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domingo, 24 de janeiro de 2016

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO: APPLE, MICROSOFT E SAMSUNG FAZEM PARTE DE CADEIA QUE UTILIZA O TRABALHO INFANTIL.

De acordo com um documento produzido pela Anistia Internacional ao lado da ONG Afrewatch, da República Democrática do Congo, empresas como a Apple, a Microsoft, a Sony, a Samsung e a Volkswagen se beneficiam em sua linha de produção de um tipo de cobalto que é extraído utilizando mão de obra de crianças em condições precárias.
“Nós morremos por isso: abusos de direitos humanos na República Democrática do Congo move o mercado global de cobalto”, apontou o relatório que apresentou o caminho da matéria prima desde sua extração, à fabricação de baterias utilizadas em carros, telefones celulares, tablets, entre outros equipamentos das indústrias citadas.
A principal compradora do cobalto do Congo é a internacional chinesa Congo Dongfang Mining International (CDM), uma subsidiária da Huayou Cobalt. Esta, por sua vez, processa o metal  e os vende para as grande produtoras (Apple, Samsung, Microsoft, Huawei, Lenovo, Dell, Volkswagen, HP, LG, Mercedes e Sony).
Apesar de todas elas estarem nas listas de negócio da fabricante de bateria, algumas das empresas como Samsung, Mercedes, Sony, Huawei e Volks alegaram não importar o material da Huayou Cobalt. No entanto, nenhuma delas disponibilizou documentos suficientes para verificar realmente de onde teria vindo o cobalto de seues produtos.
De acordo com a Anistia Internacional, as condições de trabalho são extremamente precárias para estes que o fazem, com cargas horárias bastante desreguladas, que chegam a alcançar 12 horas por dia dentro de minas sem a utilização de proteção. O lucro diário é de apenas 2 dólares pela jornada.
No país em questão, mais de 40 mil crianças foram contabilizadas como trabalhadoras nas minas do Sul. Além disso, entre os meses de setembro de 2014 e dezembro de 2015 pelo menos 80 mineradores morreram em serviço, fora os vários acidentes que acontecem e não são registrados.
“Sem leis que obriguem empresas a checar e divulgar informação sobre a origem dos minérios e seus fornecedores, as empresas podem continuar a se beneficiar de abusos de direitos humanos”, comentou o pesquisador da Anistia Internacional, Mark Dummer. “Empresas cujos lucros globais chegam a US$ 125 bilhões por ano não podem dizer coerentemente que são incapazes de determinar de onde vêm minerais essenciais de seus produtos”, completou Mark.
19 de janeiro de 2016


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

INDÍGENAS DE VÁRIAS ETNIAS OCUPAM SEDE DA FUNAI NO AMAZONAS

No protesto, manifestantes acusaram o coordenador da fundação na cidade de Atalaia do Norte de não dialogar com o povo da área.
Da Redação

Índios  de diversas etnias mantém ocupada, desde terça-feira (19), a sede da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), no município amazonense de Atalaia do Norte, a 1139 km da capital Manaus.
O Protesto reúne 130 pessoas, sendo 62 da etnia Matís e as demais dos povos Morubo e Mayoruna. Eles ocuparam a sede munidos de arcos e flechas e retiraram do prédio da instituição o coordenador da região, Bruno Pereira, e todos os funcionários.
“Pedimos a saída do Bruno e o cumprimento de promessas feitas aos indígenas que nunca aconteceram. O Bruno não respeitou o povo Matís e não atendia o povo. Não dialogava com nosso povo", disse Marcelo Matís, que reforçou que eles só vão desocupar a sede após a FUNAI acatar a sugestão de nome dos indígenas para a coordenação da área.
Por outro lado, a fundação respondeu às críticas dizendo que mantém um diálogo aberto com os Matís e acredita que "no diálogo como meio de encontrar soluções pacíficas para a questão".
A região da Terra Indígena (TI) do Vale do Javari é muito conflituosa por conta do recente contato entre algumas tribos. De acordo com o instituto, existem na TI 16 tribos isoladas e 4,5 mil indígenas de contato permanente. Dois grupos estão em recente contato e, desde então, diversos confrontos ocorreram, inclusive, resultando em mortes.
Um dos casos aconteceu em dezembro de 2014 quando duas lideranças Matís foram assassinadas durante conflito com índios isolados do povo Korubo, na aldeia Todowak. O Ministério Público Federal (MPF) recebeu a denúncia e iniciou apuração do caso. Mas, após um ano do crime, o inquérito ainda não foi concluído porque o MPF aguarda respostas da FUNAI sobre o atendimento no Vale do Javari.
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/

