ESCOLA MUNICIPAL
MARIA ISABEL DANTAS — Extremoz/RN — Capim
Disciplina:
Geografia
Professor: Luiz
Cláudio
Série: 8º Ano
Aluno:
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Educação e Progresso Econômico
Uma das
maiores dificuldades que o Brasil enfrenta é a articulação de políticas
educacionais com as demandas econômicas, que podem ser capazes de produzir
ganhos de escala para a economia e para a sociedade.
A onda de
violência que atingiu a Região Metropolitana de São Paulo em 2012 provocou
muitos debates a cerca da segurança pública no Brasil. Temas como a
reestruturação da polícia, combate ao crime organizado e modificações do
sistema penitenciário foram amplamente discutidos pelo governo e mídia em
geral. Por outro lado, as causas estruturais de eventos como esse estão muito
longe de uma solução concreta, podendo ser traduzidas na ausência do Estado no
atendimento às áreas carentes no que diz respeito à habitação, saúde,
esgotamento sanitário, educação e demais requisitos para assegurar qualidade de
vida para a população.
A falta ou a
ineficácia de políticas públicas durante a consolidação do Brasil enquanto país
urbano acabou produzindo milhões de jovens sem perspectivas de um futuro
promissor. Em meio a um ambiente degradado e ao ingresso no mercado de
trabalho, principalmente através da informalidade e dos subempregos, as facções
criminosas encontraram um espaço ideal para cooptar esses jovens ao universo da
ilegalidade, movidos pelos estímulos constantes ao consumismo presentes em
todas as esferas sociais. Mas de que maneira a problemática da violência urbana
estaria relacionada à educação como vetor de desenvolvimento econômico do
Brasil?
A violência
urbana representa apenas um dos reflexos da baixa escolaridade que persiste no
país, identificada em números oficiais como 10% de analfabetismo e muitos
outros considerados analfabetos funcionais, que nem sequer acreditam que o
aumento da escolaridade pode constituir um instrumento de ascensão social. O
descrédito no sistema educacional brasileiro ficou estampado no caloroso debate
sobre as cotas nas universidades públicas. Longe de reduzir o peso dessas
análises, as cotas apontam para a raiz do problema, que é o ensino básico
fragilizado e incapaz de conduzir os alunos das escolas da rede pública aos
cursos mais concorridos das universidades mantidas pelo governo federal.
O conceito de
desenvolvimento econômico é amplo. Em tese, é o resultado de uma combinação de
políticas de planejamento em projetos sociais conduzidas pelo Estado e o crescimento
geral da economia que a iniciativa privada pode proporcionar. Nos mais
diferentes períodos do seu capitalismo tardio, o Brasil conseguiu alcançar
crescimento econômico, mas limitado a pouco setores e sujeito a crises
econômicas conjunturais e endividamento, afastando-se de um modelo de
desenvolvimento econômico.
As lacunas nas
políticas educacionais de universalização de um ensino de qualidade estão
fazendo o país ficar cada vez mais distante de outras nações emergentes, como
China, Índia e Coreia do Sul, este último apresentando indicadores sociais e
inovações tecnológicas muito próximas de países considerados desenvolvidos.
Observando mais de perto tudo aquilo que tem funcionado nos países asiáticos,
duas características chamam a atenção: o papel do Estado na idealização de
políticas educacionais e de qualificação de mão de obra - que em longo prazo
geram desenvolvimento tecnológico - e a disciplina típica da cultura oriental,
muito apreciada pelas empresas e também pelas universidades e centros de
pesquisa.
No Brasil, não
ocorreu nenhum plano ambicioso para modificar o panorama das escolas públicas,
apesar da estrutura do ensino superior do Brasil revelar excelência em ensino e
pesquisa em determinados segmentos. O que ocorre é um abismo entre as pesquisas
realizadas em nossas universidades e as demandas de mercado. São milhares de
pesquisas e trabalhos acadêmicos produzidos a cada ano, muitos desses
financiados por órgãos públicos, mas cujo conhecimento permanece restrito aos
muros das universidades. Não podemos acreditar que as necessidades do capital
privado - que variam muito - precisam figurar como o único norte para a geração
do conhecimento científico, mas o descompasso é evidente e custa muito caro ao
Estado e aos empreendedores. Ambos estão perdendo, seja por investimentos que
não apresentam o retorno almejado ou pela redução da competitividade frente aos
países que estão concorrendo com o Brasil nesse sentido.
