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sexta-feira, 29 de março de 2013

VIA CAMPESINA DEBATE ORGANIZAÇÃO POPULAR NO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL



Para Josie Riffaut, presença de movimentos sociais no Fórum é fundamental para que a luta social seja lembrada em qualquer atividade com a pretensão de reais transformações.

 
Luiz Felipe Albuquerque da Página do MST
 



 
Centenas de milhares de pessoas de todo o mundo marcharam pelo centro de Túnis, capital da Tunísia, ontem (26/3) para dar início ao 13º Fórum Social Mundial 2013. A expectativa é que cerca de 100 mil pessoas, entre integrantes de movimentos sociais, sindicatos e associações participem das atividades que começaram hoje e acontecem até o dia 30 de março.

Presente em todas as edições dos Fóruns, a Via Campesina, organização que integra diversos movimentos sociais do campo no mundo inteiro, é um dos principais movimentos que procuram pautar a questão da soberania alimentar e o papel fundamental dos camponeses em torno desse debate, ao denunciar os males do agronegócio presentes em diversas partes do mundo.

Para Josie Riffaut, membro da Via Campesina Internacional, a presença dos movimentos sociais no Fórum é fundamental “para que sempre seja lembrada a importância da luta social em qualquer atividade que se faça com a pretensão de reais transformações da sociedade”.

Confira abaixo a entrevista de Josie Riffaut para a página do MST:

PÁGINA DO MST - O fórum foi oficialmente aberto com uma marcha no centro de Túnis. Nos próximos dias de evento, a organização estima 1.500 atividades, desde palestras a mesas-redondas. O que a Via Campesina espera do Fórum Social Mundial 2013?

JOSIE RIFFAUT - O fórum é um espaço importante de discussão sobre os diversos problemas pelos quais passa o mundo, desde as questões sociais, ambientais e de soberania alimentar. Acreditamos que temos que contribuir com todos esses povos que buscam mudanças, lutam por dignidade e democracia.

Apoiamos todas as atividades no mundo que buscam fazer algo para mudar o sistema e fazer revolução. É muito importante também pautar o papel e as questões camponesas, ainda mais quando este setor foi protagonista em diversas revoluções. 

Muitas vezes, quando falamos de progresso, pensamos num futuro sem camponeses. E viemos aqui para dizer justamente o contrário, os camponeses tem um papel decisivo no mundo, ao garantir a produção de alimentos saudáveis, as preservação das sementes crioulas, a soberania alimentar e denunciar o projeto que busca destruir tudo isso: o agronegócio.

 PÁGINA DO MST -  Como se dá essa questão na Tunísia? Há movimentos organizados do campo?

JOSIE RIFFAUT - Na Tunísia praticamente não se tem movimento camponês organizado. E nossa presença aqui também tem essa importância, de dialogar com essa população e buscar construir algo em conjunto e contribuir no processo de luta. Por isso viemos com uma grane delegação e estamos organizando bons eventos para intercambiar nossas experiências, mostrar o que estamos fazendo e tentar construir coisas em comum.

PÁGINA DO MST - Qual a importância da presença e o papel dos movimentos sociais nos FSM?

JOSIE RIFFAUT - Nosso papel é encontrar soluções para a resistência, integrar nossas diversidades culturais, religiosas, de tradições. Os movimentos sociais no Fórum são fundamentais para que sempre seja lembrada a importância da luta social em qualquer atividade que se faça com a pretensão de reais transformações da sociedade, a necessidade de estar organizado para a resistência e o enfrentamento, e ter no horizonte a busca por mudanças estruturais na sociedade, pressuposto imprescindível para que se tenha verdadeiras transformações.

Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/12479
27/03/2013

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