José
Francisco Neto, da Redação
A decisão judicial de despejar as 400 famílias
sem-teto de um prédio abandonado há 29 anos em Taguatinga, região
administrativa do Distrito Federal, é considerada “arbitrária” pelo Movimento
dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
Elas têm até as 15h deste sábado (16) para
desocuparem o edifício, mas só foram avisadas dois dias antes, na quinta-feira
(14). Mesmo cercados por viaturas da Polícia Militar, os sem-teto decidiram
resistir.
“O prédio está rodeado de viaturas. Eles não querem
que façamos mais atos, por isso estão nos vigiando”, esclarece Edson da Silva,
dirigente nacional do MTST.
![]() |
Sem-teto atearam fogo em troncos e pneus para bloquear todas as
faixas da Estrada Parque Taguatinga e no Pistão (DF). Foto: MTST
|
Duas manifestações contra a reintegração de posse
foram realizadas nas últimas 24 horas na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) e no
Pistão Sul. Os sem-teto atearam fogo em galhos, troncos e pneus para bloquear
todas as faixas da estrada.
Muitos vieram da ocupação que ficou conhecida como “Novo Pinheirinho”, na região de Ceilândia
(DF). O acordo era para que o governo do Distrito Federal realizasse o cadastro
das famílias no programa Morar Bem, que distribui habitações do programa
federal Minha Casa, Minha Vida. Mas, segundo Edson da Silva, o governo quebrou
o acordo, que durou apenas três meses.
“O governo garantiu no ano passado que as famílias
ficariam com o aluguel (de R$ 408,00) durante um ano e meio, enquanto as casas
estavam sendo construídas. Mas com três meses o governo falou que não tinha
mais dinheiro para manter o acordo. Aí a gente resolveu ocupar o prédio”,
explica.
Em nota, a Companhia de Desenvolvimento
Habitacional (Codhab), responsável pelo programa Morar Bem, não soube
esclarecer o que houve com o acordo. Ressaltou apenas que a inclusão dos
dados para a inscrição é de inteira responsabilidade do candidato.
Mais
sobre o assunto:
Fonte:http://www.brasildefato.com.br/node/11980
15/02/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário