ESCOLA MUNICIPAL
MARIA ISABEL DANTAS — Extremoz/RN — Capim
Disciplina:
História
Professor: Luiz
Cláudio
Série: 8º Ano
Aluno: _____________________________________________
Vislumbrando o processo de independência do Brasil,
notamos que a busca por nossa autonomia política é bem anterior à chegada da
Família Real Portuguesa, em 1808. De fato, nos tempos coloniais, presenciamos a
articulação das chamadas revoltas nativistas. Sob o seu aspecto, essas
primeiras rebeliões fomentam um sentimento de autonomia, mas não são claramente
sustentadas de acabar definitivamente com as relações entre Brasil e Portugal.
Ao atingirmos o século XVIII, observamos que as
contradições entre a colônia e a metrópole se aprofundavam de um modo
diferente. Nessa época, alguns integrantes da elite econômica e intelectual da
colônia se influenciaram pelas críticas fundamentadas pelo pensamento
iluminista. De acordo com tal pensamento, as relações coloniais eram
contaminadas por práticas autoritárias que iriam contra a defesa da liberdade
dos homens.
De fato, relembrando que o século XVIII é marcado
pelo auge da atividade mineradora, vemos que Portugal desenvolveu a cobrança de
vários impostos abusivos e ampliou seus métodos de controle sobre a produção de
riqueza no espaço colonial. Em pouco tempo, discussões secretas e panfletos
misteriosos circulavam denunciando os abusos das autoridades metropolitanas e a
necessidade de completa autonomia para a resolução dos problemas sociais,
políticos e econômicos daquela época.
Mesmo que saindo em defesa do fim do pacto
colonial, vemos que muitos participantes das rebeliões separatistas não
almejavam a uma ampla transformação com a independência. Isso acontecia porque
alguns separatistas compunham a elite econômica colonial e, por tal razão, não
pretendiam abandonar os antigos hábitos que legitimavam sua situação econômica
confortável. Sendo assim, as rebeliões separatistas não raro se aproximavam de
propostas visivelmente elitistas.
A primeira das
rebeliões separatistas aconteceu em Minas Gerais (Inconfidência Mineira), quando uma série de insurretos da cidade de Vila
Rica, no ano de 1789, pretendia romper com as exigências portuguesas sobre a
exploração da atividade mineradora. No ano de 1798, a chamada Conjuração Baiana marcou época ao abrir
portas para um projeto de independência com tons mais amplos e populares. Por
fim, a Revolução Pernambucana de 1817
surgiu como último levante antes do nosso processo de independência, ocorrido
em 1822.
Inconfidência
Mineira
A Inconfidência Mineira
foi uma revolta organizada pela elite de Minas Gerais, contrariada com os altos
impostos. O levante foi denunciado antes de ser deflagrado.
A Inconfidência Mineira foi
à revolta, de caráter republicano e separatista, organizada pela elite
socioeconômica da capitania de Minas Gerais contra o domínio colonial
português. Também conhecida como Conjuração Mineira,
demonstrou a insatisfação local com a política fiscal praticada por Portugal.
Essa revolta fracassou e teve em Tiradentes um de seus participantes mais
conhecidos.
Antecedentes
Históricos
A
Inconfidência Mineira não foi o único movimento de revolta e insatisfação dos
colonos contra a Coroa portuguesa, mas, com certeza, foi um dos mais
importantes — apesar de não ter sequer sido iniciado. Foi uma de muitas
demonstrações de insatisfação da capitania das Minas Gerais com Portugal.
No século
XVIII, Minas Gerais era
a capitania mais próspera do
Brasil, fruto da atividade mineradora, que trouxe riqueza e
desenvolvimento para aquela região. Na década de 1750, Vila Rica, por exemplo,
era uma das cidades mais populosas da América Latina, com cerca de 80 mil
habitantes. Isso fazia com que a atenção de Portugal em relação a Minas Gerais
fosse relativamente maior.
A relação
entre colonos e a Coroa nunca foi boa, mas, ao longo do século XVIII,
ela foi piorando à medida que os impostos aumentavam. Ao
longo desse século, diversas revoltas aconteceram naquela capitania, e, a
partir da década de 1750, a situação agravou-se porque a política fiscal de
Portugal tornou-se mais rigorosa.
