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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

GUARANI EM SANTA CATARINA SOB AMEAÇA DE VIOLÊNCIA


 
A gente Guarani tem outros valores, diferentes dos que são apregoados pelo mundo branco, capitalista. Ente eles, a existência está visceralmente ligada ao destino da terra. Gente e natureza é uma coisa só.
Elaine Tavares
Elaine Tavares
Eunice Antunes  é a primeira mulher a ocupar um cargo de cacique na comunidade Guarani do Morro dos Cavalos, em Santa Catarina. Miúda, voz baixinha e olhar desconfiado, ela só aparenta mansidão. Por trás dos gestos delicados se esconde a força atávica de um povo que luta e resiste por mais 500 anos para manter viva sua cultura, sua forma de vida, suas crenças. 

Além de comandar a comunidade ela é professora na escola da aldeia. Sabe muito bem o que quer e o que quer o seu povo. O desejo é simples e claro como a água do rio que haverá de existir na terra sem males: um lugar para plantar, um riacho de onde brote a água pura, um espaço para viver como gostam. 

A gente Guarani tem outros valores, diferentes dos que são apregoados pelo mundo branco, capitalista. Entre eles, a existência está visceralmente ligada ao destino da terra. Gente e natureza é uma coisa só.

Daí que o plantio, por exemplo, obedece outra lógica. Os Guarani não precisam plantar de forma extensiva, esgotando a vida da terra. Eles semeiam o que precisam para comer, colhem e deixam a terra descansar. Por isso precisam de bastante espaço, para poder praticar essa agricultura que respeita os desejos da terra, dos bichos.


Eunice Antunes
 
"Não plantamos para ter excedente, as pessoas não entendem isso e dizem que a gente não precisa de tanta terra. Somos um povo que caminha, precisamos disso, é nosso jeito. As pessoas deveriam compreender". 

Mas essa é uma coisa bem difícil de acontecer. Ainda mais num mundo onde a terra tem valor comercial. Não é sem razão que a presença dos guarani no Morro dos Cavalos é sistematicamente questionada.

Para os que no passado invadiram as terras indígenas, empurrando-os a ponta de bala para o interior, ou dizimando-os, eles são ninguém, gente que atrapalha o desenvolvimento, obstáculos ao progresso. E, mesmo hoje, ainda há aqueles que procuram não compreender a cultura originária para assim melhor combatê-la. 

Apertadas em apenas quatro hectares, as 28 famílias guarani que vivem no Morro dos Cavalos, num total de 200 pessoas, há muito esperam pela liberação de suas terras, cerca de 1.997 hectares, já demarcadas desde 2008. Mas, por conta de no território viverem mais de 60 famílias de "juruás" (brancos), o processo de remoção vem se arrastando.

Algumas dessas famílias compraram as terras de outros proprietários que, por sua vez, também compraram dos que invadiram. Então, a questão não é fácil. Ocorre que o Incra só pode indenizar as benfeitorias, a terra não. Porque, afinal, aquelas terras sempre foram legalmente da União. Agora, a luta das famílias que têm títulos de propriedades tem de ser travada com o estado de Santa Catarina. 

Os Guarani tem clareza sobre a situação dessas famílias e apoia sua luta. Mas, por outro lado, precisam das terras, que são originalmente deles, para poder viver com dignidade. Ocorre que um determinado proprietário, que vive inclusive fora da área demarcada, insiste em fomentar o ódio das famílias removidas contra os Guarani. 

Em  2007, a revista Veja, insuflada por esse indivíduo, fez uma longa reportagem na aldeia onde acusava a maioria dos moradores de serem "paraguaios", coisa típica das mentiras mirabolantes da revista semanal. O objetivo era barrar a demarcação que estava por sair, acusando os guarani de serem estrangeiros. Nada mais estúpido. Felizmente a tentativa não vingou e a terra foi demarcada no ano seguinte. 

Agora, em 2012, saiu o decreto que obriga as famílias que vivem dentro da terra guarani a sair do lugar. E, por conta disso, os conflitos voltaram. Nas últimas semanas, a aldeia teve as mangueiras que carregam a água do rio para as casas, cortadas. As aulas tiveram de ser suspensas. 

A casa da cacique está sendo vigiada e circulam ameaças de morte. Há muita tensão na comunidade. A violência contra os indígenas não é coisa de hoje e o medo é uma constante.

Os guarani acabam vivendo todas essas torturas psicológicas e reais sempre em solidão. A imprensa não diz nada e quando fala no tema é para reforçar o racismo e a ideia de que o índio só atrapalha. As famílias invasoras são apresentadas como vítimas - e algumas até são - e os indígenas são sempre os culpados do conflito. Ninguém levanta a história, mostrando que aquele território sempre foi ocupado pelo povo guarani, muito antes de aqui pisar um português. 

