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quarta-feira, 28 de julho de 2021

1º Ano Sociologia 28/07/2021

 Padrões Culturais


 


 

Após assistir ao vídeo aula responda a  atividade proposta

 

Praticando

 

 

 

1.   O que os estudiosos começaram a perceber a partir do século XIX de acordo com o vídeo-aula?

2.   O que são padrões culturais? Explique

3.   Qual o conceito de cultura na visão de Franz Boas?

4.   Segundo a visão das antropólogas norte-americanas, Franz Boas e outros antropólogos qual seria um dos elementos centrais de percepção do mundo? Explique.

5.   Qual a cultura que Ruth Benedict pesquisou durante Segunda Guerra Mundial?

        6. Quais foram às antropólogas que tiveram grande influência no pensamento feminista?

        7. . Segundo essas Antropólogas, como  analisavam o papel da mãe? Explique.  

        8. Qual a referência que o vídeo-aula faz a Karl Marx. Explique.

         9. Qual é a linha evolutiva traçadas por essas antropólogas? Explique.

       

2º ANO HISTÓRIA 28/07/2021

 

REVOLUÇÕES INGLESAS

 

As Revoluções Inglesas, ocorridas no século XVII, foi um dos principais acontecimentos da Idade Moderna. Foi considerada as primeiras das grandes revoluções burguesas, isto é, as revoluções encabeçadas por lideranças da burguesia europeia, que havia se tornado expressivamente forte, do ponto de vista econômico, ao longo dos séculos XVI e XVII, e que precisava alcançar legitimidade política.

Com o processo da revolução, a burguesia da Inglaterra, por meio de uma guerra civil e da atuação do Parlamento, conseguiu combater o Estado absolutista desse país e reformular a estrutura política, que culminaria na modelo da Monarquia Parlamentarista em 1688.

Podemos dividir o processo histórico das Revoluções  Inglesas em quatro fases principais:

1) Revolução Puritana e a Guerra Civil;

2) República de Oliver Cromwell;

3) Restauração da dinastia dos Stuart;

4) Revolução Gloriosa.

 

Antecedentes históricos das Revoluções  Inglesas

 

Durante grande parte do século XVI, a burguesia inglesa esteve bem articulada com os nobres e os reis pertencentes à dinastia Tudor (Henrique VIII e sua filha Elizabeth), que consolidaram a Reforma Anglicana.

reforma religiosa de Henrique VIII proporcionou grandes benefícios financeiros tanto para nobres quanto para burgueses da Inglaterra. Isso porque teve início o processo de conversão das antigas terras feudais, de domínio da Igreja Católica, em propriedades privadas, o que possibilitou a formação dos cercamentos e dos arrendamentos que foram vendidos aos burgueses que pretendiam explorar minas de carvão ou praticar alguma atividade agrícola.

Além disso, a ruptura com a Igreja Católica (que não era apenas uma instituição com poder espiritual, mas detentora de um poder político continental, ao qual boa parte das Coroas europeias estava ligada) dispensou a Inglaterra de pagar tributos para Roma, bem como colocou a marinha inglesa em flagrante rivalidade com os navios dos países católicos, sobretudo com os espanhóis. Muitos piratas ingleses, conhecidos como “lobos do mar”, atacavam navios espanhóis e levavam sua mercadoria (na maior parte das vezes, metais preciosos) para Inglaterra, o que contribuía para o aquecimento do mercado interno do país.

Como se vê, as principais ações políticas dos Tudor acabaram proporcionando uma grande ascensão da burguesia, de modo que no fim do século, na década de 1590, os burgueses já tinham grande força representativa na chamada Câmara dos Comuns (uma das câmaras do Parlamento Inglês, que tinha como oposição a Câmara dos Lordes, isto é, dos nobres apoiadores da Coroa). O problema é que essa força adquirida pela burguesia estava associada ao puritanismo (o calvinismo inglês), que era a religião que mais atraía a burguesia e que dava suporte ideológico para o radicalismo político antiabsolutista.

