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Indígenas Akunt’su |
Quem assistiu ao filme ‘O Último dos Moicanos’
nem imagina que no Brasil uma etnia está na iminência de extinção. Trata-se de
povo originário do qual restam, atualmente, apenas cinco sobreviventes.
De acordo com trabalho do antropólogo Adelino de
Lucena Mendes, publicado na Enciclopédia dos Povos Indígenas do Brasil – Instituto
Socioambiental -, os indígenas sobrevivem em pequenas malocas, situadas em
matas do igarapé Omerê, um afluente da margem esquerda do rio Corumbiara
(Sudeste de Rondônia).
A área é considerada entre as menores reservas e
já pertenceu a uma fazenda particular interditada pela Funai, na década de
80. E como as demais reservas de mata de Rondônia também se encontra
ameaçada pelo agronegócio.
As informações a respeito do nome Akunt’su,
Akunsu ou Akuntsu na literatura etnográfica são, segundo consta na pesquisa do
antropólogo, quase inexistentes ao período anterior ao contato oficial pela
Funai, em 1995.
Também consta que no livro de Frans Caspar –
“Tupari” – a informação sobre esse povo foi relatada ao autor pelos indígenas
da etnia que intitula o livro. Nele, os Akunt’su são considerados como sendo
“perigosa” e “terrível” tribo que vive nas florestas, ao leste de suas terras.
No relato, eles dizem que temiam visitar os “Akontsu”. Mas há uma dúvida se é o
mesmo povo, ou seja, os Akunt’su, pela localização.
Na língua Kanoê, Akun’ – ao que parece –
significa “outro índio”. Ainda nos escritos de Caspar consta que os Tupari
podem, no entanto, ter se equivocado, pois se baseavam em informações orais dos
mais velhos, num tempo que “realidade e mito confundem-se em acontecimentos
indistinguíveis”.
FATO
Realidade ou não, o lamentável mesmo é que Os
Akunt’su estão entre os menores grupos étnicos do Brasil. O motivo?
Possivelmente a usurpação de terras e massacres. E a sua história não é
diferente de outros povos indígenas de Rondônia.
A pesquisa de Adelino de Lucena Mendes revela que
em meados dos anos 80 eles viveram provavelmente o último grande conflito com
os brancos. Provas disso foram as evidências encontradas pelas frentes da FUNAI.
Nas matas da região, o órgão encontrou restos de utensílios e vestígios de uma
aldeia com aproximadamente 30 indivíduos.
Uma década depois, quando a FUNAI os contactou
oficialmente, foi dito aos sertanistas por um dos sete sobreviventes ter
reconhecido restos de cerâmica e alguns utensílios como pertencentes à sua
antiga aldeia. E com clareza de detalhes, inclusive mostrando no próprio corpo
marcas de violência, daquela que deve ter sido a tentativa de exterminação.
O indígena do relato – Kunibu – mencionou com
tristeza os cerca de 15 nomes dos índios mortos por homens brancos.
Fonte: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/akuntsu/print
Foto: Antropólogo Adelino de Lucena Mendes.
Fonte: http://africas.com.br
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