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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

BRASIL: reconhecer o histórico de racismo e preconceito contra as etnias afro e indígena.


Embora temas ligados a história e cultura afro e indígena seja obrigatório, não há, de forma efetiva cursos de formação e preparação de docentes para que trabalhem esses conteúdos, em especial nas disciplinas de História; Língua Portuguesa e Artes

Porém, o que se tem observado no âmbito escolar são profissionais despreparados para trabalhar temática étnico-racial porque nunca tiveram essa orientação ao longo da vida. Mas, de forma incipiente já é possível vislumbrar nas aulas de História do Ensino Fundamental e Médio, em algumas escolas deste Brasil de mãe preta e pai João. Diga-se, nas aulas de História, conduzidas por professores que tem alma limpa, sensibilidade e luta contra a opressão por cor; pela livre opção religiosa; pela dignidade; igualdade social; pelo respeito e direito a preservação da história; da cultura e da memória de quaisquer que sejam os povos.

Ora, mencionamos as aulas de História, pois se falarmos dos currículos ou projetos políticos pedagógicos das escolas brasileiras nos frustraremos. Haja vista que, os poucos que encontrarmos, serão documentos ultrapassados e totalmente desvinculados da realidade social.
   

Evidentemente, a invisibilidade da escola no que diz respeito aos problemas raciais no país é gritante. Também pudera a escola não tem uma política definida para incluir negros e indígenas. Será que com o estabelecimento Lei 11.645/08, que versa sobre a obrigatoriedade do ensino para as relações étnico-raciais, a dinâmica da escola brasileira mudará? Pois, num país multicultural como o Brasil, já não faz sentido não assumir os problemas raciais existentes.

Portanto, as abordagens feitas no que diz respeito aos negros e aos índios, revelam um falta de zelo na leitura dessas etnias. Ao longo da anedótica história do Brasil os povos africanos e os povos indígenas foram submetidos a todo tipo de violência, que fora desde a mental à corporal.
 
É verdadeiramente possível que encontraremos alguns poucos aspectos culturais marcantes que identifiquem, de forma geral, os grupos africanos e os grupos indígenas. O que não devemos fazer é tratar tais aspectos culturais de forma unívoca, como se não houvesse diversidade entre aqueles povos. Tal concepção fora condensada no tempo e no espaço, de maneira que até hoje nosso imaginário encontra-se impregnado de pré-conceito a respeito do negro: imoral; malandro; escravo; passivo e sem memória, já o índio é atribuído adjetivos esteriotipantes como: selvagens; preguiçosos; arredios, violentos que só tem valor quando cooperam com o branco.

Pensar no quanto tais representações foram maléficas as identidades desses povos e a partir das reflexões a que nossos questionamentos nos levam, se faz necessário sair das abstrações e sermos mais práticos nas nossas ações. Ou seja, pensar um ensino-aprendizagem sobre essas etnias como algo consistente, inclusivo, que contempla e reafirma a importância da diversidade brasileira.


Por outro lado, é importante enfatizar que, não se trata aqui e nem tampouco se tem pretensão de idealizar e achar que as matrizes afro e indígena apresentam um mundo intocável e perfeito. Pelo contrário, o que pleiteamos é a não marginalização e o respeito a essas etnias e que sejamos equilibrados o suficiente para encararmos esse problema nodoante a nossa democracia, criando propostas consistentes no sentido de reduzir as desigualdades étnico-raciais na educação brasileira.

Contudo, fazemos esse apelo por que quando tocamos nestas questões envolvendo diversidade e desigualdade no âmbito da juventude brasileira é importante destacar essa pesquisa da Juventude e Políticas Sociais no Brasil/IPEA que faz a seguinte afirmação: "47,1 % dos jovens são brancos e 52,9% não brancos (sendo 85,1% pardos, 13,5% pretos, 0,8% amarelos e 0,6% indígenas); Analfabetismo entre os jovens negros é quase três vezes maior do que entre os brancos; Frequência líquida ao Ensino Médio é 55,9% maior entre os brancos; Frequência líquida ao Ensino Superior é cerca de 3 vezes maior entre os brancos; As taxas de homicídio entre os jovens pretos e pardos é de 148,8 e 140,9 por 100 mil hab. Respectivamente, ao passo que entre os brancos é de 69,2; Os jovens pobres são majoritariamente não brancos (70,8%), enquanto os jovens brancos são 29,2% dos não pobres".

Enfim, são estatísticas assustadoras para um país multirracial, ou seja, um desafio para todos nós defensores do bem estar social da humanidade. Está aberta a discussão, como defensor da liberdade e animador cultural estou provocando o debate, na esperança de aprendermos em comunhão, como preconizava o estimado mestre Paulo Freire.

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