ESCOLA MUNICIPAL
MARIA ISABEL DANTAS — Extremoz/RN — Capim
Disciplina:
História
Professor: Luiz
Cláudio
Série: 7º Ano
Aluno: ______________________________________________
A IDADE MÉDIA
A Idade Média é
o período da história geral que se
inicia no século V, logo após a queda do Império Romano do Ocidente, e termina no século XV, com a conquista
de Constantinopla pelo Império Turco-Otomano. Foi um período marcado pela
síntese da herança romana com a cultura dos povos bárbaros que invadiram o
Império Romano.
A Igreja Católica tornou-se uma
instituição poderosa e influente não apenas na religião, mas também na sociedade medieval. A
invasão bárbara provocou a fuga da cidade em direção ao campo. A Europa
ocidental ruralizava-se, e a
riqueza era a terra. A agricultura tornou-se a principal atividade
econômica, e a produção dos feudos era para o próprio sustento.
A partir do século XIII, por conta dos renascimentos comercial e urbano,
o mundo medieval começou a entrar em crise. A centralização do poder nas mãos
dos reis derrotou os senhores feudais, pacificou as revoltas servis e abriu as
portas da Europa para a Idade Moderna..
Por que o nome “Idade Média”?
Durante muito tempo, o termo “Idade Média” foi muito discutido na historiografia.
Os estudiosos modernos, do século XV em diante, fervorosos defensores do
pensamento racional e grandes admiradores da cultura greco-romana, fizeram uma
análise sobre o período que se encerrara.
Desde a queda do Império Romano do Ocidente até o século XV, cunhou-se
Idade Média como um termo pejorativo, como se fosse um intervalo entre a Antiguidade Clássica,
ou seja, os tempos áureos da Grécia e Roma Antiga, e a Idade Moderna, período de resgate da
cultura humanística idealizada pelos primeiros filósofos gregos e concretizada
pelos romanos.
Por
conta desse sentido pejorativo, chamou-se também a Idade Média de “Idade das Trevas”.
Além de ser um intervalo, o período medieval era tido como obscuro tomado pelas
crenças ditadas pela Igreja Católica, que desprezava o pensamento racional, e
que não teve produções intelectuais de relevo.
No
entanto, o termo Idade das Trevas já não é mais
utilizado pela historiografia. Reconhece-se hoje a vasta produção cultural da época medieval, a
importância da filosofia medieval para o conhecimento humano e a
importância dos livros e documentos da Antiguidade Clássica terem sido
preservados da destruição ao serem guardados nos mosteiros.
Características da Idade Média
Como
a Idade Média é um período extenso da história geral, convencionou-se
dividi-la em dois momentos:
·
Alta Idade Média (séc. V ao século X)
·
Baixa Idade Média (séc. X ao século XV)
É
importante ressaltar que esses momentos não estão separados, mas um complementa
o outro.
·
Alta Idade Média
O
período da Alta Idade Média corresponde à formação da
Europa medieval até o seu apogeu, no século X. O Império Romano
do Ocidente acabou no século IV, e o imenso território conquistado pelos
romanos pertencia então aos povos bárbaros. O termo “bárbaro” era como os
romanos chamavam os povos que não faziam parte do seu império, que estavam fora
dos limites romanos, ou seja, eram aqueles que não compartilhavam do mesmo
costume romano, que não tinham a cidadania romana.
A
Alta Idade Média constituiu-se pela junção da herança romana com os
costumes dos povos bárbaros.
A invasão bárbara alcançou a cidade de Roma, que foi saqueada diversas vezes. O
temor dessas invasões fez com que os habitantes das cidades buscassem refúgio e
trabalho no campo. Ocorreu o que chamamos de ruralização da Europa.
Os reinos
germânicos adaptaram seus costumes aos os dos romanos. A
Igreja Católica aliou-se aos reis e tornou-se a grande ponte entre o
mundo germânico e o mundo romano.. Os povos bárbaros abandonaram suas antigas
práticas religiosas e aderiram ao cristianismo. A fé cristã expandiu-se pela Europa ocidental,
reforçando o poder do papa. Foi no Império Carolíngio, no século VII, que a Igreja conseguiu
consolidar o seu domínio.