 

Somou-se a isso o fato de que os nobres e a Coroa viam-se ameaçados pela capacidade da burguesia puritana de acumular riquezas. Enquanto a renda da burguesia era oriunda do trabalho e de investimentos financeiros, a renda dos nobres advinha de privilégios hereditários, da cobrança de impostos e da formação de monopólios estatais ao modo mercantilista. Os monarcas que sucederam os Tudor, isto é, os Stuart, perceberam que, se não freassem a burguesia no campo político, a estrutura monárquica estaria fadada à ruína.

O primeiro monarca da dinastia Stuart foi Jaime I, que governou de 1603 a 1625. Para tentar adequar a Coroa à nova realidade financeira da Inglaterra e controlar a ascensão da burguesia, Jaime I passou a tomar duas medidas principais: 1) aumento de impostos e estabelecimento de empréstimos forçados; e 2) a formação de monopólios estatais como forma de participação nos rendimentos dos negócios burgueses. Além disso, Jaime deflagrou uma perseguição religiosa aos puritanos. Confrontado pela Câmara dos Comuns, dissolveu o Parlamento, que ficou inativo de 1614 a 1622.

Com a ascensão de Carlos I, filho de Jaime, ao trono, em 1625, houve uma nova tentativa de acordo entre a Coroa e o Parlamento para que houvesse um novo aumento de impostos. A Câmara dos Lordes ficou a favor do rei, mas a Câmara dos Comuns novamente o confrontou. O rei decidiu então dissolver novamente o Parlamento, que ficou inativo até 1640. Em 1640, Carlos I entrou em um novo conflito contra a Escócia e precisou novamente do tributo dos burgueses para bancar a guerra, convocando, assim, mais uma vez, o Parlamento. Novamente a Câmara dos Comuns recusou-se a ajudá-lo. Mas ao contrário do que ocorrera antes, os burgueses puritanos prepararam-se para um enfrentamento total contra o rei e a nobreza.

Um líder radical puritano chamado Oliver Cromwell organizou um exército burguês conhecido como exército dos Cabeças redondas por se recusarem a usar as perucas dos nobres. Esse exército deflagrou guerra contra a Coroa, que foi defendida pelos Cavaleiros”, isto é, o exército tradicional da nobreza. Teve assim início a Revolução Puritana, ou Guerra Civil Inglesa.

 

 

Revolução Puritana e Guerra Civil (1640-1649)

 

A guerra civil entre a burguesia puritana e a Coroa ficou mais intensa quando, em 1642, Oliver Cromwell convocou a base da pequena burguesia e de camponeses para formar o Novo Exército Modelo (New Model Army).

Nessa base, destacaram-se os Diggers e Levellers, que se caracterizaram por sua radicalidade política em assuntos como reforma agrária (Diggers) e igualdade de diretos entre todos os cidadãos (Levellers). Com o Novo Exército Modelo, Cromwell conseguiu esmagar as forças da Coroa. Em 1649, a ala radical burguesa exigiu a decapitação de Carlos I, que ocorreu no dia 31 de janeiro.

 

 

 

 

 

República” de Oliver Cromwell (1649-1658)

 

Em 19 de maio de 1649 foi proclamada a República, e Cromwell recebeu do Parlamento o título de Lord   Protector (Lorde Protetor da República). Muitas transformações políticas operadas por Cromwell beneficiaram a burguesia que foi por ele liderada na Guerra Civil. Uma dessas transformações foi possibilitada pelos chamados Atos de Navegação, aprovados em 1650, que restringiam o transporte de produtos ingleses apenas aos navios da própria Inglaterra.

No entanto, a exemplo dos monarcas autoritários que havia combatido, Cromwell acabou por se voltar contra o Parlamento. Em 1653, ele o dissolveu com o auxílio do Exército burguês e instituiu uma ditadura aberta, que teve como característica principal a execução das lideranças que o ajudaram a formar esse mesmo Exército, isto é, os Diggers e Levellers, como diz o historiador Christopher Hill, em sua obra A Revolução Puritana de 1640:

“A história da revolução inglesa de 1649 a 1660 pode ser contada em poucas palavras. O fuzilamento por Cromwell dos Levellers, em Burford, tornou absolutamente inevitável a restauração da monarquia e dos senhores, pois a ruptura entre a grande burguesia e a pequena nobreza, por um lado, e as forças populares, por outro, significava que o seu governo só poderia ser mantido por um exército (o que, em longo prazo, provou ser extraordinariamente dispendioso e de difícil controle) ou por um compromisso com os representantes da velha ordem que restavam.”

