para o funcionamento dessa economia, uma vez
que toda a sua produção dependia dessa atividade.
Os escravos,
por sua vez, eram obtidos nas guerras de conquista que os
romanos realizavam. Era fundamental para a economia romana que as províncias
mantivessem uma produção de riquezas constante. Por isso, o poder centralizado
em Roma intervia constantemente nelas como forma de garantir a sua
produtividade e as suas riquezas.
DINASTIAS E IMPERADORES DO IMPÉRIO ROMANO
A fase imperial
romana, como mencionado, estendeu-se de 27 a.C. até o ano de 476 d.C. Ao longo
desse período, diversos imperadores passaram pelo comando romano e foram
agrupados pelos historiadores em quatro dinastias que
existiram de 27 a.C. até 235 d.C. Após o último imperador da Dinastia Severa,
Alexandre Severo, ter sido assassinado, os historiadores consideram que se
iniciou a crise do século III d.C.
· Dinastia
Júlio-Claudiana (27 a.C. - 68 d.C)
· Dinastia
Flaviana (69-96 d.C.)
· Dinastia
Nerva-Antonina (96-192 d.C.)
· Dinastia
Severa (193-235 d.C.)
Dentre todas
essas dinastias, destacaram-se os imperadores Otávio Augusto, Tibério,
Calígula, Nero, Vespasiano, Tito, Nerva, Trajano, Marco Aurélio, Caracala,
Geta, Alexandre Severo, entre outros. Nero, por exemplo, tornou-se famoso na
história por ter sido acusado como o responsável por um incêndio de grandes
proporções que atingiu Roma em 64 d.C.
CRISE DO IMPÉRIO ROMANO
A partir
do século III d.C., os historiadores consideram que se iniciou
o período de crise do Império Romano. A primeira manifestação dessa crise
deu-se na economia, que demonstrou sinais de enfraquecimento. Isso porque, ao
longo do período imperial, a dependência da economia romana, sobretudo na
porção ocidental do império, do trabalho dos escravos tornou-se excessiva.
Isso porque,
com a expansão territorial, houve um grande fluxo de escravos sendo enviados
para trabalharem no império. Isso tornou o sistema escravista romano dependente
das guerras de expansão, e, quando os conflitos tornaram-se mais defensivos do
que ofensivos, a capacidade de obtenção de escravos caiu drasticamente.
Sem a
quantidade de escravos suficientes para atender as demandas do império, a economia estagnou-se.
Além disso, a dependência desses trabalhadores fez com que a capacidade técnica
da produção de riquezas não evoluísse, o que manteve a produção baixa. Com a
estagnação da economia, a situação agravou-se e o império passou a não ter
dinheiro suficiente para a administração de todas as demandas.
Uma forma de
solucionar a falta de recursos era diminuindo as tropas militares, responsáveis
por consumir grande parte das verbas, e aumentar impostos. A primeira forma
deixava as fronteiras desprotegidas e suscetíveis a serem invadidas; já a
segunda causava a indignação do povo, instigando revoltas pelo império.
Foram
realizadas algumas medidas com o intuito de reformar o império, e,
assim, foram decretados congelamentos de preços, divisão do império em duas
partes e até a transferência da capital de Roma para Constantinopla. A divisão
do Império Romano aconteceu em 395 e deu origem ao Império Romano do
Ocidente, sediado em Roma, e ao Império Romano do Oriente,
sediado em Constantinopla. Entretanto nenhuma dessas reformas solucionou os
problemas existentes.
Para agravar a
situação, a corrupção e a disputa pelo poder em Roma contribuiram para
desestabilizar o império, que estava no caminho do desmoronamento. O fator que
teve peso decisivo no fim dele foram as invasões germânicas, que começaram a
acontecer em larga escala a partir do século III d.C.
INVASÕES GERMÂNICAS
Os germânicos eram povos que habitavam além da
fronteira norte do Império Romano, nas terras conhecidas como Germânia.
Esses povos começaram a migrar por diversos fatores especulados pelos
historiadores, como a procura por terras e clima melhores para poderem
sobreviver, e alguns migravam simplesmente porque fugiam de outros povos em
migração.
De toda forma, movimentavam-se inúmeros povos
germânicos, como francos, alamanos, suevos, ostrogodos, saxões, vândalos, hérulos etc.
Todos eles migravam para o interior do Império Romano, e como Roma tinha
diminuído a sua quantidade de militares, suas fronteiras ficaram
desprotegidas. Os problemas militares e econômicos e as invasões germânicas
aconteceram ao mesmo tempo.
Assim, Roma foi incapaz de proteger suas terras,
que começaram a ser invadidas por diversos desses povos ao longo dos séculos
III, IV e V d.C. A própria cidade de Roma sofreu com a situação,
pois, em 410, os visigodos saquearam a cidade, e, em 476, os hérulos,
liderados pelo rei Odoacro, invadiram-na e destituíram
o último imperador romano, Rômulo Augusto.
Depois disso, o Império Romano do Ocidente
desintegrou-se, e as terras que faziam parte dessa porção foram ocupadas por
diferentes povos germânicos. Nesses locais, a mistura da cultura germânica com
a cultura latina resultou em profundas transformações e inaugurou o período da
Idade Média. A parte oriental transformou-se no Império Bizantino e existiu até
1453.
Praticando Ensino- Aprendizagem
1. O que foi o Império Romano?
2. Quais foram os motivos que
levaram à crise a república romana?
3. Como ficou marcado o
reinado de Augusto?
4. Ao longo desse período,
diversos imperadores passaram pelo comando romano e foram agrupados pelos
historiadores em quatro dinastias que existiram de 27 a.C. até 235
d.C. Cite-as
5. Os hérulos eram
liderados por quem?