O
imperador Carlos Magno conquistou uma grande quantidade de terras e doou
algumas delas à Igreja. Começava a formação dos Estados pontifícios, grandes
quantidades de terra que estavam sob o domínio do papa. Carlos Magno promoveu a distribuição de terras aos
senhores feudais exigindo em troca a sua fidelidade e seu auxílio em caso de
guerra. Logo após a sua morte, seus filhos não conseguiram manter a unidade do
império, que acabou dissolvendo-se. O poder foi descentralizado, entre os senhores feudais.
A
sociedade medieval era estamental, ou seja, não possibilitava a ascensão social. No topo da pirâmide
estava o clero, logo abaixo vinha à nobreza, e na base estavam os servos, os
únicos que trabalhavam e sustentavam as classes de cima. A agricultura tornou-se a principal atividade econômica. Os servos trabalhavam na terra para o
seu próprio sustento, de sua família e do seu senhor.
Havia
uma dinâmica ao lidar-se com a terra aproveitando-a ao máximo sem desgastá-la.
Enquanto uma parte da terra era utilizada para o cultivo, uma outra porção dela
ficava em repouso. Logo após a colheita, a terra trabalhada ficava em repouso e
a outra era utilizada. Esse era o sistema de rotação, que evitava o
desgaste do solo.
A cultura da Alta Idade Média estava concentrada nos mosteiros. A
produção da Antiguidade Clássica foi guardada, e os monges copistas tinham a
missão de copiar os textos antigos para que não se perdessem com o tempo. O
acesso às bibliotecas dos mosteiros era restrito e o trabalho era manual.
·
Baixa Idade Média
O aumento populacional ocorrido a partir do ano 1000
foi motivado principalmente pela diminuição significativa das guerras bárbaras.
Por isso, chama-se esse ano de “O ano da paz de Deus”. Esse aumento
populacional provocou significativas mudanças na estrutura medieval e, mais
tarde, levou à sua crise, no século XV.
A
forma de lidar com a terra modificou-se. A produção
agrícola aumentou e passou-se a usar as terras que ficavam
em repouso. Dessa forma, o desgaste da terra não tardou a acontecer,
acarretando dificuldades na produção.
As cidades voltaram
a ter movimentação mais intensa, pois o aumento populacional levou as pessoas a
saírem do campo e retornarem a elas. O comércio também
voltou com atividade mais intensa por meio da troca de mercadorias.
As Cruzadas começaram
como movimento religioso, mas, com o passar do tempo, transformaram-se em
expedições comerciais ao trazer as especiarias orientais para a Europa
ocidental. Essa movimentação Ocidente–Oriente fez retomar as navegações pelo
mar Mediterrâneo, até então abandonadas por causa da ruralização da Europa e do
domínio islâmico. Gênova e Veneza enriqueceram com o comércio marítimo logo
após fazerem um acordo com os comerciantes islâmicos do Oriente.
As universidades promoveram mudanças na vida cultural
da Idade Média. Surgidas no século XIII, elas se tornaram locais de estudos e discussão livre de ideias. Os mosteiros começaram a perder sua
força cultural, que, desde o início do período medieval, era intensa. A moeda
circulando com mais intensidade pela Europa por causa da volta às atividades
comerciais passou a financiar a produção artística e intelectual.
A
retomada do comércio fez surgir às feiras. Elas
funcionavam ao redor dos feudos e comercializavam os produtos vindos do
Oriente. Outras feiras formavam-se às margens das estradas para
garantir a segurança das comitivas do comércio e a instalação de bancos para a
troca de moedas. Cidades como Champagne, na França, surgiram dessas feiras. Uma
nova classe social apareceu: a burguesia.
Essas
transformações no mundo medieval começaram a fazer a estrutura social entrar em
crise. As bases da Idade Média foram afetadas.
A agricultura perdia espaço para o comércio. O campo esvaziava-se, e as cidades
enchiam-se. As ideias que eram dominadas pela Igreja circulavam livremente
pelas universidades. A fé, que era o elemento norteador do pensamento humano,
perdia espaço para a razão.