22/01/2016

SE UM NEGRO ERRA, CULPAM A TODOS OS OUTROS; QUANDO É UM BRANCO, É CASO ISOLADO, DIZ ATIVISTA DOS EUA

Para Ashley Yates, articuladora do #BlackLivesMatter, o que aconteceu com Michael Brown em Ferguson fez com que os moradores negros da cidade dissessem “já chega” para violência policial.
Por Vitor Taveira,Do Opera Mundi






No ano passado, a morte do jovem negro Michael Brown, depois de diversos disparos feitos por um policial branco, causou uma onda de protestos em Ferguson, na periferia de Saint Louis (Missouri), nos Estados Unidos. As manifestações promoveram o debate sobre racismo e violência policial e ajudaram a impulsionar a campanha #BlackLivesMatter (Vidas Negras Importam).
Convidada para um debate sobre juventude e segurança pública no evento Emergências, realizado no Rio de Janeiro no começo de dezembro, a ativista Ashley Yates, que participou dos protestos de Ferguson e é articuladora da #BlackLivesMatter, convidou os participantes a fechar os olhos por um instante e imaginar uma local e situação em que se sentissem seguros. Após abrir os olhos, provocou: “alguém aqui imaginou policiais neste lugar seguro?”.
Ativa nas redes sociais como Twitter e Instagram, com a alcunha de Brown Blaze, Yates conversou com Opera Mundi na capital fluminense.
Opera Mundi: Que semelhanças vê entre o Brasil e os Estados Unidos em relação ao tema racial e à repressão policial?
 Ashley Yates: Saint Louis, de onde venho, é um lugar muito segregado entre brancos e negros. Eu ouvi que Brasil também é assim, que há racismo. Aqui mataram cinco garotos em um carro e eu li na internet que a polícia ficou ao redor, não socorrendo depois de atirar, mas olhando a comunidade reclamando para fazer algo. E assim foi em Ferguson, eles deixaram Mike Brown na rua por 4 horas e meia. Não só o mataram, mas o deixaram na rua como se fosse um cachorro, como se uma vida negra não importasse, como se não fosse um humano.
Opera Mundi:  Por que a morte de Michael Brown teve tanta repercussão?
 Ashley Yates: As pessoas da vizinhança começaram a sair de suas casas e a chamar outras. Sabiam que alguma coisa estava errada, que algo estava acontecendo. Na cidade de Saint Louis, há muita pobreza, o sistema escolar é muito ruim, especialmente para as pessoas negras, o índice de encarceramento é muito alto. Sempre somos assediados pela polícia, eles vêm nos violentam e matam. Quando se mata alguém numa cidade tão tensa, acontece esse tipo de revolta.
Nos Estados Unidos, já havia casos como o assassinato de Trayvon Martin em 2012, em que muitas pessoas ficaram furiosas. Na cidade de Saint Loius, nós sabíamos que, se houvesse um caso desses, as pessoas seriam capazes de se organizar.  O caso de Mike Brown fez com que as pessoas dissessem “já basta”, que esse seria o último caso, e decidiram agir.
Opera Mundi: Como a mídia cobriu o tema e qual a importância da Internet para difundir informações?
 Ashley Yates: No primeiro momento, quando mataram Mike Brown, nem mesmo disseram seu nome, atuando como se fosse um cachorro. A mídia disse apenas “é um homem”. Ele tinha 17 anos, eu não sei quem é homem ou mulher aos 17 anos. Era uma criança, um jovem. Eles diziam que sua família era pobre e que mereceu isso. 
Depois disso, durante os protestos nos reprimiram jogando gás lacrimogêneo. Transmitiam na TV ao vivo, diziam que tínhamos armas, mas não era verdade. E mostramos na internet que não era nada disso, colocamos vídeos mostrando que as pessoas eram pacíficas, tinham suas mãos levantadas, que havia crianças lá. Então fomos capazes de mostrar que o que os meios de comunicação diziam era uma mentira e que nós estávamos dizendo a verdade. Mas isso só foi possível por causa da internet, porque a mídia não estava nos ajudando.
Opera Mundi: Seria diferente se Mike Brown fosse branco?
 Ashley Yates:  Sim. Você nunca vai ver nos Estados Unidos um branco sendo morto pela polícia e deixado na rua por quatro horas e meia. Isso é o que costuma acontecer desde tempos da escravidão. Como nos linchamentos, em que penduravam o pescoço dos escravos numa árvore e os deixavam lá, para que todos pudessem ver e dizer “isso é o que acontece com pessoas negras”. Parece um linchamento de hoje, só que não o penduraram numa árvore, o deixaram morto na rua.
