A visita
é uma resposta ao aumento de casos de intimidação e violência contra ativistas
sociais no país
Da Redação
Uma delegação internacional do “Prêmio Nobel
Alternativo” (Right Livelihood Award) visitará o Brasil entre os dias 1º e 4 de
abril para cobrar justiça e esclarecimento de crimes contra integrantes do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Comissão Pastoral da
Terra (CPT).
A visita é uma resposta ao aumento de casos de
intimidação e violência contra ativistas sociais no Brasil. Somente em um ano,
o número de ativistas ameaçados no país aumentou 117,6%. A delegação visitará a
cidade de Marabá, no Pará, região norte do país.
Entre os integrantes do grupo internacional estão
dois agraciados com o Prêmio Nobel Alternativo: Angie Zelter, representante da
organização britânica Trident Ploughshares (RLA 2001), e o biólogo argentino
Raúl Montenegro (RLA 2004).
Também participará da comitiva a integrante do
Conselho Diretivo da Fundação Right Livelihood Award (RLA) e ex-membro do
Parlamento sueco, Marianne Andersson. Segundo ela, “a delegação chegará para
expressar sua solidariedade aos ativistas brasileiros, denunciar os crimes e
ataques que estão sofrendo os lutadores sociais nesse país e exigir a
realização imediata da reforma agrária".
Violência no campo
A escolha do Pará para receber a visita da
delegação deve-se ao fato de o estado possuir as taxas mais altas do país no
que diz respeito à trabalho escravo e ameaças a defensores dos direitos
humanos, segundo o Relatório de Investigação 2005 da Federação Internacional de
Direitos Humanos (FIDH). A CPT afirma que de 29 assassinatos de ativistas
rurais brasileiros ocorridos em 2011, 12 foram no Pará. Além disso, segundo o
MST, o clima de impunidade é muito forte na região.
A CPT confirma que o número de ativistas ameaçados
no país aumentou de 125 para 347 entre 2010 e 2011, segundo o relatório
Conflitos no Campo Brasil. O caso mais recente de ataque contra ativistas
brasileiros envolvidos na luta pela reforma agrária é o assassinato de Cícero
Guedes, líder do MST, morto a tiros, no Rio de Janeiro, por pistoleiros ainda
não identificados.
Participação
A deleção internacional participará de um debate
público sobre a impunidade da qual gozam os violadores dos direitos humanos. A
atividade será realizada na Universidade do Estado do Pará (UEPA), em Marabá,
no dia 2 de abril.
Os integrantes da delegação integrarão ainda o Júri
Popular, nos dias 3 e 4 de abril, do caso do assassinato do casal de
extrativistas de Nova Ipixuna, José Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo,
ocorrido em 2011. (com informações da Comissão Pastoral da Terra).
Fonte:http://www.brasildefato.com.br/node/12486
28/03/2013
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