ESCOLA MUNICIPAL
MARIA ISABEL DANTAS — Extremoz/RN — Capim
Disciplina:
História
Professor: Luiz
Cláudio
Série: 8º Ano
Aluno: _____________________________________________
A
CONJURAÇÃO BAIANA DE 1798
A Conjuração Baiana,
também conhecida como Conjuração
dos Alfaiates, foi uma conspiração de caráter separatista e
republicano que aconteceu na cidade de Salvador e que foi descoberta pelas
autoridades locais em 1798. Esse movimento foi resultado da insatisfação das
elites locais com o domínio metropolitano e também manifestou o
descontentamento popular, sobretudo com a falta de alimentos.
Antecedentes
A Conjuração
Baiana foi resultado da insatisfação das elites com o governo metropolitano que
prejudicava as atividades econômicas dessa classe. Além disso, na cidade de
Salvador do final do século XVIII, a fome era um problema que afetava a
qualidade de vida de todos. A falta
de alimentos fazia com que os produtos disponíveis no
mercado fossem vendidos a valores altíssimos. Certos itens – como a carne –
estavam excluídos da mesa da população local.
Essa situação
havia contribuído para que diferentes rebeliões acontecessem em Salvador
durante esse período. O historiador Boris Fausto destaca um evento que ocorreu
em 1797, quando escravos do general comandante de Salvador foram atacados por
uma multidão de famintos e tiveram a carga de carne que levavam totalmente
roubada.
A Conjuração
Baiana, assim como a Inconfidência Mineira, também teve inspiração nos
ideais iluministas que eram propagados naquele
período. Durante o processo de investigação desse movimento pelas autoridades,
foram encontradas obras de autores iluministas em posse dos principais
envolvidos. Além disso, devido ao seu caráter popular, a Conjuração Baiana claramente
inspirou-se em eventos como a Revolução Francesa e a Revolução Haitiana.
A
conspiração
Conforme mencionado, a falta de alimentos e a inspiração
dos ideais iluministas motivaram a população de Salvador a rebelar-se contra as
autoridades metropolitanas. Diferentemente da Inconfidência Mineira, esse
movimento teve grande adesão de grupos da camada popular, sobretudo de negros
livres que atuavam como alfaiates, soldados, meeiros etc.
A revolta fora liderada pelos alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos Santos e pelos
soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga teve início no dia 12 de agosto de 1798.
O movimento também contou com membros da elite local como
Cipriano Barata, um destacado revolucionário que atuou em diferentes movimentos
da época. Essa elite local, principalmente por causa dos acontecimentos que
transcorreram em São Domingos (atual Haiti), temia muito o surgimento de
rebeliões realizadas por negros. Assim, essa classe defendia, em geral, seus
interesses econômicos e de classe em detrimento dos interesses do povo.
Os conspiradores passaram, então, a reunir-se e a
produzir panfletos, conhecidos à época como “pasquins”. Esses folhetos foram
espalhados por diferentes pontos da cidade de Salvador e incitavam a popular a
rebelar-se contra o domínio metropolitano. As causas defendidas pelos
conspiradores podem ser resumidas da seguinte maneira:
·
Defendiam
a proclamação da República Bahinense;
·
Fim
do trabalho escravo;
·
Implantação
do livre comércio.
A divulgação dos folhetos pela cidade de Salvador, no
entanto, alertou as autoridades locais a respeito da conspiração que estava
sendo realizada. Assim, o governador da Bahia, d. Fernando José de Portugal e
Castro, ordenou que investigações fossem conduzidas para encontrar e aprisionar
os responsáveis pela divulgação dos folhetos.
As
investigações levaram à prisão de quarenta e sete pessoas, das quais três foram
decapitadas e tiveram seus corpos esquartejados, e essas partes foram colocadas
em exposição em diferentes pontos de Salvador. Enquanto alguns dos prisioneiros
foram libertados tempos depois, outros foram condenados ao degredo e enviados
para o continente africano. Portanto, a Conjuração Baiana, assim como a
Inconfidência Mineira, não
conseguiu superar a fase conspiratória.
A rigidez das punições aos envolvidos na Conjuração
Baiana evidenciou o temor que existia no Brasil a respeito de conspirações e
movimentos de caráter popular com adesão de negros. Esse temor transparecia com
a preocupação de que o que estava em curso no Haiti – uma rebelião de escravos
– acontecesse também no Brasil. Acerca disso, Boris Fausto afirma:
A severidade das penas foi
desproporcional à ação e às possibilidades de êxito dos conjurados. Nelas
transparece a intenção de exemplo, um exemplo mais duro do que o proporcionado
pelas condenações aos inconfidentes mineiros. A dureza se explica pela origem
social dos acusados e por um conjunto de outras circunstâncias ligadas ao temor
das rebeliões de negros e mulatos. A insurreição de escravos iniciada em São
Domingos, colônia francesa nas Antilhas, em 1791, estava em pleno curso e só
iria terminar em 1801, com a criação do Haiti como Estado independente. Por sua
vez, a Bahia era uma região onde os motins de negros iam se tornando
frequentes. Essa situação preocupava tanto a Coroa como a elite colonial […]
Praticando
Ensino-Aprendizagem
1.
Quais
foram os antecedentes históricos da Conjuração Baiana?
2.
Em
qual século aconteceu a Conjuração Baiana?
3.
Quais
foram os líderes da Conjuração Baiana?
4.
Quais
eram as causas defendidas pelos revolucionários baianos?
5.
“A severidade das penas foi
desproporcional à ação e às possibilidades de êxito dos conjurados. Nelas
transparece a intenção de exemplo, um exemplo mais duro do que o proporcionado
pelas condenações aos inconfidentes mineiros.”
Que historiador brasileiro faz
essa afirmação a respeito dos conjurados baianos?
6.
“Além disso, devido ao seu caráter popular,
a Conjuração Baiana claramente inspirou-se em eventos como a Revolução Francesa e
a Revolução Haitiana.”
A
afirmação acima pode ser considerada:
( ) Verdadeira ( ) Falsa
7.
“O movimento também contou com membros
da elite local como Cipriano Barata, um destacado revolucionário que atuou em
diferentes movimentos da época. Essa elite local, principalmente por causa dos
acontecimentos que transcorreram em São Domingos (atual Haiti), temia muito o
surgimento de rebeliões realizadas por negros. Assim, essa classe defendia, em
geral, seus interesses econômicos e de classe em detrimento dos interesses do
povo”.
A
afirmação acima pode ser considerada:
( ) Verdadeira ( ) Falsa
8.
“A rigidez das punições aos envolvidos
na Conjuração Baiana evidenciou o temor que existia no Brasil a respeito de
conspirações e movimentos de caráter popular com adesão de negros”.
A
afirmação acima pode ser considerada:
( ) Verdadeira ( ) Falsa
9.
“A severidade das penas foi
desproporcional à ação e às possibilidades de êxito dos conjurados. Nelas
transparece a intenção de exemplo, um exemplo mais duro do que o proporcionado
pelas condenações aos inconfidentes mineiros”.
A
afirmação acima pode ser considerada:
( ) Verdadeira ( ) Falsa
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