Você não vê isso acontecer com uma pessoa branca porque se considera que eles têm dignidade, suas vidas importam e nunca serão deixados na rua. Então seria diferente porque isso nunca aconteceria.
Opera Mundi:  Qual a importância da campanha #BlackLivesMatter?
 Ashley Yates:  É imensa. #BlackLivesMatter significa que todas as pessoas importam: homem, mulher, crianças, pobres, ricos, educados, não educados. Não importa de onde você vem, se você é uma pessoa, sua vida tem valor.
Dizer que as vidas negras importam não quer dizer que outras vidas não importam. Nós sabemos que geralmente as vidas negras são as que têm menos valor. Se nós dizemos que a vida que tem menos valor importa, então todas as vidas importam.
Temos uma cor diferente, por isso somos vistos de outra maneira. A campanha #BlackLivesMatter mostra isso para todos, que vidas as negras importam, que nós temos dignidade. As palavras escolhidas são muito importantes porque no fundo estão dizendo: “parem de nos assassinar”.
Opera Mundi: E é preciso que toda sociedade norte-americana tenha consciência...
 Ashley Yates:  Atualmente, a sociedade norte-americana está muito irritada com os muçulmanos, no que chamamos de islamofobia. A maioria dos muçulmanos tem pele escura. Essa é uma nova maneira de odiar pessoas que não são como você.
Quando dissemos que vidas negras importam, isso inclui os muçulmanos. Também estamos combatendo a islamofobia. Sabemos que os muçulmanos estão sendo associados ao terrorismo e enfrentando perseguição. Recentemente tivemos um tiroteio na Califórnia e disseram “os muçulmanos fizeram isso”, então agora todos odeiam os muçulmanos.
Mas, quando um homem branco matou dez pessoas em Shelton (Oregon), ninguém disse “os cristãos fizeram isso”, ninguém disse “as pessoas brancas são más”.  Quando alguém de pele escura faz algo, culpam a todos nós; quando alguém branco faz algo de ruim, apenas ele é culpado. O que estamos dizendo é que se isso segue acontecendo, todos temos que nos levantar juntos, porque todas as vidas importam.
Opera Mundi:  A campanha #BlackLivesMatter consegue influenciar de alguma maneira nas plataformas das pré-campanhas presidenciais que estão acontecendo nos Estados Unidos?
 Ashley Yates:  É difícil, pois eles tentam nos ignorar. É por isso que nós protestamos, porque quando milhares de pessoas saem às ruas, você não pode ignorá-las, fechar os olhos e dizer que não está vendo. Essa luta é difícil, mas temos feito alguns avanços, como, por exemplo, na proposta de reforma na justiça criminal, presente em algumas campanhas, pois a maioria das pessoas presas não devia estar lá. Alguns estarão na cadeia por 30 anos por crimes menores como pequeno porte de drogas como maconha.
O que acontece é que os políticos apoiam a polícia e dizem “eles são boas pessoas”. Fica parecendo que nós somos pessoas más. Dizem que temos que apoiar nossa polícia porque ela nos mantém seguros. E nós dizemos que a polícia não nos mantém seguros.
É difícil caminhar juntos nisso, mas estamos trabalhando nesse sentido, as pessoas estão vendo que, quanto mais barulho fizermos, quanto mais gritarmos, quanto mais falarmos sobre violência, as outras pessoas não podem nos ignorar e vão entendendo que polícia pode não ser segura. E então se perguntar: como podemos estar seguros? Isso exige uma mudança de pensamento, e mudar a mentalidade das pessoas é um processo lento, mas estamos avançando.
Opera Mundi:  O que Brasil pode aprender da experiência americana?
 Ashley Yates:  Que a polícia não mantém as pessoas seguras. Ninguém se sente seguro com a polícia em seu redor. Ninguém se sente mais seguro com alguém com uma arma perto de você, que pode atirar e te matar.
Tragédias como a de Ferguson fazem as pessoas se sentirem revoltadas e sem segurança, faz com que a vizinhança condene a ação policial, faz repensar sobre como a polícia deveria ser, qual a quantidade de polícia que precisamos, ou mesmo se realmente precisamos da polícia.