Feudalismo
O
feudalismo é uma das principais características da Idade Média. Trata-se
de um sistema social, econômico e político que
vigorou por todo período medieval. Nesse sistema, terras eram concedidas por um
suserano ao seu vassalo em troca de fidelidade e ajuda militar. Os senhores
feudais controlavam os feudos, e a mão de obra era servil. Os servos deveriam
pagar impostos e trabalhar para os senhores e o clero.
A atividade econômica feudal era a agricultura, essa produção
atendia as demandas internas do feudo. A Igreja Católica exercia grande
influência dentro dos feudos, onde aconteciam as cerimônias religiosas e os
registros de nascimento, casamento e morte. O feudalismo entrou em
crise no século XIV, logo após as revoltas servis.
É importante destacar que, os camponeses e servos tinham uma relação interessante: os
camponeses cuidavam das terras dos nobres e os nobres eram responsáveis pela
segurança e qualidade de vida dos servos. O clero, portanto, era quem regia
todo o processo social e político da época.
Deste modo, eram obrigados a pagar vários impostos. Portanto, esses tributos
eram cinco: corveia, talha
banalidade, capitação e mão-morta. A corveia consistia no trabalho sem remuneração dos servos em
instâncias públicas; a talha
consistia na porcentagem referente ao que foi produzido no manso servil; a banalidade era o pagamento recorrente
da utilização de algum mecanismo que pertencesse ao feudo; a capitação era o imposto anual pago ao senhor feudal; e a mão morta era o imposto pago caso o
chefe da família viesse a falecer e a família continuasse a usar as
Crise do século XIV
A
crise do século XIV pode ser resumida em três palavras:
·
fome
·
peste
·
guerra
A fome foi resultado da escassez de alimentos
provocada pela redução da produção agrícola por causa de intemperes naturais.
A Peste
Negra foi uma doença que matou milhões de pessoas e espalhou-se
rapidamente pela Europa. Vinda do Oriente, essa peste foi beneficiada pela
ausência de higiene dos medievais. Com o alto número
de mortos, começou a faltar mão de obra para o trabalho no
campo. Os poucos servos que ainda trabalhavam nos feudos tiveram que trabalhar
mais. Isso gerou uma revolta servil que abalou a estrutura feudal.
As guerras entre os reinos europeus e
as revoltas servis foram derrotadas pelos reis, que passaram de simples chefes
militares a governantes dos reinos.
Fim da Idade Média
As
mudanças da Baixa Idade Média levaram a Europa ocidental à crise. A centralização do poder nas mãos dos reis reduziu os
poderes locais, que estavam sob o comando dos senhores feudais. Além disso, os
reis questionavam a influência do poder do papa nas decisões políticas. Esses
poderes reais deram início à formação dos estados nacionais, decretando-se o
fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.
Praticando Ensino-Aprendizagem
1. O que
significa feudalismo?
2. Como
a Idade Média é um período extenso da história geral, convencionou-se
dividi-la em dois momentos. Cite-os
3. Como
estava organizada a sociedade medieval?
4. Quais
eram os tributos pagos pela classe camponesa?
5. Quais
foram os elementos que contribuíram para que ocorresse a crise no século XIV?
6. Qual
era a economia medieval?
7. “A
Alta Idade Média constituiu-se pela junção da herança romana com os
costumes dos povos bárbaros”.
A
questão 7 é para marcar Certo ou
Errado
( ) Certo ( ) Errado
8. “O aumento populacional ocorrido a partir do ano 1000
foi motivado principalmente pela diminuição significativa das guerras bárbaras.
Por isso, chama-se esse ano de ‘O ano da paz de Deus”’.
A questão
8 é para marcar Certo ou Errado
( ) Certo ( ) Errado
9. “As
mudanças da Baixa Idade Média levaram a Europa ocidental à crise. A centralização do poder nas mãos dos reis reduziu os
poderes locais, que estavam sob o comando dos senhores feudais”.
A questão
9 é para marcar Certo ou Errado
( ) Certo ( ) Errado
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