Na década de
1750, Portugal era administrado pelo Marquês de Pombal, e sua administração, conhecida como
pombalina, impôs um aumento de impostos sobre a colônia, visando a reconstrução
de Lisboa, que tinha sido destruída pelo terremoto de 1755. A continuidade de pesados
impostos levou os colonos à conspiração.
Participantes
da Inconfidência Mineira
A
Inconfidência Mineira foi uma realização da elite socioeconômica da
capitania de Minas Gerais. Tiradentes, por exemplo, foi uma
exceção, uma vez que ele não pertencia à elite da capitania. Ele era militar e
comandava a tropa que monitorava o Caminho Novo, estrada que ligava Rio de
Janeiro a Minas Gerais.
Apesar, de ser um movimento de elite, os envolvidos, com
a inconfidência eram dos mais variados ofícios, e entre os conspiradores havia
membros da Igreja Católica, magnatas da região, comerciantes, fazendeiros,
médicos etc.
Causas
da Inconfidência Mineira
Como citado, a
razão direta que levou à conspiração foi à insatisfação com a política fiscal praticada
por Portugal. Essa contrariedade sempre existiu, mas alguns acontecimentos
específicos da década de 1780 fortaleceram a ideia de rebelião e levaram a
elite local a organizá-la.
A conspiração
que fez parte da Conjuração Mineira foi iniciada em algum momento da década de
1780 (não se sabe a data com precisão). Os envolvidos estavam insatisfeitos com
os excessivos impostos e com o rigor de Portugal nessa questão, mas o que os
empurrou para a rebelião foi a constatação
de que a capitania poderia ser autossuficiente economicamente.
Assim, planejaram transformá-la numa república independente.
A insatisfação
foi transformada em ação contra Portugal, por conta das gestões de Luís da Cunha Meneses e
do Visconde de Barbacena,
ambos os governadores da capitania. O primeiro foi governador de Minas Gerais
entre 1783 e 1788, e seu governo ficou marcado pela corrupção e
pelo abuso de poder.
Ainda conseguiu irritar as elites locais ao prejudicar os interesses dessas em
benefício de seus amigos mais próximos.
Já Luís
Antônio Faro, ou simplesmente Visconde de Barbacena, assumiu o cargo em 1788,
com a instrução de alcançar a meta
de 100 arrobas de ouro estipulada pela Coroa. Se
necessário fosse, o visconde deveria realizar uma derrama, isto
é, uma cobrança obrigatória que visava cumprir a meta citada.
Foi a
possibilidade de realização de uma derrama que levou os inconfidentes (ou
conjuradores) a pegarem seu plano e colocá-lo em execução. A revolta que se iniciaria
em Vila Rica estava marcada para acontecer na data da derrama. A indignação foi
motivada pelo fato de a derrama sobrecarregar uma capitania já cheia de
impostos a pagar e que enfrentava uma crise pela redução do ouro extraído.
Quais eram os
planos dos inconfidentes?
Como
mencionado, os inconfidentes pensavam em iniciar sua rebelião no
dia que fosse estipulada a derrama. A rebelião seria iniciada em Vila Rica e
depois espalhada por toda a capitania de Minas Gerais. Para vencer pretendiam
impor uma guerra
de desgaste, que sangraria as finanças de Portugal,
forçando-a a negociar com os colonos.
Se tivessem sucesso, pretendiam:
·
Proclamar
uma república inspirada nos moldes existentes nos Estados Unidos;
·
Realizar
eleições anuais;
·
Incentivar
a diversificação econômica da capitania e instalar manufaturas;
·
Formar
uma milícia nacional;
·
Perdoar
as dívidas dos inconfidentes.
Sobre
a questão do trabalho escravo não existia consenso.
Alguns defendiam a abolição desse tipo de atividade, enquanto outros, sua
permanência. De toda forma, essa pauta estava longe de ser prioridade dos
inconfidentes. Estes também procuraram o apoio internacional, mas os franceses recusaram-se
a dá-lo, e os americanos até sinalizaram algum, mas nunca tomaram medidas
efetivas nesse sentido.
Os ideais que
inspiravam os inconfidentes de Minas Gerais baseavam-se nas ideias políticas
do Iluminismo, um movimento filosófico e artístico
que inspirou transformações também na política e deu nascimento a ideias como
a igualdade entre os homens.