Ao iniciar o
projeto neoliberal durante a década de 1990, o Brasil aparentemente absorveu
muito mais os aspectos nocivos da desregulamentação da economia do que aquilo
que foi preconizado como os fatores benéficos que acompanham a ideologia
neoliberal. A rapidez da abertura econômica e do processo de privatizações não
foi acompanhada por um redirecionamento das funções básicas do Estado. Uma das
premissas do neoliberalismo corresponde à descentralização da administração e
da coordenação de projetos econômicos. As parcerias público-privadas são,
certamente, um dos maiores exemplos que podem ser seguidos para a qualificação
da mão de obra almejada pelos investidores e a introdução de políticas públicas
no combate à miséria social.
Da mesma
maneira que a disciplina pode ser apontada como um dos componentes do sucesso
para o modelo asiático, é necessário considerar as potencialidades presentes em
nosso território para o fomento de um modelo brasileiro de desenvolvimento
econômico. E entre tantos potenciais, o povo brasileiro possui a criatividade,
a capacidade inata de improvisar e promover adaptações dinâmicas diante dos
desafios. É claro que quando se fala em improviso, não significa falta de
objetivos e comprometimento com metas, mas sim apostar na flexibilidade e nas
características culturais que cada região brasileira possui.
São nesses
regionalismos que residem as adaptações históricas de uma nação, que devem ser
aproveitadas para inovar, nas mais diferentes perspectivas. Empreendedores,
poder público e universidades têm a obrigação de caminhar em sintonia,
estabelecendo novas propostas de ensino, produção e disseminação de
conhecimento tendo como referência nosso capital social. Do contrário, o país
irá permanecer na dependência de lampejos de crescimento econômico, com a
presença expressiva do setor primário na composição do PIB do país, exatamente
o setor com menor valor agregado em seus produtos e com menor capacidade de
geração de empregos qualificados. E como consequência, ainda terá que encarar
por muitas décadas os mais diferentes tipos de tensão social desencadeados
pelas disparidades na distribuição de renda e recursos. Em um momento de maior
exposição do Brasil no cenário internacional e uma ligeira queda na
participação dos países tradicionais na economia mundial, é chegada a hora de o
país traçar novos rumos, para acabar de vez com o legado colonial de economia
primária, agroexportadora e excludente.
Praticando
Ensino-Aprendizagem
1.
“Uma das
maiores dificuldades que o Brasil enfrenta é a articulação de políticas
educacionais com as demandas econômicas, que podem ser capazes de produzir
ganhos de escala para a economia e para a sociedade”.
A afirmação Acima pode ser considerada
( )
Verdadeira ( ) Falsa
2. “A onda de violência que atingiu a Região
Metropolitana de São Paulo em 2012 provocou muitos debates a cerca da segurança
pública no Brasil. Temas como a reestruturação da polícia, combate ao crime
organizado e modificações do sistema penitenciário foram amplamente discutidos
pelo governo e mídia em geral”.
A afirmação Acima pode ser considerada
( ) Verdadeira (
) Falsa
3. “Por outro lado, as causas estruturais de eventos
como esse estão muito longe de uma solução concreta, podendo ser traduzidas na
ausência do Estado no atendimento às áreas carentes no que diz respeito à
habitação, saúde, esgotamento sanitário, educação e demais requisitos para
assegurar qualidade de vida para a população”.
A afirmação Acima
pode ser considerada
( )
Verdadeira ( ) Falsa
4.
O que você
entende por desenvolvimento econômico?
5.
No que diz
respeito às lacunas nas políticas educacionais de universalização de um ensino
de qualidade estão fazendo o Brasil ficar cada vez mais distante de outras
nações emergentes, como China, Índia e Coreia do Sul. Assim sendo, neste sentido, quais as duas características
marcantes destes países que nos chamam a atenção?
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