Um tempo mais tarde, em 1657, Cromwell propôs um novo acordo com os parlamentares e reabilitou o Parlamento inglês. Todavia, antes que esse acordo pudesse vigorar, Cromwell faleceu (1658). Em seu lugar, assumiu seu filho, Richard Cromwell, que não tinha o mesmo prestígio que o pai, sobretudo frente às classes mais radicais da burguesia. Temendo um levante popular e uma nova guerra civil, o Parlamento fez uma manobra arriscada: convocou Carlos II, filho do rei decapitado, para assumir o trono e restaurar a dinastia dos Stuart.

 

Restauração da dinastia Stuart (1660-1688)

 

Em 1660, Carlos II assumiu o trono prometendo respeitar os interesses do Parlamento. Mas logo começou a se articular com antigas lideranças da nobreza para restaurar o absolutismo, aproximando-se da França de Luís XIV. Entretanto, a realidade social já era bem diferente de quando seu pai havia reinado e, não conseguindo uma nova composição tradicional, Carlos II iniciou uma ampla perseguição religiosa contra os calvinistas.

Essa perseguição tinha como pano de fundo também a aproximação de Carlos II de membros da Igreja Católica. Apesar de anglicanos, os Stuart mantinham boas relações com os membros do clero, os quais ainda possuíam grande influência social, além de posse de terras.

O Parlamento, composto por maioria puritana, ao repudiar as ações de Carlos II, viu-se novamente vítima do autoritarismo: o monarca dissolveu-o em 1681 e governou sozinho até a sua morte, em 1685. Seu irmão, Jaime II, assumiu o torno, reativou o Parlamento, mas procurou dar seguimento às ações de Carlos II, no que se refere à restauração do absolutismo. No entanto, Jaime II foi mais além, convertendo-se ao catolicismo e decretando uma série de medidas que beneficiavam os católicos, como a isenção de impostos. Novamente, a reação do Parlamento foi imediata. Temendo que Jaime reivindicasse apoio da França, os membros do Parlamento trataram de organizar uma manobra política que evitasse um possível conflito armado.

 

Revolução Gloriosa e a fundação da Monarquia Parlamentarista

 

A manobra consistiu na convocação da filha de Jaime II, Maria II, à época casada com Guilherme de Orange, governador dos Países Baixos, para assumir com o marido o trono da Inglaterra. Guilherme de Orange, inicialmente, não viu com bons olhos o plano, imaginando que sua esposa, como herdeira legítima, teria mais poderes que ele. Contudo, mesmo assim, ainda em 1688, Guilherme invadiu a Inglaterra com seu exército para depor Jaime II e apoiar o Parlamento.

A Cavalaria da nobreza, que também estava descontente com o rei, em vez de defendê-lo, aliou-se a Guilherme. A Jaime II, já sem defesa alguma, Guilherme de Orange permitiu a fuga para a França, onde o monarca permaneceu exilado até o último dia de vida.

Guilherme de Orange assumiu o trono inglês como Guilherme III. Por sua ação militar não ter resultado em guerra e derramamento de sangue, ela recebeu o nome de Revolução Gloriosa. O Parlamento, contudo, estabeleceu diretrizes novas para Guilherme e Maria antes de coroá-los. Ambos os reis tiveram que se comprometer a cumprir a chamada Declaração de Direitos de 1689 (Bill Of Rights). 

A Declaração de Direitos limitava a ação dos reis, de modo a impedir qualquer retorno do absolutismo. Os reis passaram a ter o poder restrito, e o poder de decisão política concentrou-se no Parlamento, formando-se, assim, uma Monarquia Parlamentarista. Além disso, havia o comprometimento com as liberdades individuais, principalmente com a liberdade de crenças religiosas.