A elite de Minas Gerais teve acesso a esses ideais, principalmente na
Universidade de Coimbra, em Portugal, local em que muitos dessa elite
estudaram.
Além disso, o
fato de Vila Rica ser
uma grande cidade tornava-a um importante centro cultural em Minas Gerais, o que fazia
da cidade um local que facilitava a circulação dos ideais iluministas. Uma das
manifestações dos ideais iluministas em Vila Rica deu-se por meio do Arcadismo, uma
escola literária da época. Um dos líderes da Inconfidência Mineira, Cláudio
Manuel da Costa, foi um dos grandes nomes do arcadismo no Brasil.
Resultado da
Inconfidência Mineira
A Inconfidência
Mineira ficou marcada na história brasileira como uma das maiores demonstrações
de insatisfação dos colonos contra a metrópole portuguesa. Essa conspiração, no
entanto, nunca
chegou a ser iniciada, pois foi descoberta antes de ser deflagrada.
As autoridades coloniais em Minas Gerais receberam denúncias acerca
de uma conspiração em curso.
No dia 18 de
maio de 1789, alguns dos líderes da Inconfidência foram avisados de que sua
conspiração tinha sido denunciada e que todos corriam perigo. O governador da
capitania, Visconde de Barbacena, recebeu seis denúncias, e a mais consistente
foi realizada por Joaquim Silvério dos Reis.
Joaquim
Silvério dos Reis era um fazendeiro e dono de minas de ouro. Naquela altura
(1789) estava consideravelmente endividado com as autoridades portuguesas, e,
para livrar-se de suas dívidas,
resolveu denunciar o movimento. Contou tudo, com grande detalhamento, dos
planos dos inconfidentes.
Em posse de
valiosas informações, o visconde de Barbacena ordenou a suspensão da derrama e
deu início às prisões dos
nomes denunciados. Em meio a prisões e interrogatórios, o julgamento
estendeu-se por três anos. A leitura da sentença aconteceu no dia 18 de abril
de 1792 e durou 18 horas.
As sentenças
foram variadas e algumas das penas foram: degredo para a África, prisão perpétua e morte por enforcamento.
Tiradentes e muitos outros foram condenados à morte por enforcamento, mas,
antes de execução da pena, uma carta enviada por d. Maria, rainha de Portugal,
concedeu o perdão real a todos, menos a Tiradentes.
Entre todos os
membros, Tiradentes era
o de posição social mais humilde —
ele não era membro da elite econômica de Minas Gerais. Além disso, sua função
na conspiração era de extrema importância: ele era o propagandista do movimento. Por
isso foi tirado como exemplo, e sua pena foi a única mantida.
Tiradentes
foi enforcado no
dia 21 de abril de 1792, foi também esquartejado e
partes do seu corpo foram colocadas na estrada que ligava o Rio de Janeiro a
Minas Gerais (Caminho Novo). Sua cabeça
foi colocada em exposição na praça central de Vila Rica,
atual Ouro Preto. Hoje no local existe um monumento em homenagem a esse
personagem histórico.
A
Inconfidência Mineira, portanto, fracassou. A
denúncia levou ao desmantelamento da conspiração antes que ela fosse iniciada,
e os envolvidos foram punidos, sendo Tiradentes o que recebeu a pena mais
rigorosa por parte das autoridades coloniais. Essa tentativa de levante, no
entanto, foi acompanhada de outros movimentos de insatisfação, sendo a Conjuração Baiana um desses de destaque.
Praticando Ensino-Aprendizagem
1.
O
que foram as rebeliões separatistas?
2.
Qual
a primeira rebelião separatista?
3.
Quais
as características da Inconfidência Mineira?
4.
O
que pretendiam os Inconfidentes de Minas Gerais?
5.
Quais
os participantes da Inconfidência Mineira?
6.
Quem
foi Tiradentes? Qual o seu papel na Inconfidência Mineira?
7. “A
Inconfidência Mineira, portanto, fracassou. A
denúncia levou ao desmantelamento da conspiração antes que ela fosse iniciada,
e os envolvidos foram punidos, sendo Tiradentes o que recebeu a pena mais
rigorosa por parte das autoridades coloniais.”
A respeito da questão “7” marcar Verdadeira ou
Falsa.
( )
Verdadeira ( ) Falsa
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