ESCOLA MUNICIPAL
MARIA ISABEL DANTAS — Extremoz/RN — Capim
Disciplina:
História
Professor: Luiz
Cláudio
Série: 8º Ano
Aluno: _____________________________________________
Segundo Reinado
O Segundo Reinado iniciou-se em 1840 por meio
do Golpe da Maioridade e ficou marcado por inúmeras transformações. Encerrou-se
em 1889 com a Proclamação da República.
O Segundo Reinado é o período da história brasileira em que o país foi
governado por D. Pedro II. Esse período estendeu-se de 1840, quando D. Pedro II
foi coroado imperador após o Golpe da Maioridade, e encerrou-se em 1889, quando
a Proclamação da República colocou fim na monarquia do Brasil. Foi um período
de grandes transformações no país e marcado por importantes conflitos, como a
Guerra do Paraguai.
Contexto e fases do
Segundo Reinado
O Segundo Reinado iniciou-se
em 1840 por meio do Golpe da Maioridade. Por meio desse movimento, os políticos
brasileiros, pela via dos liberais, anteciparam a maioridade de D. Pedro II
para que ele pudesse assumir o trono. Isso aconteceu porque os liberais queriam
recuperar o poder que estava nas mãos dos conservadores e porque acreditavam
que a coroação do imperador colocaria fim em todos os conflitos que se passavam
no país.
Assim foi iniciado o Segundo
Reinado, período que se estendeu por 49 anos e que pode ser dividido da
seguinte maneira:
·
Consolidação (1840-1850):
quando o imperador estava no poder e estabeleceu-o, a seu modo, sobre o país,
colocando políticos e províncias rebeldes sob seu controle.
·
Auge (1850-1865): quando o
poder do imperador era amplo e sua posição estava consolidada.
·
Declínio (1865-1889): quando
surgem contestações contra a posição de D. Pedro II, e a economia do país não
ia bem.
Política do Segundo
Reinado
No caso da política durante o
Segundo Reinado, o primeiro destaque a ser feito se dá pela atuação dos
partidos políticos existentes. Os dois partidos que atuaram na política
brasileira nesse período formaram-se durante o Período Regencial eram
conhecidos como Partido Conservador e Partido Liberal.
A disputa pelo poder realizada por conservadores e liberais
era intensa e tinha impactos negativos para a política brasileira, pois gerava
muita instabilidade. A saída encontrada pelo imperador foi promover uma
política de revezamento em que conservadores e liberais alternavam-se na
liderança do gabinete ministerial. Isso reduziu um pouco os conflitos.
Ambos partidos tinham leves
diferenças de posição ideológica e de classe em que se apoiavam. Conservadores
eram partidários de uma grande centralização do poder nas mãos do imperador,
enquanto os liberais defendiam uma maior autonomia local para as províncias.
Nesse sentido, as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling falam que
conservadores sustentavam-se na “aliança da burocracia com o grande comércio e
a grande lavoura de exportação”, e os liberais, em “profissionais liberais
urbanos unidos à agricultura de mercado interno”.
Apesar disso, uma crítica muito
forte à atuação dos dois partidos e que já era realizada na época é a de que as
divergências entre os liberais e conservadores eram quase inexistentes. Também
se dizia, à época, que não havia nada mais parecido com um conservador do que
um liberal no poder.
A distribuição do poder
durante o Segundo Reinado acontecia de forma que o imperador tivesse amplos
poderes na política. O imperador representava pessoalmente o Poder Moderador e
estava à frente do Executivo. No Executivo também constava o Conselho de
Estado. No caso do Legislativo, destacam-se os cargos de senador e deputado.
Por fim, da política
brasileira, um último e importante destaque a ser mencionado é o que ficou
conhecido como parlamento às avessas. O Brasil funcionava como uma monarquia
parlamentarista na qual o imperador interferia na política sempre que fosse
necessário para garantir seus interesses. Assim, se fosse eleito um
primeiro-ministro que não lhe agradasse, ele o destituía, e se a Câmara tomasse
medidas que não lhe agradassem, ela era dissolvida.
Economia do Segundo
Reinado
Em termos econômicos, o
grande destaque vai para a economia cafeeira, que se consolidou durante o
Segundo Reinado como o principal meio de produção da economia brasileira. As
zonas produtoras de café do Brasil nesse período foram três: Vale do Paraíba (RJ/SP), Oeste Paulista (SP)
e Zona da Mata (MG).
A produção do café aconteceu
(primeiramente no Vale do Paraíba) utilizando-se, principalmente, de
trabalhadores escravizados. Inclusive, à medida que o número de escravos foi
sendo reduzido no país, as regiões produtores de café tornaram-se grandes compradoras
de escravos. O Oeste Paulista utilizou, a princípio, a mão de obra escrava,
mas, ao longo da década de 1880, essa foi substituída pelos imigrantes que
passaram a chegar em grande volume no país.