 

Praticando

 

1.   Por que Revolução Inglesa? Explique.

2.   O que a burguesia da Inglaterra pretendia com essa “revolução”? Explique.

3.   Quais as fases principais das Revoluções Inglesas?

4.   Qual o nome do líder radical puritano?

5.   Qual foi a principal medida econômica adotada pela República Puritana? Por que essa medida

6.   Explique o que foi a reforma religiosa de Henrique VIII.

7.   Qual foi o primeiro monarca da dinastia Stuart? Quais foram as principais medidas tomadas por esse monarca?

8.   Explique o que foi a Revolução Gloriosa.

9.   Explique o que foi Bill Of Rights?

terça-feira, 27 de julho de 2021

1º ANO HISTÓRIA 27/07/2021

  

 

Grécia Antiga

Grécia Antiga ou civilização grega é como conhecemos a civilização formada pelos gregos no sul da Península Balcânica e que se estendeu por outras partes do Mediterrâneo , além das Cíclades, pela Ásia Menor e por regiões costeiras no Mar Negro. A história grega iniciou-se oficialmente com o período homérico, por volta de 1100 a.C. e estendeu-se até a transformação da Grécia em protetorado romano, em 146 a.C.

A história grega é compreendida em cinco períodos criados pelos historiadores, sendo o clássico o momento de auge dos gregos. Nesse período houve grande desenvolvimento das pólis, destacando-se Atenas e Esparta. Os gregos legaram à humanidade uma série de contribuições significativas em áreas do conhecimento, como história, filosofia, literatura, teatro etc.

Períodos da Grécia Antiga

 

A periodização é uma estratégia utilizada pelos historiadores para facilitar-se a assimilação e a organização do conhecimento histórico. No caso de civilizações da Antiguidade, como os gregos, datações aproximadas foram criadas levando-se em consideração determinadas características ou acontecimentos que são estudados.

No caso dos gregos, a datação estipulou a divisão em cinco períodos, que são:

·         Período pré-homérico (2000-1100 a.C.): período de formação do povo grego. Marcado pela existência de duas grandes civilizações — minoica e micênica.

·         Período homérico (1100-800 a.C.): o “mundo grego” passa por uma grande ruralização com a invasão dórica, e existem pouquíssimos registros sobre essa fase. A vida gira em torno do genos, e há um grande recuo civilizacional.

·         Período arcaico (800-500 a.C.): marcado pelo surgimento da pólis, o modelo da cidade-estado da Grécia. O aumento populacional leva os gregos a mudarem-se à procura de novos locais. O alfabeto fonético surge.

·         Período clássico (500-338 a.C.): período de maior desenvolvimento dos gregos, marcado pelo florescimento da cultura grega, como a filosofia. Esse período presenciou a rivalidade entre duas grandes cidades-estado  gregas: Atenas e Esparta.

·         Período helenístico (338-136 a.C.): a Grécia foi conquistada pela Macedônia, iniciando-se a fase da difusão da cultura grega pelo Oriente. Seu fim ocorreu quando a Grécia converteu-se em um protetorado dos romanos.

 

Formação da Grécia

 

O povo grego foi formado da mescla de povos indo-europeus  que começaram a estabelecer-se na Grécia Continental a partir de 2000 a.C. Os povos que formaram o povo grego foram os jôniosaqueuseólios e dórios, cada qual chegando à Grécia em um período distinto.

·         Cretenses

O avanço desses povos indo-europeus sobre a Grécia levou-os a encontrar uma civilização estabelecida em uma grande ilha do Mar Egeu, a ilha de Creta. Esses eram os cretenses ou minoicos, uma grande civilização que existiu entre 2000 a.C. até cerca de 1400 a.C., quando foram assimilados pelos micênicos.

As duas grandes civilizações do período pré-homérico foram as civilizações minoica  (também chamada de cretense) e micênica. Os minoicos eram originários da Ásia Menor e estabeleceram-se em algumas ilhas do Mar Egeu (as Cíclades), sobretudo em Creta. Lá desenvolveram uma civilização que sobrevivia da agricultura e do comércio.

Desenvolveram também um sistema de escrita hieroglífica (chamado Linear A), que ainda não foi inteiramente decifrada pelos estudiosos do assunto. Acredita-se que o uso excessivo do solo aliado à ocorrência de desastres naturais, como uma erupção vulcânica que afetou severamente Creta, tenham sido os fatores que levaram esse povo à decadência e à sua assimilação pelos micênicos.