Assim, os verdadeiros donos da terra vão tentando sobreviver. Vez ou outra encontram espaço para se expressar. Mas, eles são valentes e não se entregam. Sabem que essa  fase da desintrusão do território será dura e cheia de violência. Estão preparados. O que querem, por agora, é dividir o drama que vivem.

Tem sido uma batalha árdua garantir aqueles poucos hectares, e o propósito é ir até o final. Estão dispostos a apoiar a luta das famílias que tem direitos sobre a terra - que a compraram na boa fé - mas esse é um problema que o estado tem de resolver. Não foram os guarani os que o criaram.  Apesar disso, são sempre eles os que pagam o alto preço da inoperância estatal. 

Fonte:http://www.brasildefato.com.br/node/12136
28/02/2013

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

VALE DESCUMPRE DECISÃO JUDICIAL SOBRE IMPACTOS EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS


Daniele Silveira, De São Paulo, da Radioagência NP

 
Acordo foi firmado na Justiça Federal após comprovação de problemas no licenciamento ambiental e execução da duplicação da Estrada de Ferro Carajás - Foto: Douglas Mansur/Novo Movimento
 
A mineradora Vale, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a Fundação Cultural Palmares estão desobedecendo uma decisão da Justiça. 

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a empresa e as instituições não estão cumprindo as medidas estabelecidas em um acordo feito na Justiça em função de problemas no licenciamento ambiental e execução da duplicação da Estrada de Ferro Carajás (EFC).

Diante da situação, o MPF pediu o cumprimento imediato do acordo, que foi realizado após uma ação civil pública movida pelo órgão. Na ação, o MPF pediu a revisão do estudo ambiental da obra, que estava impactando as comunidades quilombolas de Santa Rosa dos Pretos e Monge Belos, na região de Itapecuru (MA).

Pela determinação, a Vale deve realizar a recuperação dos corpos hídricos impactados pela obra, controlar o volume de som e poeira, e fazer um levantamento da situação de saúde da população. Porém, a empresa não comprovou a implementação de nenhuma das medidas.

A Fundação Cultural Palmares e o INCRA ficaram obrigados de realizar ações que ajudem na solução dos problemas enfrentados pelas comunidades quilombolas.


Fonte:http://www.brasildefato.com.br/node/12110
27/02/2013

A VIOLA NA CONSTRUÇÃO SOCIAL DO PAÍS


Maíra Gomes, de Belo Horizonte (MG).


Violeiro e lutador social, Pereira da Viola traça a importância do instrumento na formação cultural brasileira

Pereira da Viola, mineiro nascido em Teófilo Otoni, é lutador pelo fortalecimento da música de viola e um grande parceiro e militante dos movimentos sociais, principalmente o MST. Para ele, a arte só faz sentido quando está ligada a questões libertadoras do povo. Pereira da Viola acredita que apesar dos avanços no campo político da cultura no país, ainda há desafios principalmente no campo da cultura popular, em contraponto à ofensiva da cultura internacional.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?
Pereira da Viola - Eu venho de uma formação popular. Nasci em uma família culturalmente rica, humilde, mas que tem uma terrinha em Teófilo Otoni. Ali, meu pai e minha mãe criaram os 13 filhos e mais uma imensidão de gente que se acoplava ali. Hoje, é Comunidade Remanescente Quilombola. Desde o princípio, no início da década de 70, eu lembro quando minha mãe ia celebrar cultos na igreja católica e, nas reflexões da Bíblia, ela sempre dava um jeito de falar que está escrito na Bíblia que um dia ia ter reforma agrária. Minha família sempre esteve ligada a um lado do povo mais sofredor, através do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, e depois com o processo das Comunidades de Base. A minha base de formação política vem daí.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?E o seu envolvimento nos movimentos, como foi?
Pereira da Viola - Quando eu vou estudar no Espírito Santo, com 11 anos, levo isso comigo. Lá, um tempo depois, ajudo a iniciar um processo do que viria a ser uma das primeiras ocupações de sem terras no país, na cidade de Pinheiros. Já em Minas Gerais, na Serra dos Aimorés, eu e mais uma pessoa do PT criamos o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, do qual eu vim me tornar o presidente. Em 1988, saio candidato a vereador pelo PT na cidade. Ali fiz um curso de magistério, mas quando tive que definir se eu iria continuar estudando, fui para a música definitivamente.