Outro momento importante da
economia brasileira, durante o Segundo Reinado, foi o de grande crescimento
econômico marcado por algum desenvolvimento industrial: a Era Mauá. Tal prosperidade
econômica aconteceu entre 1840-1860, e nela as receitas do Brasil aumentaram
quatro vezes.
O crescimento econômico
desse período é muito atribuído ao reflexo do fim do tráfico negreiro no país
por meio da Lei
Eusébio de Queirós, de 1850. Com essa lei, o tráfico negreiro
foi proibido, e todos os recursos, que antes eram utilizados na aquisição de
escravos, passaram a servir para outros investimentos. As exportações do país
aumentaram, e o investimento em estradas de ferro, por exemplo, aumentou
bastante.
Abolição da escravatura
Durante o Segundo Reinado, a
abolição da escravatura foi um dos temas centrais e alvo de debates acalorados
nos meios políticos. O ponto de partida para que a abolição fosse decretada no
Brasil foi a Lei Eusébio de Queirós, decretada em 1850 e que estipulava a
proibição do tráfico negreiro no país.
Com essa lei, a abolição era
questão de tempo, uma vez que era o tráfico que mantinha o elevado número de
escravos no Brasil. Iniciou-se aqui uma transição lenta e gradual, na qual o
objetivo da elite econômica do país era postergar a abolição tanto quanto fosse
possível. Durante esse período de transição, foram decretadas diversas leis,
como a Lei de Terras, Lei do Ventre Livre e Lei dos Sexagenários.
A abolição da escravatura aconteceu em 13 de maio de 1888,
quando a princesa Isabel assinou a Lei Áurea. O
fim da escravidão foi resultado de uma intensa mobilização popular e da ação
dos escravos rebelando-se contra essa instituição.
Guerra do Paraguai
Um acontecimento marcante na
história do Segundo Reinado foi a Guerra do Paraguai, conflito travado entre
1864 e 1870. Nessa guerra, Brasil, Argentina e Uruguai, por meio da Tríplice Aliança, lutaram
contra o Paraguai, governado nessa época por Francisco Solano López. O Brasil venceu esse conflito, mas
suas consequências para a economia do país e para a monarquia foram ruins.
O conflito foi resultado do
choque de interesses territoriais, econômicos e políticos entre as nações da
Bacia Platina (Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil). O combate iniciou-se
quando os paraguaios aprisionaram uma embarcação brasileira, no final de 1864,
e encerrou-se em 1870, quando o ditador paraguaio foi morto na Batalha de Cerro Corá.
Fim da monarquia
O fim da monarquia no Brasil foi resultado do desgaste dessa
forma de governo com os interesses da elite política e econômica do país. Sua
queda ocorreu por meio de seu rompimento com três importantes grupos do país: a
Igreja (fator menos relevante), o Exército e a elite escravocrata.
O grupo que teve maior
envolvimento com esse fim foi o Exército. Insatisfeito com a monarquia desde o
fim da Guerra do Paraguai, os militares começaram a conspirar contra ela.
Assim, em 15 de novembro 1889, o marechal Deodoro da Fonseca, liderando tropas
militares, destituiu o Gabinete Ministerial, e, no decorrer desse dia, José do
Patrocínio proclamou a República no Brasil.
Resumo
·
A coroação de D. Pedro II ocorreu por meio do
Golpe da Maioridade, em 1840.
·
Os dois partidos que controlavam a política
brasileira eram o Partido Liberal e o Partido Conservador.
·
O sistema político brasileiro ficou conhecido
como “parlamentarismo às avessas”.
·
Na economia, o café estabeleceu-se como nosso
principal produto, e, entre 1840 e 1860, aconteceu um período de prosperidade
conhecido como Era Mauá.
·
A abolição da escravatura foi resultado de uma
intensa mobilização popular e política aliada com a resistência realizada pelos
escravos. Concretizou-se com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888.
·
A Guerra do Paraguai foi um divisor de águas na
história do Segundo Reinado. Nesse conflito, o Brasil envolveu-se em uma luta
contra o Paraguai entre 1864-1870.
·
Os militares foram o grupo de maior envolvimento
com a Proclamação da República no Brasil. A proclamação de fato foi realizada
por José do Patrocínio em 15 de novembro de 1889.
Praticando
Ensino-Aprendizagem
1.
Qual foi o período
de duração do Segundo Reinado?
2.
Quais eram os
partidos que controlavam a política no período do Segundo Reinado?
3. Qual era o principal produto econômico no período do
Segundo Reinado?
4.
O que era o “parlamentarismo às avessas”?
5.
Durante o Segundo Reinado, qual foi um dos temas centrais e alvo de
debates acalorados nos meios políticos.
6.
O que foi a Lei Eusébio de Queirós?
7.
O que foi a Guerra do Paraguai?
MODELO DE COMO ENVIAR AS QUESTÕES
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QUESTÕES
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