·         Micênicos

Os micênicos eram um dos povos indo-europeus que chegaram à Grécia no segundo milênio a.C. Eles chamavam a si próprios de aqueus, e acredita-se que eles chegaram à região por volta de 1600 a.C. Os aqueus expandiram-se para o sul da Grécia, alcançando as Cíclades e a Ásia Menor (região da atual Turquia).

Nessa expansão, eles tiveram contato com os cretenses e assimilaram diversas características da cultura deles. A expansão territorial dos aqueus e a fusão de sua cultura com a cretense deram origem à civilização micênica, a segunda grande civilização da Grécia no período pré-homérico.

Assim como os cretenses, os micênicos estabeleceram importantes laços comerciais com povos da região do Mediterrâneo. Eles dominavam técnicas de metalurgia e cerâmica, e seus centros de poder (no plural, pois se organizavam em cidades-estado) baseavam-se em um grande palácio que abrigava um rei. Tinham como fonte de escrita um silabário, ou seja, símbolos que representavam sílabas. Chamada de Linear B, essa forma de escrita foi herdada da desenvolvida pelos cretenses e representava uma forma arcaica de grego.

A partir de 1200 a.C. os micênicos entraram em decadência, e isso está relacionado com a invasão dórica. Os dórios também eram um povo indo-europeu que chegou ao território grego a partir de 1200 a.C., trazendo grande destruição. A cultura micênica foi quase inteiramente destruída, e depois se estabeleceu um período de recuo civilizacional, conhecido como período homérico.

Pólis

 

A Grécia Antiga tinha como grande característica a pólis, que era basicamente o seu modelo de cidade-estado. Essa estrutura de comunidade foi surgindo de maneira gradual na Grécia ao longo dos períodos homérico e arcaico. Portanto, não se estabeleceu de uma hora para outra, mas foi resultado de um processo lento que se deu à medida que o modo de vida dos gregos tornava-se mais sofisticado.

·         Genos, as comunidades anteriores

Com a destruição dos micênicos pelos dórios, um grande recuo civilizacional aconteceu na Grécia. As comunidades que ali existiam ruralizaram-se, o modo de vida tornou-se mais arcaico, a escrita foi temporariamente esquecida, e as grandes cidades, como Micenas, deram origem ao genos.

O genos era uma pequena comunidade agrícola, na qual os seus habitantes possuíam laços de consanguinidade e acreditavam que descendiam de um herdeiro mítico em comum. Essa comunidade era governada por um patriarca chamado de pater, e os membros mais próximos dele formavam a aristocracia do local.

Essa organização predominou-se durante o período homérico, mas foi perdendo força a partir do período arcaico. Apesar de formar uma comunidade que, em tese, era marcada pela solidariedade e coletividade, o genos foi, ao longo do tempo, presenciando a formação de uma aristocracia que controlava as terras.

Às vezes, por questão de segurança, diferentes genos poderiam unir-se, formando fratrias, o que reforçou a desigualdade: uma vez que grupos distintos uniam-se, a divisão dos cargos e das terras tornava-se um problema. À medida que a população na Grécia aumentava, o comércio reanimava-se, a moeda passava a ser utilizada, e a fratria passava por mudanças sociais e políticas significativas.

·         Formação e características da pólis

Toda essa transformação deu-se a partir do período arcaico e resultou no surgimento da pólis. A urbanização da Grécia iniciou-se, portanto, a partir do século VIII a.C. e fez surgir milhares de pólis por todo o território ocupado pelos gregos (e que não se resume apenas à Grécia Continental). Entre as principais pólis, estão AtenasEspartaTebasCorinto e Rodes.

A pólis é comumente conhecida como cidade-estado, uma vez que cada pólis possuía ampla autonomia sobre si. As pólis eram marcadas por autonomia política, econômica, jurídica e religiosa, e, assim, a forma de governo adotada, os principais deuses venerados e os princípios de participação na política eram definidos por cada cidade-estado. Exemplificando, o funcionamento de toda a sociedade ateniense era um atributo exclusivo de Atenas, e outras cidades não tinham autonomia nenhuma para intervir nos assuntos dessa cidade.

Isso nos ajuda a concluir que a Grécia Antiga não foi um império centralizado e com fronteiras muito definidas, como em outros povos da Antiguidade. Esse território e sua civilização basicamente correspondem a um espaço específico onde diferentes comunidades reuniam entre si características em comum, como a cultura, a religião, o idioma etc.

