Nesta última publicação do
mês de dezembro de 2012 presentearemos nossos leitores com o texto: "A Importância da Oralidade", de Regiana Augusto de Matos que, uma vez tratando de oralidade, e sabendo o
quanto ela é importante para fundamentar a escrita e, sendo a
escrita uma das formas de emancipação humana, tão utilizada neste BLOG, gostaríamos de deixar essa mensagem final para que em 2013 continuemos a nos expressar, seja de forma oral ou escrita, para a transformação da sociedade.
Portanto, desejamos aos povos do mundo
inteiro, que ao longo deste ano estiveram na companhia deste humilde escriba
através do BLOG CECHAIB-MACAU, desejamos um feliz 2013, e que continuemos
juntos difundindo essa ideia mundo afora. E assim sendo, devemos sempre
acreditar que, “a relação ensino-aprendizagem deve ser um convite e um desafio
para alunos e professores cruzarem ou mesmo subverterem as fronteiras impostas
entre as diferentes culturas e grupos sociais, entre a teoria e a prática, a
política e o cotidiano, a história, a arte e a vida.” (FONSECA: 2003. pag.38).
A IMPORTÂNCIA DA ORALIDADE
Regiane Augusto de
Matos
Até os dias atuais, a
maior parte das sociedades africanas subsaariana dá grande importância à
oralidade, ao conhecimento transmitido de geração para geração por meio das
palavras proferidas com cuidado pelos tradicionalistas – os guardiões da
tradição oral, que conhecem e transmitem as ideias sobre a origem do mundo, as
ciências da natureza, a astronomia e os fatos históricos.
Nessas sociedades de
tradição oral, a relação entre o homem e a palavra é mais intensa. A palavra
tem um valor sagrado, sua origem é divina. A fala é um dom, não podendo ser
utilizada de forma imprudente, leviana. Ela tem o poder de criar, mas também o
de conservar e destruir. Uma única palavra pode causar uma guerra ou proporcionar
a paz.
Alguns ofícios
existentes nas sociedades africanas estão relacionados à tradição oral, a um
conhecimento sagrado, a ser revelado e transmitido para as futuras gerações; é
o caso dos ferreiros, carpinteiros, tecelões, caçadores e agricultores. Os
mestres que realizam essas atividades fazem-no ao mesmo tempo em que entoam
cantos ou palavras ritmadas e gestos que representam a criação.
Os griots ou
animadores públicos também são tradicionalistas responsáveis pela história,
música, poesia e contos. Existem griots músicos, tocadores de instrumentos,
compositores e cantores, os griots embaixadores, mediadores em caso de
desentendimento entre as famílias, e os griots historiadores, poetas e
genealogistas, estes são os contadores de história. Nem todos os griots têm o
compromisso com a verdade como os demais tradicionalistas. A eles é permitido
inventar e embelezar as histórias.
O aprendizado de um tradicionalista ocorre nas escolas de iniciação e no
seio da familiar, no qual o pai, a mãe e os parentes mais velhos também são os
responsáveis pelos ensinamentos, por meio de suas próprias experiências,
lendas, fábulas, provérbios e mitos sobre a criação do mundo, o papel do homem
no Universo, a existência do mundo dos vivos e dos mortos.
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