Brasil de Fato - Então a música te acompanhou todo este tempo?
Pereira da Viola - Quando eu fui para o Espírito Santo, levei comigo um violão que ganhei do meu irmão. E eu comecei a desenvolver sozinho, vendo as pessoas tocarem e tentado imitar. Nesse processo, participei de shows de calouros, e outras coisas.
Quando venho pra Serra, me envolvo no movimento cultural do Vale do Mucuri. Tenho, então, contato com a obra dos que vieram a ser meus mestres, como Elomar Figueira Mello, Xangai, Décio Marques, Doroty Marques, Rubinho do Vale, Paulinho Pedra Azul, Saulo Laranjeiras. É o momento que eu tenho o contato com essa modalidade, e é também o momento que eu reencontro com a viola. Porque na minha infância tinha tido contato com ela nas Folias de Reis e isso tinha desaparecido da minha vida.
E nesse encontro com a viola eu reencontro minha identidade. Fiz um projeto com meu irmão, Josino Medina, um daqueles irmãos que nascem em lugares diferentes e se encontram um dia. Fomos pra São Julião, comunidade onde nasci, e fizemos um mapeamento cultural das cantigas, batuques e tradições do lugar e criamos um show. Ficamos juntos uns cinco anos.
Em 1993 gravei meu primeiro disco, já morando aqui em Belo Horizonte. A partir dai foi sempre isso, discos independentes.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?E como seguiu o seu contato com os movimentos depois que decidiu mergulhar na música?
Pereira da Viola - Em 2000, eu vou morar em Ribeirão Preto, em função da família da minha esposa, que está toda lá. Como tivemos gêmeas, fomos pra lá para que elas nascessem dentro de condições diferenciadas.
Em determinado momento, eu tive contato com o MST de lá. Fui dar um apoio em um assentamento, era uma noite fria e eu fui tocar pra eles. Depois fui fazer uma visita no sítio Dom Helder Câmara, onde fizemos uma reunião, poucas pessoas. Estávamos tocando embaixo de uma figueira, que depois viemos saber que é na verdade uma gameleira, de 450 anos, uma árvore enorme, imponente. Decidimos fazer outro encontro, com uns cinco violeiros e umas 20 pessoas.
Foram 58 violeiros e um público de umas 10 mil pessoas! Foi um negócio que mudou totalmente tudo que estávamos imaginando. A partir daí, torna-se mais direta a minha participação com o movimento. Planejamos um segundo encontro, já com a proposta da criação da Associação Nacional dos Violeiros.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?Qual era o desafio que estava posto, que fez com que você sentisse a necessidade dessa articulação entre os violeiros do país?
Pereira da Viola - É sempre o mesmo. Há uma contracultura que se impõe de forma pesada e absurda, e eu sempre acho que a melhor forma de você contrapor algo que acha que está errado é fazendo diferente. Eu proponho que a música de viola seja uma realidade cotidiana na vida do brasileiro no país inteiro, ou ao menos nas regiões onde se tem essa força latente.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?Qual a importância, a força da viola?
Pereira da Viola - Ela vem para o Brasil com os portugueses, com os jesuítas, desde o início. Eles a utilizam no processo de catequização dos índios. A viola era um instrumento da Corte e, depois o brasileiro assimilou muito rápido o som do instrumento, que se tornou popular. Aí então já não interessa mais a Corte, passa a ser um instrumento popular, de gente pobre, “sem cultura”. Porque para o colonizador, cultura é só o que ele traz, os que estão aqui não sabem o que é cultura, não têm cultura. E ela sempre esteve então com o povo pobre.
A viola teve seu período forte que foi com a música caipira. Mesmo nos anos 80, época da Madonna e Michael Jackson, a juventude da época comprava música caipira, vendia tanto quando Roberto Carlos. Mas era escondido, porque continuava sendo coisa de gente “sem cultura”. O que estamos buscando é esse novo olhar para a viola, olhar para sua importância histórica e cultural no Brasil.
A viola é um universo à parte dentro da música, não só pela beleza de sonoridade que tem, mas por este aspecto histórico, de que o instrumento ajudou na construção cultural do Brasil. A viola acompanhou o processo todo, e ela interferiu nesse processo.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?E o violeiro, o que tem o violeiro?
Pereira da Viola - O violeiro, de alguma forma, carrega a história do país no bojo da viola e, por consequência, na memória. Todo violeiro, principalmente os tradicionais, carrega essa memória. A tradição, não essa tradição pela tradição, mas os aspectos culturais que fazem parte de um alinhamento, de um costuramento na junção principalmente das três etnias, do índio, o negro e o branco. É essa formação que o violeiro carrega, principalmente os violeiros populares. Isso é de uma importância muito grande para a manutenção da identidade brasileira.