A pólis era uma cidade, geralmente fortificada, que possuía como principal zona a Acrópole, construída em território elevado e que reunia os principais prédios da cidade, como os templos religiosos. O seu posicionamento em local elevado era estratégico, pois se pensava na defesa do local em caso de guerra.

Grande parte das pólis possuía, na Acrópole, prédios reservados para que os homens adultos, nascidos na cidade, discutissem a política local — a Assembleia. Essa característica, no entanto, foi tardia, uma vez que, no início, a totalidade das pólis era aristocrática, e, portanto, somente um grupo muito pequeno tinha direito de tal exercício.

Além disso, a existência de um centro urbano fortificado não resume a pólis especificamente aos limites da muralha. Pequenas aldeias próximas que cultivavam os alimentos também eram incluídas no raio de ação das pólis. Entre todas elas, fala-se que Esparta, ao sul da Grécia, foi a maior, controlando um território de cerca de 8500 km2|1|.

Durante esse processo de estabelecimento da pólis, a desigualdade social aumentou-se cada vez mais. Os camponeses endividados eram obrigados a tornarem-se escravos dos aristocratas para pagarem as suas dívidas. Assim, muitos optaram por abandonar suas terras natais e partiram em busca de estabelecer-se em novos locais.

Isso ficou conhecido como colonização grega, e esse acontecimento aproveitou-se da expansão comercial dos gregos a partir do período arcaico no século VIII a.C. Com isso, os gregos estabeleceram-se em diferentes regiões do Mediterrâneo e até mesmo do Mar Negro.

 

A localização das colônias gregas  favoreceu mais ainda o desenvolvimento comercial, pois criou um local de contato permanente de gregos com outras populações que já habitavam nas proximidades de onde se instalaram as colônias.

 

·         Esparta e Atenas

 

Entre todas as pólis gregas, Atenas e Esparta  foram as maiores, pois acumularam grande poderio econômico, militar e político. O auge dessas cidades ocorreu durante o período clássico, e a história grega é marcada pela rivalidade entre elas, que, além disso, possuíam dois modelos de pólis absolutamente distintos um do outro.

O modelo clássico pelo qual conhecemos Atenas desenvolveu-se a partir do final do período arcaico, portanto, no século VI a.C. No caso dessa cidade, esse modelo desenvolveu-se por conta das tensões sociais que demandavam um sistema menos aristocrático. O desenvolvimento ateniense proporcionado pelo crescimento comercial gerou riqueza, mas também acentuou as diferenças sociais.

Essas diferenças geraram tensões amenizadas por meio de reformas de Sólon, governante da cidade no começo do século VI a.C. Ele decretou o fim da escravidão por dívidas, dividiu a cidade em quatro grupos baseados na sua renda, e permitiu que eles participassem da Assembleia, ou seja, na tomada de decisões da administração ateniense.

Entretanto, o grupo mais baixo desses quatro na pirâmide social não poderia participar de outra instituição mais importante que a Assembleia — a Bulé. O sistema de Sólon não garantiu muitas mudanças para os pobres, mas permitia a ascensão de uma classe de novos ricos que não tinham voz no processo político de Atenas porque não descendiam de famílias aristocratas.

No final desse século, Clístenes, outro governante, aprofundou as transformações em Atenas. Ele excluiu os critérios censitários de sua organização e dividiu a cidade por localidade, permitindo que a participação na Assembleia aumentasse. Na prática, todo homem ateniense, maior de 18 anos, tinha direito de participar da Assembleia. Surgia, assim, a democracia ateniense.

No entanto, esse modelo era limitado, uma vez que excluía diversos grupos que residiam na cidade, como pessoas nascidas em outras cidades (encaradas como estrangeiros) e as mulheres. No caso dos homens, pode-se falar que os interesses dos ricos e aristocratas ainda prevaleciam na Assembleia (também chamada de Eclésia).

Esparta, por sua vez, possuía um sistema diferente de Atenas, pois, se, em Atenas, o modelo predominante era a democracia, em Esparta, o que prevaleceu foi a oligarquia. Esparta era uma sociedade militarizada e herdeira dos dórios. Uma pequena classe social de guerreiros possuía privilégios, participava da política e explorava o trabalho de camponeses pobres (periecos) e dos escravos (hilotas).