Acho que também serve se estamos realmente articulados, porque tentam nos separar, entre brancos e negros, pobres e ricos e o #BlackLivesMatter está mostrando aos Estados Unidos que todos somos humanos, fazendo aprender como dialogar uns com os outros, como levar as coisas sendo diferentes, como estar juntos numa mesma ideia. Não acho que seja o caso do Brasil aprender conosco, mas de compartilharmos um com o outro nossas experiências.

Fonte: http://www.brasildefato.com.br/
17/12/2015



GRUPOS RELIGIOSOS SE REÚNEM NO MASP CONTRA A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

São esperadas mais de duas mil pessoas para evento no dia 21 de janeiro, Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
Por Norma Odara,De São Paulo (SP)
  






O Brasil estabeleceu o princípio da separação entre Estado e Igreja desde a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. O princípio da laicidade foi reafirmado na Constituição de 1988, mas desde então não vem sendo cumprido.
Grupos e vertentes de diferentes religiões se encontrarão na próxima quinta-feira (21), no Vão Livre do Masp, às 19h, contra a intolerância religiosa. Para os grupos, durante 2015, a questão se agravou. A expectativa é reunir duas mil pessoas.
Roger Cipó, que professa o candomblé, é mobilizador do ato e tem projetos fotográficos e pesquisas que buscam desmistificar as religiões de matriz africana, quebrando estereótipos e revelando a crença, concepções, luta e dignidade do povo negro.
“Quero evidenciar que estamos indo para rua no sentindo de, juntos, mostrarmos que o povo de santo é uma unidade. Queremos mostrar nossa força de organização para a sociedade. A gente precisa ser visto e mostrar nossos direitos. Vamos todos de branco, porque o branco é o símbolo universal da paz - a paz entre os povos, a paz entre as religiões - e o símbolo universal da nossa religião”, afirma.
Apoio
Para a monja Coen, que reside no templo budista Tenzui Zenji, em São Paulo, onde é presidenta do Conselho Religioso da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil e do ViaZen/VilaZen do Rio Grande do Sul, são lamentáveis as demonstrações de ódio e intolerância contra as religiões de matrizes africanas. “É preciso educar, conhecer para respeitar. Muitas pessoas desconhecem outras tradições espirituais e limitadas pela ignorância, atacam, insultam. Geralmente as pessoas mais fracas são as mais agressivas e abusivas. Quem discrimina, é intolerante, não é um ser humano forte. Pelo contrário, deve ser apiedado e reeducado, pois desconhece e teme por desconhecer”, afirma a monja.
Franklin Felix é espírita e um dos idealizadores do Movimento Espírita pelos Direitos Humanos e facilitador regional da Rede Ecumênica da Juventude (Reju). Ele participará do ato na quinta-feira e tem mobilizado sua comunidade para luta pelo Estado Laico e contra a intolerância: “Temos utilizado, como forma de mobilizar, nosso programa Mutirão, na Rede Boa Nova de Rádio e a fanpage Espiritismo e Direitos Humanos. Como Reju, estamos protagonizando a campanha '#VistoBranco', '#ContraaIntolerância' e' #EstadoLaicoDeFato'”, finaliza.
Violência
O dia 21 de setembro é, desde 2007, o dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, em homenagem a ialorixá Gildásia dos Santos, que veio a falecer depois de ter seu terreiro invadido por evangélicos, que depredaram o espaço e agrediram seu marido física e verbalmente. 
Dados de um relatório preliminar da Comissão de Combate a Intolerância Religiosa (CCIR), divulgados em 2015 revelam que, de janeiro de 2011 a junho de 2015, o disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República recebeu 462 denúncias sobre discriminação religiosa. Além disso, o documento mostra um aumento na intolerância religiosa virtual.
As denúncias envolvendo religiões de matrizes africanas são as mais registradas. O Centro de Promoção de Liberdade Religiosa e Direitos Humanos (Ceplir) diz que quase mil casos de intolerância religiosa foram registrados no Rio de Janeiro, entre julho de 2012 e dezembro de 2014. Destes casos, cerca de 71% são de intolerância contra religiões afro-brasileiras.
Resistência
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou o dia das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações da Umbanda e do Candomblé. O Projeto de Lei 1552/2015, de autoria da Deputada Estadual Clélia Gomes (PHS), foi sancionado pelo governador do estado de São Paulo e garante o dia 30 de setembro para os festejos.
Em sua página a deputada comenta a importância da aprovação da data e a memória de religiões seculares e preteridas no Brasil: “O povo de Candomblé e da Umbanda, bem como todos os povos tradicionais do Brasil, necessita e merece ter espaço e voz no nosso país. E nada mais reconhecedor do que se instituir o Dia das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações da Umbanda e Candomblé”.