Sempre fiz questão de fazer uma parceria com o MST porque acho que no movimento eu tenho essa resposta ideológica sobre o que tem no instrumento, essa história. Temos casos e mais casos de violeiros que passaram por situações difíceis, enfrentaram sistemas dentro do seu local, sempre falando de injustiças, das coisas que oprimem o povo. O violeiro, de alguma forma, tem isso na sua essência. E a ideia era e continua sendo essa, de estar caminhando junto com um lado da sociedade que está fazendo um Brasil diferente, que está ligado a um processo de humanidade, que vai contra as injustiças. Hoje, do meu ponto de vista, falar de arte esquecendo da problemática humana não tem sentido mais.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?A arte desligada deste viés, você ainda vê como arte?
Pereira da Viola - Vejo, ainda vejo com arte. Por si só, ela se sustenta. No caso da música, que é uma coisa abstrata, não há explicação para determinados eventos que muitas vezes acontecem na vida de pessoas que tenham acesso a sua música, independente de classe social ou a forma de ver o mundo. Ela se sensibiliza, capta imagens e visualiza coisas a partir de uma melodia, de um texto bem costurado. Isso, por si só se sustenta. Não tenho dúvidas.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?E o que é dar sentido à arte, para você?
Pereira da Viola - Todas as artes feitas como expressão de um sentimento interior do indivíduo se sustentam, não precisa de nada para existir. O que proponho é que o indivíduo que faz a arte, o artista, ele coloque essa arte a serviço de algo. De alguma forma, a arte tá batendo contra o tempo, contra a tônica, ela vai bater contra o óbvio. Ela já é revolucionária pela sua existência. Mas o artista, ele pode ser mais feliz fazendo essa arte libertadora, que questiona, mas também que dá alento, que dá colo, que dá estrutura. No meu caso, eu prefiro estar ligado aos movimentos sociais. Onde tem gente sofrendo opressão, fome, eu me sinto melhor quando ajudo dentro deste setor.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?Como você vê a política no campo da cultura no Brasil nos dias de hoje?
Pereira da Viola - Tivemos um avanço muito grande, a partir das políticas estabelecidas pelos ministros Gil e Juca, a gente teve uma movimentação muito grande no país, uma mudança de percepção e de como lidar com a cultura. Principalmente no campo da cultura popular, esta feita nas bases. Isso passou a ter valor, não só o valor de gueto, passou a ter uma perspectiva diferente.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?Como você vê os programas de leis de incentivo à cultura?
Pereira da Viola - As leis de incentivo, pra mim, já estão velhas. Foi uma forma que o governo encontrou, mas o que era para se apenas um incentivo, se tornou uma condição pra se fazer arte. E a gente acaba tendo que lançar mão disso pra poder fazer alguma coisa. Mas eu acho que o aspecto está atrasado, foi bom, democratizou um pouco, mas o empresariado brasileiro continua longe dessa realidade, sem se preocupar com isso, como não se preocupa com muitas outras coisas. Ele ainda não entendeu o que é incentivo à cultura, o que é investir em cultura. É importante que as pessoas entendam que não há um retorno financeiro, e sim o retorno da possibilidade de termos uma sociedade mais coerente culturalmente, que não seja tão desagregada com a sua cultura e com a arte que a gente tem.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?Como está o cenário da viola hoje no país?
Pereira da Viola - Com esse processo dos encontros, que se intensificou em Ribeirão Preto, começou um movimento de encontro de violeiros no país todo. Teve alguns projetos importantes, como o Encontro das Cordas e o Violeiros do Brasil. Isso tudo deu uma balançada na história da viola no Brasil, a ponto de se criar uma especialidade do instrumento no curso de música da USP.
Hoje, com esse novo olhar para o instrumento, do processo histórico dele, tenho uma proposta que estou construindo há uns três anos. É juntar a violeirada do país todo, num grande congresso nacional de violeiros. O meu olhar é que, além de festas, feiras de discos e palcos, nós aproveitamos para debater a questão do ensino da viola, como levar isso para as escolas. Porque, ao levar a viola para a escola, estamos levando a história do Brasil, que a viola carrega a história no seu bojo.

Brasil de Fato - O que te fez chegar até aqui, a ser o Pereira da Viola?E os desafios?
Pereira da Viola - Uma das coisas que a gente briga é para que seja natural a inserção da viola nos espaços de música, como festivais, que seja destinado um espaço para a viola. Uma das coisas que tem sido luta nossa é que tenham editais específicos para a viola. Eu proponho que constituamos o nome Música de Viola, para depois criarmos um edital para isso. Primeiro temos que adquirir este espaço, pra depois brigas por outros. O Samba tem seu lugar, a MPB tem o seu e nós queremos também um lugar garantido para a Música de Viola.
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/12125
27/02/2013