A aristocracia espartana fazia de tudo para evitar transformações sociais e agia para a manutenção desse sistema de exploração de grande parte da população. Conhecidos como os melhores guerreiros da Grécia, os espartanos utilizavam-se da violência para manter as “classes subalternas” dominadas. De tempos em tempos, os guerreiros espartanos (chamavam a si de “os iguais”) organizavam caçadas para chacinar parte da população hilota.

Os guerreiros formavam essa elite que não trabalhava e dedicava-se integralmente à vida militar.

 

O treinamento militar em Esparta iniciava-se na infância e estendia-se por toda vida. A partir de determinada idade, os militares tinham o direito de entrar na vida política. O governo da cidade era feito por dois reis, por um conselho (Gerúsia) que cuidava das leis, e pelo Eforato — formado por cinco membros eleitos pela Assembleia de guerreiros para um mandato de um ano, atuando como auxiliares na tomada de decisão dos reis.

A rivalidade entre as duas cidades era intensa, mas, em um momento específico da história grega, Atenas e Esparta abriram mão de suas diferenças e uniram-se para lutar contra um inimigo em comum: os persas.

Enfraquecimento da Grécia Antiga

 

O período clássico é entendido como o auge da Grécia Antiga por conta do grande desenvolvimento intelectual e econômico que nele aconteceu. No entanto, ele também marcou o início da decadência grega, e isso está relacionado com uma série de guerras que aconteceram entre os séculos V a.C. e IV a.C.

Os dois grandes conflitos que abalaram a Grécia foram as duas Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso.

 

A primeira foi um conflito de persas contra gregos, em que estes se defenderam da tentativa de expansão persa, enquanto a segunda foi um conflito causado pelas rivalidades regionais entre Atenas e Esparta.

As Guerras Médicas aconteceram em dois momentos distintos, um no qual os persas eram liderados por Dario, e outro em que era liderados por Xerxes.

Nos dois casos, os persas tentaram expandir seu império para a Grécia Continental, porém foram derrotados. Na Batalha de Maratona (490 a.C.), Dario foi derrotado, e Xerxes foi derrotado na Batalha de Plateia (479 a.C.).

Desse conflito a cidade de Atenas saiu fortalecida. Administrada por Péricles, Atenas passou por um desenvolvimento cultural muito importante, e politicamente a cidade tinha ganhado projeção com sua liderança na Liga de Delos. Com essa organização adquirindo muita notoriedade, Esparta, temendo esse crescimento, resolveu lançar-se em guerra contra ela.

Assim foi iniciada a Guerra do Peloponeso, conflito que se estendeu em três fases:

·         Primeira fase: de 431 a.C. a 421 a.C.

·         Segunda fase: de 415 a.C. a 413 a.C.

·         Terceira fase: de 412 a.C. a 404 a.C.

Atenas saiu derrotada desse conflito, e Esparta elevou-se como a cidade dominante na Grécia. Entretanto, um século de guerras provocou a decadência grega, uma vez que trouxe muita destruição, morte e problemas econômicos. A partir de 371 a.C., Esparta foi substituída por Tebas como a maior potência grega.

 

 

O enfraquecimento dos gregos permitiu que os macedônios, um povo influenciado pela cultura grega, mas não reconhecidos como gregos, ganhassem força e conquistassem toda a Grécia em 338 a.C. Os macedônios eram liderados por Felipe II, mas, dois anos depois, esse rei faleceu, sendo sucedido por seu filho, Alexandre.

Alexandre realizou grandes feitos à frente dos macedônios. Em 13 anos de reinado, ele expandiu seu império por regiões muito vastas, alcançando e conquistando locais como o Egito e a Pérsia. Após a sua morte, o império macedônico foi dividido em diferentes partes, e, tempos depois, em 136 a.C., a região da Grécia foi assimilada pelos romanos.

 

 

 

 

 

 

Praticando ensino- aprendizagem.

 

1.   Qual localização da Grécia Antiga?

2.   Cite os períodos da  história da  Grécia Antiga

3.   Quais povos formaram a Grécia Antiga?

4.   O que foi a Guerra do Peloponeso? comente

5.   Comente sobre a democracia ateniense.