Fonte: http://www.brasildefato.com.br/
20/01/2016


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

SECA NA ETIÓPIA É UMA AMEAÇA TÃO SÉRIA PARA CRIANÇAS QUANTO A GUERRA NA SÍRIA, ALERTA ONG

Segundo dados da ONU, a pior seca na nação africana em 30 anos impacta na vida de 400 mil crianças, que estão sofrendo de 'severa desnutrição aguda'.
Do Opera Mundi
Unicef/Flickr
A ONG internacional Save The Children declarou neste domingo (17) que a pior seca dos últimos 30 anos na Etiópia faz tão mal às crianças do país africano quanto a atual situação a que os menores estão submetidos na guerra na Síria. 




"Nós temos duas emergências no mundo que nós classificamos na categoria 1: A Síria em primeiro e a Etiópia em segundo. Nós precisamos levantar 100 milhões de dólares para dar uma resposta a isso", afirmou Carolyn Miles, diretora-executiva da ONG, à Al Jazeera. Segundo ela, a seca representa uma "ameaça de grande potencial" às crianças.

Segundo dados divulgados nesta semana pela ONU, a forte seca na nação africana impacta na vida de 400.000 crianças, que estão sofrendo de "severa desnutrição aguda". Além disso, a atual situação ameaça a segurança alimentar de mais de 10 milhões de pessoas, apontam relatórios das Nações Unidas.

Para a FAO (agência da ONU para Alimentação e Agricultura), o principal responsável pela condição climática na Etiópia é o fenômeno El Niño, o mais forte das últimas décadas, que causou inúmeras perdas de cultivos e dizimou os rebanhos de gado no país do Chifre da África.
"As perspectivas para 2016 são muito desalentadoras", disse o representante da FAO na Etiópia, Amadou Allahoury, à Agência Efe, completando que, após duas temporadas seguidas de perdas agrícolas, a campanha que começa agora será "decisiva" para evitar que a situação piore.

O novo plano da FAO, que requer em uma primeira fase de emergência US$ 50 milhões, busca ajudar 1,8 milhão de agricultores e criadores de gado em 2016 para aumentar sua produção e sua renda. A iniciativa também contempla outras medidas, entre elas, a distribuição de sementes, rações e vacinas para animais.

"Estou com medo pelas pessoas agora e estou com medo pelas crianças, pois não há chuva e, se não houver chuva, as pessoas vão morrer. Não há comida. Não há leite", afirmou o etíope Mohammed Dubahala, pai de dez crianças, em entrevista à Al Jazeera. Ele ainda disse que antes da seca ele tinha 53 vacas, mas agora só tem cinco.

Fonte: http://www.brasildefato.com.br/

18/01/2016